O Carmo e a Trindade: Bertrand Russell e a CML

30-06-2011
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BERTRAND RUSSELL, no seu livro Porque não sou Cristão, analisa o velho Argumento da Reparação da Injustiça - segundo o qual este mundo é tão injusto que tem de haver uma vida futura capaz de estabelecer o equilíbrio da existência cá na Terra.Escreve ele:«Suponhamos que recebeis um cabaz de laranjas e, ao abri-lo, descobris que as de cima estão apodrecidas. Por certo que não direis: "debaixo devem estar sãs para que o equilíbrio seja restabelecido", mas sim: "é provável que tudo esteja estragado"»..É com uma situação semelhante que os lisboetas se deparam quando são levados a escolher entre António Costa e Santana Lopes, candidatos a um cargo que ambos já exerceram durante tempo suficiente para se poder concluir que, nem de um nem de outro, virá nada de novo se voltarem a exercê-lo durante mais uns anos.Atenção, que não me refiro a grandes obras (como túneis, parques mayeres, terminais de contentores ou de cruzeiros, aeroportos, travessias do Tejo ou casinos), mas sim aos problemas concretos que infernizam o dia-a-dia dos lisboetas - algo a que ambos os candidatos, porventura porque vivem noutro mundo, se têm mostrado completamente insensíveis.Por sinal, reparo que muitos dos mais entusiastas apoiantes de um ou de outro... não residem em Lisboa. E alguns - como Saramago - nem mesmo em Portugal!.NOTA: Acredito que o facto de Bertrand Russell ter escolhido laranjas para a sua metáfora tenha sido apenas uma coincidência...


BERTRAND RUSSELL, no seu livro Porque não sou Cristão, analisa o velho Argumento da Reparação da Injustiça - segundo o qual este mundo é tão injusto que tem de haver uma vida futura capaz de estabelecer o equilíbrio da existência cá na Terra.Escreve ele:«Suponhamos que recebeis um cabaz de laranjas e, ao abri-lo, descobris que as de cima estão apodrecidas. Por certo que não direis: "debaixo devem estar sãs para que o equilíbrio seja restabelecido", mas sim: "é provável que tudo esteja estragado"»..É com uma situação semelhante que os lisboetas se deparam quando são levados a escolher entre António Costa e Santana Lopes, candidatos a um cargo que ambos já exerceram durante tempo suficiente para se poder concluir que, nem de um nem de outro, virá nada de novo se voltarem a exercê-lo durante mais uns anos.Atenção, que não me refiro a grandes obras (como túneis, parques mayeres, terminais de contentores ou de cruzeiros, aeroportos, travessias do Tejo ou casinos), mas sim aos problemas concretos que infernizam o dia-a-dia dos lisboetas - algo a que ambos os candidatos, porventura porque vivem noutro mundo, se têm mostrado completamente insensíveis.Por sinal, reparo que muitos dos mais entusiastas apoiantes de um ou de outro... não residem em Lisboa. E alguns - como Saramago - nem mesmo em Portugal!.NOTA: Acredito que o facto de Bertrand Russell ter escolhido laranjas para a sua metáfora tenha sido apenas uma coincidência...

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