Seguro com vantagem no aparelho, Assis com mais apoios na direcção de Sócrates

22-07-2011
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Ao longo de quase seis semanas de campanha junto dos militantes socialistas, Seguro e Assis concordaram que a prazo deverão ser introduzidas eleições primárias (por voto directo) na escolha dos deputados e dos candidatos autárquicos do PS, mas divergiram - de forma acesa - em relação ao universo dessas mesmas eleições.

Assis lançou a proposta de as eleições primárias serem abertas a simpatizantes do PS, tal como acontece na maioria dos Estados norte-americanos, mas Seguro recusou, limitando o universo dos votantes aos militantes do seu partido.

Quem esteja desligado do acompanhamento da vida política do PS dificilmente poderá compreender a razão deste assunto se ter transformado no principal ponto de polémica entre os dois candidatos à liderança do PS. Porém, o resultado da disputa pela recolha de apoios entre as duas candidaturas explica, em boa parte, o motivo inerente a esta polémica.

António José Seguro contou com o apoio maioritário dos presidentes de secções, concelhias e federações e autarcas socialistas; Francisco Assis, em várias declarações públicas, demonstrou a sua desconfiança face ao comportamento ético e político de muitos destes dirigentes intermédios do seu partido, responsabilizando-os por fecharem o debate de ideias e falando mesmo na existência de sindicatos de voto.

Assis, ao contrário de Seguro, teve o apoio da maioria dos membros do órgão de cúpula partidário, o Secretariado Nacional, casos de Edite Estrela, Augusto Santos Silva, Pedro Silva Pereira, André Figueiredo, José Lello (cinco elementos que fizeram parte do núcleo duro de José Sócrates) e do ex-número dois deste partido, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.

Já Seguro, ao longo da campanha, recuperou a mensagem usada por António Guterres nos anos 90 e prometeu uma relação de proximidade com as ‘bases’ partidárias, optando por um estilo de discurso intimista, em que defendeu que a política, além de racionalidade, deverá também possuir afectos; Assis rejeitou imediatamente que a visão de que a política possa transformar-se num “magma de afectividade”.

Numa campanha em que, por imposição de António José Seguro, se realizou apenas um debate público (na SIC Notícias) -- ao contrário da eleição de 2004, entre Alegre, Sócrates e João Soares, em que houve três -, Assis também contribuiu para aumentar a polémica interna ao traçar diferenças de perfil com o seu opositor.

No único debate televisivo e em duas sessões públicas, o ex-líder parlamentar do PS considerou Seguro mais parecido do que ele com o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, numa alusão ao facto de ambos terem sido líderes de juventude partidárias e de terem, alegadamente, uma “estrutura mental” semelhante.

Seguro considerou ofensiva essa comparação feita pelo ex-líder parlamentar do PS e, ao longo da campanha, distinguiu-se por ter sido quem mais fez críticas diretas aos primeiros dias de Pedro Passos Coelho na chefia do Governo.

Apesar de não ter participado em nenhum dos dois últimos governos socialistas e de serem conhecidas as suas divergências face à conduta política do anterior primeiro-ministro, Seguro procurou não alienar apoios e recusou-se a apontar críticas sobre o que de mal viu nestes últimos seis anos de poder socialista.

“Já não posso emendar o passado. O meu objectivo é construir o futuro”, argumentou António José Seguro.

Ao longo de quase seis semanas de campanha junto dos militantes socialistas, Seguro e Assis concordaram que a prazo deverão ser introduzidas eleições primárias (por voto directo) na escolha dos deputados e dos candidatos autárquicos do PS, mas divergiram - de forma acesa - em relação ao universo dessas mesmas eleições.

Assis lançou a proposta de as eleições primárias serem abertas a simpatizantes do PS, tal como acontece na maioria dos Estados norte-americanos, mas Seguro recusou, limitando o universo dos votantes aos militantes do seu partido.

Quem esteja desligado do acompanhamento da vida política do PS dificilmente poderá compreender a razão deste assunto se ter transformado no principal ponto de polémica entre os dois candidatos à liderança do PS. Porém, o resultado da disputa pela recolha de apoios entre as duas candidaturas explica, em boa parte, o motivo inerente a esta polémica.

António José Seguro contou com o apoio maioritário dos presidentes de secções, concelhias e federações e autarcas socialistas; Francisco Assis, em várias declarações públicas, demonstrou a sua desconfiança face ao comportamento ético e político de muitos destes dirigentes intermédios do seu partido, responsabilizando-os por fecharem o debate de ideias e falando mesmo na existência de sindicatos de voto.

Assis, ao contrário de Seguro, teve o apoio da maioria dos membros do órgão de cúpula partidário, o Secretariado Nacional, casos de Edite Estrela, Augusto Santos Silva, Pedro Silva Pereira, André Figueiredo, José Lello (cinco elementos que fizeram parte do núcleo duro de José Sócrates) e do ex-número dois deste partido, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.

Já Seguro, ao longo da campanha, recuperou a mensagem usada por António Guterres nos anos 90 e prometeu uma relação de proximidade com as ‘bases’ partidárias, optando por um estilo de discurso intimista, em que defendeu que a política, além de racionalidade, deverá também possuir afectos; Assis rejeitou imediatamente que a visão de que a política possa transformar-se num “magma de afectividade”.

Numa campanha em que, por imposição de António José Seguro, se realizou apenas um debate público (na SIC Notícias) -- ao contrário da eleição de 2004, entre Alegre, Sócrates e João Soares, em que houve três -, Assis também contribuiu para aumentar a polémica interna ao traçar diferenças de perfil com o seu opositor.

No único debate televisivo e em duas sessões públicas, o ex-líder parlamentar do PS considerou Seguro mais parecido do que ele com o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, numa alusão ao facto de ambos terem sido líderes de juventude partidárias e de terem, alegadamente, uma “estrutura mental” semelhante.

Seguro considerou ofensiva essa comparação feita pelo ex-líder parlamentar do PS e, ao longo da campanha, distinguiu-se por ter sido quem mais fez críticas diretas aos primeiros dias de Pedro Passos Coelho na chefia do Governo.

Apesar de não ter participado em nenhum dos dois últimos governos socialistas e de serem conhecidas as suas divergências face à conduta política do anterior primeiro-ministro, Seguro procurou não alienar apoios e recusou-se a apontar críticas sobre o que de mal viu nestes últimos seis anos de poder socialista.

“Já não posso emendar o passado. O meu objectivo é construir o futuro”, argumentou António José Seguro.

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