Microcrédito. A experiência de 4 empresários que recorreram a financiamentos baixos

05-12-2019
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Ainda estava emigrada no Brasil quando Paula Sarreira começou a pensar em soluções para voltar para Portugal. Criar o seu próprio negócio foi a solução encontrada para a empresária de 45 anos regressar ao seu país, e daí até se dedicar às conservas foi um passo. “Regressei a Portugal em Outubro de 2014 já com a ideia pensada. A partir daí comecei a produzir conservas. Testei os produtos no Natal junto de amigos e, como tive bom feed-back, em Março deste ano legalizei o processo junto da Câmara de Torres Vedras”, revela ao i. Nessa altura nasce a empresa Conservas a Oeste.

Como não tinha rendimentos e está há nove anos de licença sem vencimento da PSP, Paula Sarreira optou por recorrer ao microcrédito, onde pediu um financiamento de 7500 euros. Essa verba foi usada para comprar uma carrinha em segunda mão e para adquirir embalagens e rótulos.

Para já, os produtos estão disponíveis em lojas e num restaurante em Torres Vedras. A presença em feiras é outra aposta da empresária e ganha maior fôlego, já que a autarquia não cobra licenças. Abrir uma loja própria é outro dos objectivos, mas reconhece que para isso tem de alargar a produção; por isso, será um projecto a desenvolver a longo prazo. “A produção é micro e, como se trata de um produto caseiro, sai mais caro do que fazer em doses industriais”, diz.

Internacionalização O lançamento da MUCH underwear foi o concretizar de um sonho para Hugo Pires. O empresário de 31 anos trabalhou na área da banca e seguros e, mais tarde, foi para um gabinete de comunicação e marketing de uma marca internacional de moda. A partir daí passou a fazer mais sentido avançar com o seu projecto de roupa interior masculina. “Sou um apaixonado por roupa interior masculina e fazia todo o sentido avançar com um negócio destes, já que os homens não são tão fiéis a marcas como as mulheres e gostam de exibir várias marcas.”

Como o empresário se tinha despedido para se dedicar a 100% ao seu projecto, nem sequer pensou em recorrer ao financiamento bancário. Hugo Pires optou pelo microcrédito, onde pediu um empréstimo de 12 500 euros.

A aposta passa essencialmente pela venda online, mas neste momento a marca já está presente em três lojas e recentemente entrou nos Estados Unidos, através de parcerias. O empresário já está em negociações com mais dois países, Colômbia e Austrália, e futuramente gostaria de abrir uma loja. Mas para já afasta essa ideia: “Ainda não é a altura. Aconteceu tudo muito rápido. Estava a pensar em começar a exportar a partir do início do próximo ano, mas fui contactado pouco tempo depois de ter lançado o projecto”, conta ao i, acrescentando ainda que brevemente espera apostar na roupa de banho e, num futuro próximo, em roupa de ginásio e pijamas. Sempre para homens.

Testar experiência Para Abdelali Fakhri, abrir um negócio foi a forma encontrada para criar o seu próprio emprego e pôr em prática os seus 25 anos de experiência de restauração– surge assim a Tagus Hamburgueria Gourmet. O empresário de 49 anos sempre trabalhou no estrangeiro e pensou: “Já criei tantos conceitos de restauração para as empresas onde trabalhei, porque não desenvolver o meu próprio negócio?”, conta ao i. Além disso, sabia que ao regressar a Portugal não iria conseguir encontrar facilmente um trabalho que lhe agradasse. “Comecei a minha carreira em Londres, fui depois para o Dubai e, mais tarde, para o Brasil, onde trabalhei como director hoteleiro durante cerca de 12 anos em cadeias internacionais como o Marriott, onde desenvolvi dois conceitos: sushi bar e restaurante mediterrânico. Trabalhei também na cadeia de cinemas UCI, a maior empresa de cinemas no Brasil, onde também desenvolvi conceitos de restaurante”, refere.

Recorrer ao microcrédito foi a forma encontrada para adquirir o financiamento de 20 mil euros. Abdelali Fakhri ainda visitou alguns bancos mas, como o projecto ainda estava numa fase de estudos, acabou por desistir. O empresário abriu a hamburgueria com apenas dois trabalhadores, mas rapidamente teve de contratar mais pessoas e hoje conta com 12 colaboradores. “Logo na primeira semana fiquei surpreendido com tanta procura. Os hambúrgueres são recheados, artesanais, e algumas receitas foram criadas por mim. Fazemos todos os dias novos clientes e temos clientes fiéis.” No início do próximo ano, o empresário pretende abrir mais uma unidade em Lisboa e, mais tarde, uma terceira noutro local do país.

Regresso às origens Investir num negócio itinerante foi a solução encontrada por Natália Raposo para contornar a precariedade laboral. A empresária de 38 anos, formada em Educação Física, formou a Sabalentejo, transformou uma carrinha numa espécie de casa alentejana e vende produtos regionais daquela zona como queijos, enchidos, azeite e mel. “Foi uma mudança radical. Sou alentejana, vou lá frequentemente e conheço os pequenos produtores com quem estou a trabalhar”, revela ao i.

Como vive em Leiria, é nesta zona que foca a sua actividade. Para já, a prioridade da empresária é crescer de forma sustentada, uma vez que ainda se trata de um pequeno negócio. “O feedback tem sido positivo e por ser uma carrinha diferente, aliada a um conceito de tradição com um pouco mais de inovação, faz toda a diferença”, refere.

Como sabia que o empréstimo não seria aprovado pelos bancos, optou pelo microcrédito e pediu um financiamento de oito mil euros. Trabalha sozinha e conta que ainda está a ultrapassar todas as burocracias necessárias para um projecto que envolve alimentação.

Ainda estava emigrada no Brasil quando Paula Sarreira começou a pensar em soluções para voltar para Portugal. Criar o seu próprio negócio foi a solução encontrada para a empresária de 45 anos regressar ao seu país, e daí até se dedicar às conservas foi um passo. “Regressei a Portugal em Outubro de 2014 já com a ideia pensada. A partir daí comecei a produzir conservas. Testei os produtos no Natal junto de amigos e, como tive bom feed-back, em Março deste ano legalizei o processo junto da Câmara de Torres Vedras”, revela ao i. Nessa altura nasce a empresa Conservas a Oeste.

Como não tinha rendimentos e está há nove anos de licença sem vencimento da PSP, Paula Sarreira optou por recorrer ao microcrédito, onde pediu um financiamento de 7500 euros. Essa verba foi usada para comprar uma carrinha em segunda mão e para adquirir embalagens e rótulos.

Para já, os produtos estão disponíveis em lojas e num restaurante em Torres Vedras. A presença em feiras é outra aposta da empresária e ganha maior fôlego, já que a autarquia não cobra licenças. Abrir uma loja própria é outro dos objectivos, mas reconhece que para isso tem de alargar a produção; por isso, será um projecto a desenvolver a longo prazo. “A produção é micro e, como se trata de um produto caseiro, sai mais caro do que fazer em doses industriais”, diz.

Internacionalização O lançamento da MUCH underwear foi o concretizar de um sonho para Hugo Pires. O empresário de 31 anos trabalhou na área da banca e seguros e, mais tarde, foi para um gabinete de comunicação e marketing de uma marca internacional de moda. A partir daí passou a fazer mais sentido avançar com o seu projecto de roupa interior masculina. “Sou um apaixonado por roupa interior masculina e fazia todo o sentido avançar com um negócio destes, já que os homens não são tão fiéis a marcas como as mulheres e gostam de exibir várias marcas.”

Como o empresário se tinha despedido para se dedicar a 100% ao seu projecto, nem sequer pensou em recorrer ao financiamento bancário. Hugo Pires optou pelo microcrédito, onde pediu um empréstimo de 12 500 euros.

A aposta passa essencialmente pela venda online, mas neste momento a marca já está presente em três lojas e recentemente entrou nos Estados Unidos, através de parcerias. O empresário já está em negociações com mais dois países, Colômbia e Austrália, e futuramente gostaria de abrir uma loja. Mas para já afasta essa ideia: “Ainda não é a altura. Aconteceu tudo muito rápido. Estava a pensar em começar a exportar a partir do início do próximo ano, mas fui contactado pouco tempo depois de ter lançado o projecto”, conta ao i, acrescentando ainda que brevemente espera apostar na roupa de banho e, num futuro próximo, em roupa de ginásio e pijamas. Sempre para homens.

Testar experiência Para Abdelali Fakhri, abrir um negócio foi a forma encontrada para criar o seu próprio emprego e pôr em prática os seus 25 anos de experiência de restauração– surge assim a Tagus Hamburgueria Gourmet. O empresário de 49 anos sempre trabalhou no estrangeiro e pensou: “Já criei tantos conceitos de restauração para as empresas onde trabalhei, porque não desenvolver o meu próprio negócio?”, conta ao i. Além disso, sabia que ao regressar a Portugal não iria conseguir encontrar facilmente um trabalho que lhe agradasse. “Comecei a minha carreira em Londres, fui depois para o Dubai e, mais tarde, para o Brasil, onde trabalhei como director hoteleiro durante cerca de 12 anos em cadeias internacionais como o Marriott, onde desenvolvi dois conceitos: sushi bar e restaurante mediterrânico. Trabalhei também na cadeia de cinemas UCI, a maior empresa de cinemas no Brasil, onde também desenvolvi conceitos de restaurante”, refere.

Recorrer ao microcrédito foi a forma encontrada para adquirir o financiamento de 20 mil euros. Abdelali Fakhri ainda visitou alguns bancos mas, como o projecto ainda estava numa fase de estudos, acabou por desistir. O empresário abriu a hamburgueria com apenas dois trabalhadores, mas rapidamente teve de contratar mais pessoas e hoje conta com 12 colaboradores. “Logo na primeira semana fiquei surpreendido com tanta procura. Os hambúrgueres são recheados, artesanais, e algumas receitas foram criadas por mim. Fazemos todos os dias novos clientes e temos clientes fiéis.” No início do próximo ano, o empresário pretende abrir mais uma unidade em Lisboa e, mais tarde, uma terceira noutro local do país.

Regresso às origens Investir num negócio itinerante foi a solução encontrada por Natália Raposo para contornar a precariedade laboral. A empresária de 38 anos, formada em Educação Física, formou a Sabalentejo, transformou uma carrinha numa espécie de casa alentejana e vende produtos regionais daquela zona como queijos, enchidos, azeite e mel. “Foi uma mudança radical. Sou alentejana, vou lá frequentemente e conheço os pequenos produtores com quem estou a trabalhar”, revela ao i.

Como vive em Leiria, é nesta zona que foca a sua actividade. Para já, a prioridade da empresária é crescer de forma sustentada, uma vez que ainda se trata de um pequeno negócio. “O feedback tem sido positivo e por ser uma carrinha diferente, aliada a um conceito de tradição com um pouco mais de inovação, faz toda a diferença”, refere.

Como sabia que o empréstimo não seria aprovado pelos bancos, optou pelo microcrédito e pediu um financiamento de oito mil euros. Trabalha sozinha e conta que ainda está a ultrapassar todas as burocracias necessárias para um projecto que envolve alimentação.

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