O novo governo de tecnocratas pode desbloquear o regime

13-10-2015
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António José Seguro já está a afiar o dente. Só volta ao poder em novas eleições. Primeiro que venha o governo de tecnocratas (à Mário Monti ) para fazer o trabalho mais difícil. O PS fica fora do executivo, viabiliza-o na Assembleia da República e aguarda o seu desgaste entre os portugueses. Nas eleições de 2015 (ou um pouco antes) Seguro tem a certeza que o poder lhe cairá no colo.

Para o PSD, o governo de tecnocratas também pode ser a solução para desfazer o nó em que Passos colocou o partido e o país com a TSU. Os social-democratas também viabilizariam o novo governo pelas mesmas razões que o PS. E também teriam anseios de regresso ao poder em 2015. Regenerados, com uma nova liderança. Para já, e não sendo provável que Passos fique sequer como líder do PSD, pode uma das segundas linhas do partido avançar e tentar a sua sorte (Marco António?). Se não vier ai uma troika laranja, como a que governou o partido após a queda do II Governo de Francisco Pinto Balsemão.

Ao abandonar o poder, o PSD resolve ainda o grande problema das eleições autárquicas de 2013, cujos resultados ameaçavam ser um terramoto laranja. As perspectivas social-democratas melhoram muito. Também em Lisboa. Fernando Seara fugia com medo da derrota. Agora poderá regressar à corrida....

São as expectativas de retirar benefícios que levam, no fundo, PS e PSD a poder permitir um governo de tecnocratas. É a continuação do seu habitual tacticismo. Estão convencidos que os portugueses, que votam laranja e rosa há quase 40 anos, não conseguirão viver sem eles após o interregno tecnocrata

A grande oportunidade do país pode estar aqui, neste autismo de socialistas e social-democratas

Se os tecnocratas forem reformadores, doa a quem doer, demolirem interesses e corporações, forem justos, equilibrados e solidários com os que mais precisam, explicarem as suas medidas à sociedade civil e levarem esta (igual a eles) a participarem cada vez mais na vida pública, há uma viragem de 180 graus no país.

Um governo assim tinha margem para pedir os sacrifícios que achasse adequados aos portugueses. Levando-os a acreditarem em alguém, acreditarem que vai valer a pena, saindo do ciclo doentio de votos no PS e PSD, promessas, ilusões, que depois nunca se confirmaram na governação (na entrevista de ontem à RTP, António José Seguro provou que é mais um vendedor de sonhos que depois se transformam em pesadelos)

Com a lufada de ar fresco, tudo indica que surgiriam novas formas de vida, novas formas de fazer política, novos partidos mais próximos dos cidadãos.

Autárquicas ( e europeias, também em 2013) podem ser as últimas eleições em que PS e PSD vão dividir o bolo.

Tudo depende agora de Cavaco Silva. Se der luz verde a um governo de tecnocratas, estes não podem ser "engagés" no PS e no PSD. Porque senão mantêm-se vicíos e bloqueios. É também a grande oportunidade de Cavaco acertar contas consigo próprio e com a História. É como voltar a fazer a rodagem do carro à Figueira da Foz para acabar com o Bloco Central. Mas desta vez matando o seu próprio partido.

António José Seguro já está a afiar o dente. Só volta ao poder em novas eleições. Primeiro que venha o governo de tecnocratas (à Mário Monti ) para fazer o trabalho mais difícil. O PS fica fora do executivo, viabiliza-o na Assembleia da República e aguarda o seu desgaste entre os portugueses. Nas eleições de 2015 (ou um pouco antes) Seguro tem a certeza que o poder lhe cairá no colo.

Para o PSD, o governo de tecnocratas também pode ser a solução para desfazer o nó em que Passos colocou o partido e o país com a TSU. Os social-democratas também viabilizariam o novo governo pelas mesmas razões que o PS. E também teriam anseios de regresso ao poder em 2015. Regenerados, com uma nova liderança. Para já, e não sendo provável que Passos fique sequer como líder do PSD, pode uma das segundas linhas do partido avançar e tentar a sua sorte (Marco António?). Se não vier ai uma troika laranja, como a que governou o partido após a queda do II Governo de Francisco Pinto Balsemão.

Ao abandonar o poder, o PSD resolve ainda o grande problema das eleições autárquicas de 2013, cujos resultados ameaçavam ser um terramoto laranja. As perspectivas social-democratas melhoram muito. Também em Lisboa. Fernando Seara fugia com medo da derrota. Agora poderá regressar à corrida....

São as expectativas de retirar benefícios que levam, no fundo, PS e PSD a poder permitir um governo de tecnocratas. É a continuação do seu habitual tacticismo. Estão convencidos que os portugueses, que votam laranja e rosa há quase 40 anos, não conseguirão viver sem eles após o interregno tecnocrata

A grande oportunidade do país pode estar aqui, neste autismo de socialistas e social-democratas

Se os tecnocratas forem reformadores, doa a quem doer, demolirem interesses e corporações, forem justos, equilibrados e solidários com os que mais precisam, explicarem as suas medidas à sociedade civil e levarem esta (igual a eles) a participarem cada vez mais na vida pública, há uma viragem de 180 graus no país.

Um governo assim tinha margem para pedir os sacrifícios que achasse adequados aos portugueses. Levando-os a acreditarem em alguém, acreditarem que vai valer a pena, saindo do ciclo doentio de votos no PS e PSD, promessas, ilusões, que depois nunca se confirmaram na governação (na entrevista de ontem à RTP, António José Seguro provou que é mais um vendedor de sonhos que depois se transformam em pesadelos)

Com a lufada de ar fresco, tudo indica que surgiriam novas formas de vida, novas formas de fazer política, novos partidos mais próximos dos cidadãos.

Autárquicas ( e europeias, também em 2013) podem ser as últimas eleições em que PS e PSD vão dividir o bolo.

Tudo depende agora de Cavaco Silva. Se der luz verde a um governo de tecnocratas, estes não podem ser "engagés" no PS e no PSD. Porque senão mantêm-se vicíos e bloqueios. É também a grande oportunidade de Cavaco acertar contas consigo próprio e com a História. É como voltar a fazer a rodagem do carro à Figueira da Foz para acabar com o Bloco Central. Mas desta vez matando o seu próprio partido.

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