O canal que falta

06-07-2011
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No P2 do PÚBLICO de anteontem, Jorge Mourinha concentrava muito bem a razão principal para não privatizar a RTP. Quem é que quer mais uma horrível estação comercial?

Só que a RTP 1 já é uma horrível estação com pretensões comerciais e a RTP 2 já é uma horrível estação com pretensões culturais. Não há dinheiro. E todos nós, sentindo-nos culpados por usufruir do que não pagámos, atropelamo-nos para sugerir maneiras de recuperar algum do dinheiro que "eles" (o Estado; os outros) gastaram em vão ou para nosso avaro bem.

Só há no mundo inteiro um único conjunto de canais de televisão e de rádio que vale a pena: é a BBC. Custa, a quem tenha um televisor, 161 euros por ano. Não é o Estado que paga. O Estado apenas obriga os cidadãos a pagar à volta de 45 cêntimos por dia pela melhor televisão e rádio do mundo. Não tem anúncios. É comercial e politicamente independente. Liga pouco às audiências: a Radio 3 (para música clássica e contemporânea) e a Radio 4 (para jornalismo e teatro radiofónicos) são quase perfeitas. O resto é mau.

Na BBC 2, um programa tão popular como Top Gear pode dizer o que quer (geralmente mal) dos automóveis, porque as marcas não podem pressioná-la com ameaças ou benesses publicitárias. E há canais perfeitos, como a BBC 4. A solução é privatizar a RTP e, ao mesmo tempo, impor, através de um imposto obrigatório, um canal independente. Muito bom. E rico. Todos os nossos canais são maus, maus, maus. Só falta um bom.

No P2 do PÚBLICO de anteontem, Jorge Mourinha concentrava muito bem a razão principal para não privatizar a RTP. Quem é que quer mais uma horrível estação comercial?

Só que a RTP 1 já é uma horrível estação com pretensões comerciais e a RTP 2 já é uma horrível estação com pretensões culturais. Não há dinheiro. E todos nós, sentindo-nos culpados por usufruir do que não pagámos, atropelamo-nos para sugerir maneiras de recuperar algum do dinheiro que "eles" (o Estado; os outros) gastaram em vão ou para nosso avaro bem.

Só há no mundo inteiro um único conjunto de canais de televisão e de rádio que vale a pena: é a BBC. Custa, a quem tenha um televisor, 161 euros por ano. Não é o Estado que paga. O Estado apenas obriga os cidadãos a pagar à volta de 45 cêntimos por dia pela melhor televisão e rádio do mundo. Não tem anúncios. É comercial e politicamente independente. Liga pouco às audiências: a Radio 3 (para música clássica e contemporânea) e a Radio 4 (para jornalismo e teatro radiofónicos) são quase perfeitas. O resto é mau.

Na BBC 2, um programa tão popular como Top Gear pode dizer o que quer (geralmente mal) dos automóveis, porque as marcas não podem pressioná-la com ameaças ou benesses publicitárias. E há canais perfeitos, como a BBC 4. A solução é privatizar a RTP e, ao mesmo tempo, impor, através de um imposto obrigatório, um canal independente. Muito bom. E rico. Todos os nossos canais são maus, maus, maus. Só falta um bom.

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