Grandes figuras da nossa democracia que seria conveniente conhecer a fundo

12-10-2015
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Tomemos o dr. Augusto Santos Silva. É um homem que, em princípio, parece amargurado e torcido pelas circunstâncias da vida. Tem feito um trabalho que lhe tem merecido diversos epítetos, entre os quais os de Augusto Santos Chávez, por considerarem que a sua relação com a liberdade de Imprensa não é das mais sérias e estáveis. Além disso, tem um ar de quem não conseguiu dizer ao controleiro do PCP tudo o que lhe ia na alma com medo que o considerem reaccionário. Para ele, como para todos os comunistas em espírito, a vida é organizada até ao mais ínfimo pormenor. Vejamos a liberdade de expressão, por exemplo. Augusto não a quer desorganizada e espontânea, mas sim devidamente enquadrada e legislada. Por isso fez uma lei para promover o pluralismo, porque o pluralismo não é, do seu ponto de vista, algo que existe porque todos se podem pronunciar, mas sim um bem que deve ter peso, conta e medida. O pluralismo, para Santos Silva, deve ser exercido com disciplina férrea. Com medidas precisas, contadas ao segundo ou ao milésimo de segundo. Enfim, dele se diz tudo. Mas eu, que o conheço, posso afirmar que, no fundo, é boa pessoa!

Vejamos outro exemplo: o de Santana Lopes. É um desorganizado pessoal e mental. Um homem que gosta de festas e de saídas nocturnas nos intervalos da política, actividade que deixa de exercer a espaços regulares, depois de anunciar por toda a Comunicação Social que jamais a ela voltará. Volta sempre, como volta também às mulheres que deixou porque, no fundo, no fundo - e eu que o conheço posso afirmar - o Santana é um bom rapaz!

Ou o Alberto João Jardim. Típico castiço fadista madeirense com ares de mandão. Um homem desbragado, com uma forma de dizer e de fazer que parece ultrapassar, em muito, as formas urbanas, civilizadas, de fazer política. Em matéria orçamental é um regabofe, com dívidas perdoadas a cada quinquénio. Tem o humor de uma casa de pasto por volta das duas da manhã e parece que persegue adversários políticos com frases assassinas. Dele, quase todos dizem isto e mais. Mas eu, que o conheço, posso assegurar que, no fundo, lá muito no fundo, tem um coração que chora com a miséria e se aflige com a maldade. Não, meus caros, o Alberto João, também ele, é no fundo um bom companheiro!

Ou, ainda, para sairmos da política, o Carlos Queirós. É o empecilho da nossa selecção. O dedo-frio, o pé-murcho, o cabeça-oca da nossa estratégia futebolística. Digamos que em matéria de resultados desportivos contém em si o segredo do cavalo de Átila: onde põe a pata nunca mais cresce a erva (isto dizia-se do cavalo, é claro). E há ainda quem se lembre do anúncio que fez, há 15 anos, ao consumo matinal de donuts - desgraça completa -, bem como há ainda quem recorde o zero-a-zero com a Albânia da semana passada. E depois chamam-lhe professor... Meu Deus! Se é para chamar professor a um treinador de futebol que perde ponham lá o Cavaco... ou o João César das Neves ou o João Carlos Espada, que sendo professores também não percebem nada de futebol. Do Queirós, dizem isto e pior. Mas eu, que o conheço desde que ele perdeu um campeonato para o Sporting com uma equipa que ganhava um campeonato em qualquer sítio do mundo, sei que, no fundo, no fundo, ele é, de facto, um bom português!

São pessoas assim - Santos Silva, Santana, Jardim ou Queirós - que gostava um dia que víssemos no fundo. No fundo de uma coisa qualquer.

Comendador Marques de Correia

Tomemos o dr. Augusto Santos Silva. É um homem que, em princípio, parece amargurado e torcido pelas circunstâncias da vida. Tem feito um trabalho que lhe tem merecido diversos epítetos, entre os quais os de Augusto Santos Chávez, por considerarem que a sua relação com a liberdade de Imprensa não é das mais sérias e estáveis. Além disso, tem um ar de quem não conseguiu dizer ao controleiro do PCP tudo o que lhe ia na alma com medo que o considerem reaccionário. Para ele, como para todos os comunistas em espírito, a vida é organizada até ao mais ínfimo pormenor. Vejamos a liberdade de expressão, por exemplo. Augusto não a quer desorganizada e espontânea, mas sim devidamente enquadrada e legislada. Por isso fez uma lei para promover o pluralismo, porque o pluralismo não é, do seu ponto de vista, algo que existe porque todos se podem pronunciar, mas sim um bem que deve ter peso, conta e medida. O pluralismo, para Santos Silva, deve ser exercido com disciplina férrea. Com medidas precisas, contadas ao segundo ou ao milésimo de segundo. Enfim, dele se diz tudo. Mas eu, que o conheço, posso afirmar que, no fundo, é boa pessoa!

Vejamos outro exemplo: o de Santana Lopes. É um desorganizado pessoal e mental. Um homem que gosta de festas e de saídas nocturnas nos intervalos da política, actividade que deixa de exercer a espaços regulares, depois de anunciar por toda a Comunicação Social que jamais a ela voltará. Volta sempre, como volta também às mulheres que deixou porque, no fundo, no fundo - e eu que o conheço posso afirmar - o Santana é um bom rapaz!

Ou o Alberto João Jardim. Típico castiço fadista madeirense com ares de mandão. Um homem desbragado, com uma forma de dizer e de fazer que parece ultrapassar, em muito, as formas urbanas, civilizadas, de fazer política. Em matéria orçamental é um regabofe, com dívidas perdoadas a cada quinquénio. Tem o humor de uma casa de pasto por volta das duas da manhã e parece que persegue adversários políticos com frases assassinas. Dele, quase todos dizem isto e mais. Mas eu, que o conheço, posso assegurar que, no fundo, lá muito no fundo, tem um coração que chora com a miséria e se aflige com a maldade. Não, meus caros, o Alberto João, também ele, é no fundo um bom companheiro!

Ou, ainda, para sairmos da política, o Carlos Queirós. É o empecilho da nossa selecção. O dedo-frio, o pé-murcho, o cabeça-oca da nossa estratégia futebolística. Digamos que em matéria de resultados desportivos contém em si o segredo do cavalo de Átila: onde põe a pata nunca mais cresce a erva (isto dizia-se do cavalo, é claro). E há ainda quem se lembre do anúncio que fez, há 15 anos, ao consumo matinal de donuts - desgraça completa -, bem como há ainda quem recorde o zero-a-zero com a Albânia da semana passada. E depois chamam-lhe professor... Meu Deus! Se é para chamar professor a um treinador de futebol que perde ponham lá o Cavaco... ou o João César das Neves ou o João Carlos Espada, que sendo professores também não percebem nada de futebol. Do Queirós, dizem isto e pior. Mas eu, que o conheço desde que ele perdeu um campeonato para o Sporting com uma equipa que ganhava um campeonato em qualquer sítio do mundo, sei que, no fundo, no fundo, ele é, de facto, um bom português!

São pessoas assim - Santos Silva, Santana, Jardim ou Queirós - que gostava um dia que víssemos no fundo. No fundo de uma coisa qualquer.

Comendador Marques de Correia

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