O Carmo e a Trindade: Lisboa: Urbanismo e construção... Eis como o calendário das coisas pode estragar um procedimento que, adoptado noutro cenário, teria sido aplaudido...

30-06-2011
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Vou referir a exoneração de seis dirigentes da área do Urbanismo feita por António Costa na quinta-feira passada. Primeiro aviso à navegação: não vou defender os demitidos; vou defender a tese de que o procedimento foi errado no tempo: há aqui um erro de calendário. O ponto, do meu ponto de vista, é que as pessoas agora exoneradas, se não têm a confiança de António Costa e ou de Manuel Salgado ou se algum destes eleitos entende que deve substituí-los, isso é perfeitamente entendível e é normal. Mas então devia ter sido assinado o despacho de exoneração fora da guerra da Sindicância (suponho que o leitor sabe do que se trata... Se não sabe, pode ir por aqui dentro: 1, 2, 3, 4).Porquê fora da guerra da Sindicância? Por todas as razões: 1. Escusava de António Costa ter de agora vir esclarecer que nem todos estes seis casos são relacionáveis com a Sindicância mas sim com questões de confiança necessária nos dirigentes dos Serviços e admito que neste do Urbanismo ainda mais...; 2. Escusava-se aquela chinfrineira desde quarta à noite no 'Sol' até quinta durante a tarde nos sites e sobretudo à noite nos telejornais e sexta nos diários e sábado nos semanários..., onde se fez de tudo mesnos informação: a baralhação é tal que nem os nomes e cargos das pessoas acertavam com a realidade e sobretudo era dado como exonerado um dirigente que nem sequer o foi; 3. Escusava-se este cenário que condeno de enlamear objectivamente (mesmo que a intenção nem de longe o seja e quero acreditar que o não é) sem primeiro ouvir: o contraditório, está a ver...?; 4. Escusava-se este chavascal de virem agora pessoas que possivelmente têm contas a prestar colocar-se no papel de vítimas ofendidas.Tudo por causa do calendário.Tivesse havido não nesta semana mas no início do mandato (no mês de Agosto ou Setembro, por exemplo) estas e eventualmente outras exonerações e substituições de dirigentes e teriam sido consideradas bem oportunas e necessárias... Afinal estamos a falar do Urbanismo da CML!!NotaEscusava-se, por exemplo, de ler no 'JN'/Figuras de hoje, domingo, a confirmar que para a opinião pública a coisa fica-se por aqui: «Dois directores e quatro chefes de divisão do Departamento de Gestão Urbanística da CML foram exonerados na sequência de uma sindicância do Ministério Público. Costa não quererá perder a ocasião de fazer uma limpeza a fundo num sector de muitos interesses. »Leu bem? «Na sequência»! Ponto. Isto, apesar de António Costa ter respondido expressamente que as exonerações não derivam de suspeitas sobre os exonerados (1)... De nada lhe valeu, como se continua a ver.____(1) Ver, por exemplo, aqui: «Questionado por mim (Helena Roseta) sobre se havia nexo de causalidade entre as duas coisas – o relatório e as exonerações – António Costa respondeu que não. O que havia era quebra de confiança (subentenda-se, confiança política) e por isso tinham sido decididas as seis exonerações.»


Vou referir a exoneração de seis dirigentes da área do Urbanismo feita por António Costa na quinta-feira passada. Primeiro aviso à navegação: não vou defender os demitidos; vou defender a tese de que o procedimento foi errado no tempo: há aqui um erro de calendário. O ponto, do meu ponto de vista, é que as pessoas agora exoneradas, se não têm a confiança de António Costa e ou de Manuel Salgado ou se algum destes eleitos entende que deve substituí-los, isso é perfeitamente entendível e é normal. Mas então devia ter sido assinado o despacho de exoneração fora da guerra da Sindicância (suponho que o leitor sabe do que se trata... Se não sabe, pode ir por aqui dentro: 1, 2, 3, 4).Porquê fora da guerra da Sindicância? Por todas as razões: 1. Escusava de António Costa ter de agora vir esclarecer que nem todos estes seis casos são relacionáveis com a Sindicância mas sim com questões de confiança necessária nos dirigentes dos Serviços e admito que neste do Urbanismo ainda mais...; 2. Escusava-se aquela chinfrineira desde quarta à noite no 'Sol' até quinta durante a tarde nos sites e sobretudo à noite nos telejornais e sexta nos diários e sábado nos semanários..., onde se fez de tudo mesnos informação: a baralhação é tal que nem os nomes e cargos das pessoas acertavam com a realidade e sobretudo era dado como exonerado um dirigente que nem sequer o foi; 3. Escusava-se este cenário que condeno de enlamear objectivamente (mesmo que a intenção nem de longe o seja e quero acreditar que o não é) sem primeiro ouvir: o contraditório, está a ver...?; 4. Escusava-se este chavascal de virem agora pessoas que possivelmente têm contas a prestar colocar-se no papel de vítimas ofendidas.Tudo por causa do calendário.Tivesse havido não nesta semana mas no início do mandato (no mês de Agosto ou Setembro, por exemplo) estas e eventualmente outras exonerações e substituições de dirigentes e teriam sido consideradas bem oportunas e necessárias... Afinal estamos a falar do Urbanismo da CML!!NotaEscusava-se, por exemplo, de ler no 'JN'/Figuras de hoje, domingo, a confirmar que para a opinião pública a coisa fica-se por aqui: «Dois directores e quatro chefes de divisão do Departamento de Gestão Urbanística da CML foram exonerados na sequência de uma sindicância do Ministério Público. Costa não quererá perder a ocasião de fazer uma limpeza a fundo num sector de muitos interesses. »Leu bem? «Na sequência»! Ponto. Isto, apesar de António Costa ter respondido expressamente que as exonerações não derivam de suspeitas sobre os exonerados (1)... De nada lhe valeu, como se continua a ver.____(1) Ver, por exemplo, aqui: «Questionado por mim (Helena Roseta) sobre se havia nexo de causalidade entre as duas coisas – o relatório e as exonerações – António Costa respondeu que não. O que havia era quebra de confiança (subentenda-se, confiança política) e por isso tinham sido decididas as seis exonerações.»

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