Tens de começar a rugir, raposinha
A frase:
“Os portugueses ainda desconfiam das capacidades de António José Seguro para primeiro-ministro”
O autor:
Augusto Santos Silva, no seu programa semanal de comentário na TVI
A análise:
Sabia-se que ia acontecer; faltava saber quando. As palavras do ex-ministro socialista oficializam o cerco dos homens de José Sócrates e de António Costa a António José Seguro na liderança do Partido Socialista. No último congresso, que Seguro venceu com 96% - noventa e seis por cento – dos votos, António Costa quis candidatar-se até à última hora. Só não o fez porque alguém lhe explicou, como se ele fosse uma criança, que seria humilhado se avançasse. Mais: que a derrota o fragilizaria numa candidatura futura – aquela que começa agora a excitar os que, sabendo que o líder do PS, seja ele quem for, dificilmente não será o próximo primeiro-ministro, não querem deixar de experimentar os vapores do poder.
Certamente que Seguro não está surpreendido com a agitação dos seus camaradas. O secretário-geral do PS é uma raposa nascida e criada nas masmorras das lutas partidárias. Há muitos anos, quando ele próprio estava decidido a avançar para a sucessão de Ferro Rodrigues, os mesmos que agora explicaram a Costa que ainda não era a sua vez trataram de informá-lo que José Sócrates tinha prioridade sobre si.
É certo que Seguro tem o instinto da raposa, mas falta-lhe aquilo que Maquiavel definia como a força do leão. Dentro do partido, quase todos o acarinham mas ninguém o teme. E em política partidária o medo é uma arma bem mais eficaz que o amor. Numa altura em que os lobos o cercam, ou o líder do PS começa a rugir bem alto ou acaba comido ao pequeno-almoço pelos seus inimigos internos.
O veredicto:
António José Seguro tem de deixar os afectos de lado e mostrar ao partido –o seu principal adversário no caminho para a liderança do Governo – que não tem medo de António Costa e José Sócrates.
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Tens de começar a rugir, raposinha
A frase:
“Os portugueses ainda desconfiam das capacidades de António José Seguro para primeiro-ministro”
O autor:
Augusto Santos Silva, no seu programa semanal de comentário na TVI
A análise:
Sabia-se que ia acontecer; faltava saber quando. As palavras do ex-ministro socialista oficializam o cerco dos homens de José Sócrates e de António Costa a António José Seguro na liderança do Partido Socialista. No último congresso, que Seguro venceu com 96% - noventa e seis por cento – dos votos, António Costa quis candidatar-se até à última hora. Só não o fez porque alguém lhe explicou, como se ele fosse uma criança, que seria humilhado se avançasse. Mais: que a derrota o fragilizaria numa candidatura futura – aquela que começa agora a excitar os que, sabendo que o líder do PS, seja ele quem for, dificilmente não será o próximo primeiro-ministro, não querem deixar de experimentar os vapores do poder.
Certamente que Seguro não está surpreendido com a agitação dos seus camaradas. O secretário-geral do PS é uma raposa nascida e criada nas masmorras das lutas partidárias. Há muitos anos, quando ele próprio estava decidido a avançar para a sucessão de Ferro Rodrigues, os mesmos que agora explicaram a Costa que ainda não era a sua vez trataram de informá-lo que José Sócrates tinha prioridade sobre si.
É certo que Seguro tem o instinto da raposa, mas falta-lhe aquilo que Maquiavel definia como a força do leão. Dentro do partido, quase todos o acarinham mas ninguém o teme. E em política partidária o medo é uma arma bem mais eficaz que o amor. Numa altura em que os lobos o cercam, ou o líder do PS começa a rugir bem alto ou acaba comido ao pequeno-almoço pelos seus inimigos internos.
O veredicto:
António José Seguro tem de deixar os afectos de lado e mostrar ao partido –o seu principal adversário no caminho para a liderança do Governo – que não tem medo de António Costa e José Sócrates.