Parlamento debate reforma do ensino

13-09-2012
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Alunos manifestam-se nas ruas

Parlamento debate reforma do ensino

23.02.2001 08:00 | Por Sandra Silva Costa, Andreia Sanches, Bárbara Wong, Andreia Sanches, Bárbara Wong e Sandra Silva Costa

A revisão dos ensinos básico e secundário é hoje debatida no Parlamento. O pedido de rectificação dos diplomas que traçam o novo desenho curricular, publicados nos primeiros dias de Janeiro, veio do grupo parlamentar do PCP, que há muito vem defendendo a suspensão da "reforma". Será isso, uma vez mais, que fará hoje, enquanto à porta da Assembleia da República os estudantes voltarão a fazer ouvir a sua voz em mais uma manifestação.

O ministro da Educação, Augusto Santos Silva, já fez saber que não há motivos nenhuns para que sejam introduzidas alterações aos diplomas. À delegação nacional de associações de estudantes do ensino secundário, que reuniu na quarta-feira com os grupos parlamentares, "todos os partidos transmitiram a ideia de que iriam pedir a suspensão da reforma", segundo Paulo Marques, membro da delegação. Todos, menos o PS, que deverá votar contra a proposta do PCP. Mesmo com um empate no hemiciclo, as pretensões destes alunos sairão goradas. O mesmo não se passa com a Confederação Nacional das Associações de Estudantes (Confnaes), que ao invés da suspensão da lei, defende que é preciso negociar com o ministério "para melhorar a revisão".

Os pontos da polémica

Alguns pontos da revisão são particularmente polémicos: a possibilidade de haver aulas com 90 minutos, em vez dos actuais 50; a criação de vários cursos tecnológicos no secundário que, pela falta de condições nas escolas, poderão não passar do papel, ou a transdisciplinaridade de matérias como a Educação Sexual. A tutela quer ainda introduzir uma

segunda língua estrangeira para todos os alunos do 3º ciclo, reduzir a carga lectiva e dos programas e criar três novas áreas não curriculares - Estudo Acompanhado, Área Projecto e Formação Cívica.

O que pensam os professores? A Federação Nacional dos Professores está a favor da suspensão, a Federação Nacional

dos Sindicatos da Educação apoia, genericamente, a reforma. Nas escolas, os docentes começam a pensar em tudo o que deverão mudar nas suas práticas. Para já, na Escola Básica 2,3 Pires de Lima, no Porto, andam às voltas com um problema: o toque da campainha. No próximo ano lectivo, entra em vigor a reorganização curricular para o 2º ciclo (em 2003 arranca no 7º ano), logo as aulas deverão passar a ser organizadas em blocos de 90 minutos. Mas os restantes alunos, dos 7º ao 9º ano, continuarão a ter aulas de 50. "Como é que vai ser quando tocar a campainha? Todos os alunos vão ficar alvoroçados, a pensar que as suas aulas terminaram", comenta Cristina Ferreira, docente de Matemática.

Alunos manifestam-se nas ruas

Parlamento debate reforma do ensino

23.02.2001 08:00 | Por Sandra Silva Costa, Andreia Sanches, Bárbara Wong, Andreia Sanches, Bárbara Wong e Sandra Silva Costa

A revisão dos ensinos básico e secundário é hoje debatida no Parlamento. O pedido de rectificação dos diplomas que traçam o novo desenho curricular, publicados nos primeiros dias de Janeiro, veio do grupo parlamentar do PCP, que há muito vem defendendo a suspensão da "reforma". Será isso, uma vez mais, que fará hoje, enquanto à porta da Assembleia da República os estudantes voltarão a fazer ouvir a sua voz em mais uma manifestação.

O ministro da Educação, Augusto Santos Silva, já fez saber que não há motivos nenhuns para que sejam introduzidas alterações aos diplomas. À delegação nacional de associações de estudantes do ensino secundário, que reuniu na quarta-feira com os grupos parlamentares, "todos os partidos transmitiram a ideia de que iriam pedir a suspensão da reforma", segundo Paulo Marques, membro da delegação. Todos, menos o PS, que deverá votar contra a proposta do PCP. Mesmo com um empate no hemiciclo, as pretensões destes alunos sairão goradas. O mesmo não se passa com a Confederação Nacional das Associações de Estudantes (Confnaes), que ao invés da suspensão da lei, defende que é preciso negociar com o ministério "para melhorar a revisão".

Os pontos da polémica

Alguns pontos da revisão são particularmente polémicos: a possibilidade de haver aulas com 90 minutos, em vez dos actuais 50; a criação de vários cursos tecnológicos no secundário que, pela falta de condições nas escolas, poderão não passar do papel, ou a transdisciplinaridade de matérias como a Educação Sexual. A tutela quer ainda introduzir uma

segunda língua estrangeira para todos os alunos do 3º ciclo, reduzir a carga lectiva e dos programas e criar três novas áreas não curriculares - Estudo Acompanhado, Área Projecto e Formação Cívica.

O que pensam os professores? A Federação Nacional dos Professores está a favor da suspensão, a Federação Nacional

dos Sindicatos da Educação apoia, genericamente, a reforma. Nas escolas, os docentes começam a pensar em tudo o que deverão mudar nas suas práticas. Para já, na Escola Básica 2,3 Pires de Lima, no Porto, andam às voltas com um problema: o toque da campainha. No próximo ano lectivo, entra em vigor a reorganização curricular para o 2º ciclo (em 2003 arranca no 7º ano), logo as aulas deverão passar a ser organizadas em blocos de 90 minutos. Mas os restantes alunos, dos 7º ao 9º ano, continuarão a ter aulas de 50. "Como é que vai ser quando tocar a campainha? Todos os alunos vão ficar alvoroçados, a pensar que as suas aulas terminaram", comenta Cristina Ferreira, docente de Matemática.

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