A Cinco Tons: Lusa volta ao assunto: Évora é a única capital de distrito sem cinema comercial

01-07-2011
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Sérgio Major (agência Lusa)Évora tornou-se a única capital de distrito do país sem a exibição regular de cinema do circuito comercial, desde que viu fechar as duas salas que funcionavam há vários anos e, mais recentemente, a que operava como alternativa.A oferta de cinema em Évora, pela Zon Lusomundo, chegou ao fim em março de 2009, quando os proprietários do centro comercial Eborim, situado no centro histórico da cidade, decidiram encerrar o espaço para que aí fosse instalado o comando da PSP, o que não veio a acontecer.Desde então e até setembro do ano passado, a exibição de cinema comercial passou para o auditório Soror Mariana, adaptado para o efeito, fruto de uma parceria entre a empresa, a Universidade de Évora e o município.“Gastávamos cinco mil euros por mês com a projeção de cinema diário” que era exibido para “meia dúzia de pessoas”, disse à Agência Lusa o presidente do município, José Ernesto Oliveira, sustentando que este “não era um investimento que se justificasse”.“O público não respondeu como nós pensávamos e, por manifesta impossibilidade financeira de mantermos uma situação que era insustentável, acabámos por não dar continuidade a essa função”, justifica.Jorge Banha, que em 2008 recolheu assinaturas contra o fecho de salas de cinema, compara os dias de hoje com o tempo em que Évora tinha “duas salas em que estreavam novos filmes todas as semanas”.“Tínhamos duas salas e, neste momento, não temos nada. Atualmente, somos obrigados a deslocarmo-nos ao Montijo e a Almada, o que se torna dispendioso”, lamenta, apontando como solução a reabertura das salas do Eborim até que o novo centro comercial entre em funcionamento.Já o diretor do Cineclube da Universidade de Évora, João Paulo Macedo, considera que a falta de cinema contribui para “o empobrecimento cultural da cidade” e pede o “envolvimento das entidades com responsabilidade na cidade e na área do cinema” para que assegurem o funcionamento diário do auditório Soror Mariana.A prazo, João Paulo Macedo defende “a dotação da cidade de um espaço cultural, nomeadamente por parte da autarquia, assumindo a responsabilidade de permitir e facilitar o acesso ao cinema por parte da população em geral”.Com duas sessões às quartas-feiras, o auditório Soror Mariana, com gestão do Cineclube da Universidade de Évora e do núcleo de cinema da Sociedade Joaquim António de Aguiar, é a única oferta de cinema na cidade, estando mais vocacionado para uma programação alternativa.Considerando que se trata de “uma situação em que a câmara nada pode fazer”, o presidente do município afirma que a projeção de cinema com regularidade diária não depende da atividade municipal.“Ao longo do ano, temos atividades que podem justificar projeção de filmes, mas não com caráter regular de sessões diárias em condições de conforto e com condições técnicas de projeção de cinema, porque isso não é uma atividade que seja da competência de uma grande câmara”, adverte.Com a abertura do centro comercial Évora Shopping, prevista para a primavera de 2013, José Ernesto Oliveira espera que o cinema comercial possa regressar a Évora “em condições que sejam condignas com a posição e a importância da cidade”.


Sérgio Major (agência Lusa)Évora tornou-se a única capital de distrito do país sem a exibição regular de cinema do circuito comercial, desde que viu fechar as duas salas que funcionavam há vários anos e, mais recentemente, a que operava como alternativa.A oferta de cinema em Évora, pela Zon Lusomundo, chegou ao fim em março de 2009, quando os proprietários do centro comercial Eborim, situado no centro histórico da cidade, decidiram encerrar o espaço para que aí fosse instalado o comando da PSP, o que não veio a acontecer.Desde então e até setembro do ano passado, a exibição de cinema comercial passou para o auditório Soror Mariana, adaptado para o efeito, fruto de uma parceria entre a empresa, a Universidade de Évora e o município.“Gastávamos cinco mil euros por mês com a projeção de cinema diário” que era exibido para “meia dúzia de pessoas”, disse à Agência Lusa o presidente do município, José Ernesto Oliveira, sustentando que este “não era um investimento que se justificasse”.“O público não respondeu como nós pensávamos e, por manifesta impossibilidade financeira de mantermos uma situação que era insustentável, acabámos por não dar continuidade a essa função”, justifica.Jorge Banha, que em 2008 recolheu assinaturas contra o fecho de salas de cinema, compara os dias de hoje com o tempo em que Évora tinha “duas salas em que estreavam novos filmes todas as semanas”.“Tínhamos duas salas e, neste momento, não temos nada. Atualmente, somos obrigados a deslocarmo-nos ao Montijo e a Almada, o que se torna dispendioso”, lamenta, apontando como solução a reabertura das salas do Eborim até que o novo centro comercial entre em funcionamento.Já o diretor do Cineclube da Universidade de Évora, João Paulo Macedo, considera que a falta de cinema contribui para “o empobrecimento cultural da cidade” e pede o “envolvimento das entidades com responsabilidade na cidade e na área do cinema” para que assegurem o funcionamento diário do auditório Soror Mariana.A prazo, João Paulo Macedo defende “a dotação da cidade de um espaço cultural, nomeadamente por parte da autarquia, assumindo a responsabilidade de permitir e facilitar o acesso ao cinema por parte da população em geral”.Com duas sessões às quartas-feiras, o auditório Soror Mariana, com gestão do Cineclube da Universidade de Évora e do núcleo de cinema da Sociedade Joaquim António de Aguiar, é a única oferta de cinema na cidade, estando mais vocacionado para uma programação alternativa.Considerando que se trata de “uma situação em que a câmara nada pode fazer”, o presidente do município afirma que a projeção de cinema com regularidade diária não depende da atividade municipal.“Ao longo do ano, temos atividades que podem justificar projeção de filmes, mas não com caráter regular de sessões diárias em condições de conforto e com condições técnicas de projeção de cinema, porque isso não é uma atividade que seja da competência de uma grande câmara”, adverte.Com a abertura do centro comercial Évora Shopping, prevista para a primavera de 2013, José Ernesto Oliveira espera que o cinema comercial possa regressar a Évora “em condições que sejam condignas com a posição e a importância da cidade”.

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