Nem Seguro nem Costa. Nesta tasca ganhou a alheira

09-10-2015
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Política Nem Seguro nem Costa. Nesta tasca ganhou a alheira 10.09.2014 15h06 333 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: Acompanhámos o debate Costa-Seguro numa tasca de Alfama, em Lisboa. Conclusão: eles "agora prometem tudo" mas ninguém ouviu nada. Paula Cosme Pinto (texto) e João Santos Duarte (vídeo) Entre bitoques e imperiais, em Alfama quem acabou por levar ontem a melhor durante o debate entre António Costa e António José Seguro foi a alheira. "As pessoas que fogem aos estereótipos são perseguidas e silenciadas. Foi assim que surgiu a alheira em Portugal. Hoje, a história repete-se, mas de outras formas", comentava ontem Duarte de Almeida com uma alheira na mão, atrás do balcão corrido do restaurante Sardinha. Amante de metáforas e "descrente nos políticos de hoje", este comerciante de Alfama não se referia a nenhum dos candidatos à liderança do PS, mas sim aos que nunca lá chegam porque "o sistema" não permite". "E a televisão tem tido um efeito muito pérfido nisto", conclui o homem de 59 anos, enquanto cortava mais um naco de carne para meter na frigideira. "O PS tem tudo para ser um bom aliado, mas no todo peca muito. Não tenho consagrado muito do meu tempo para fazer a análise destes dois senhores, mas há que esperar para ver." Duarte de Almeida enfia-se novamente na cozinha e a televisão começa a transmitir o primeiro de três debates entre Costa e Seguro, mas ninguém no restaurante reage. Naquela tasca habitualmente frequentada por alunos do ISPA e gentes daquele bairro castiço, mais ninguém além do dono comenta a situação política.  Baixar o IVA? "Eles agora prometem tudo..." Enquanto Seguro acusa Costa de deslealdade e traição, um pequeno grupo de jovens sentados a beber um jarro de vinho ri-se das últimas novidades do Facebook com os telemóveis de última geração em riste. Na televisão, Costa riposta e diz que não encontra em Seguro condições para a liderança do país. Mas embora o som até esteja bem alto, ninguém para para ouvir. Duarte de Almeida vai espreitando pela pequena janela da cozinha, mas não comenta. Só abana a cabeça e ri quando António José Seguro garante que vai baixar o IVA na restauração. "Eles agora prometem tudo..."Na televisão, Seguro e Costa continuam a tratar-se por "tu", como se estivessem numa conversa de velhos camaradas. Num tom que sugere que talvez até pudessem estar a tê-la numa daquelas mesas de restaurante de Alfama. O movimento à terça-feira à noite não é muito, mas nem os clientes sentados, nem os que foram entrando durante o debate para comprar imperiais pareceram notar que no pequeno ecrã se discutia a liderança do PS e, possivelmente, a do país. Foi assim até ao fim. Nada que surpreendesse Duarte de Almeida, que ano após ano acompanha os muitos clientes que fazem do seu restaurante uma segunda casa graças à sua simpatia e petiscos baratos. "As pessoas hoje em dia vivem alheadas, só usam a televisão para ver novelas e séries, quando passa política mudam de canal", opina com as mãos na cintura e ar desgostoso. "Por um lado, os pais não têm tempo para educar os filhos para a consciência política, por outro lado os políticos estão totalmente descredibilizados. As pessoas nem sequer vão votar, quanto mais querem lá saber de debates destes." Palavras-chave debate eleições PS costa António José primárias antónio Seguro Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

Política Nem Seguro nem Costa. Nesta tasca ganhou a alheira 10.09.2014 15h06 333 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: Acompanhámos o debate Costa-Seguro numa tasca de Alfama, em Lisboa. Conclusão: eles "agora prometem tudo" mas ninguém ouviu nada. Paula Cosme Pinto (texto) e João Santos Duarte (vídeo) Entre bitoques e imperiais, em Alfama quem acabou por levar ontem a melhor durante o debate entre António Costa e António José Seguro foi a alheira. "As pessoas que fogem aos estereótipos são perseguidas e silenciadas. Foi assim que surgiu a alheira em Portugal. Hoje, a história repete-se, mas de outras formas", comentava ontem Duarte de Almeida com uma alheira na mão, atrás do balcão corrido do restaurante Sardinha. Amante de metáforas e "descrente nos políticos de hoje", este comerciante de Alfama não se referia a nenhum dos candidatos à liderança do PS, mas sim aos que nunca lá chegam porque "o sistema" não permite". "E a televisão tem tido um efeito muito pérfido nisto", conclui o homem de 59 anos, enquanto cortava mais um naco de carne para meter na frigideira. "O PS tem tudo para ser um bom aliado, mas no todo peca muito. Não tenho consagrado muito do meu tempo para fazer a análise destes dois senhores, mas há que esperar para ver." Duarte de Almeida enfia-se novamente na cozinha e a televisão começa a transmitir o primeiro de três debates entre Costa e Seguro, mas ninguém no restaurante reage. Naquela tasca habitualmente frequentada por alunos do ISPA e gentes daquele bairro castiço, mais ninguém além do dono comenta a situação política.  Baixar o IVA? "Eles agora prometem tudo..." Enquanto Seguro acusa Costa de deslealdade e traição, um pequeno grupo de jovens sentados a beber um jarro de vinho ri-se das últimas novidades do Facebook com os telemóveis de última geração em riste. Na televisão, Costa riposta e diz que não encontra em Seguro condições para a liderança do país. Mas embora o som até esteja bem alto, ninguém para para ouvir. Duarte de Almeida vai espreitando pela pequena janela da cozinha, mas não comenta. Só abana a cabeça e ri quando António José Seguro garante que vai baixar o IVA na restauração. "Eles agora prometem tudo..."Na televisão, Seguro e Costa continuam a tratar-se por "tu", como se estivessem numa conversa de velhos camaradas. Num tom que sugere que talvez até pudessem estar a tê-la numa daquelas mesas de restaurante de Alfama. O movimento à terça-feira à noite não é muito, mas nem os clientes sentados, nem os que foram entrando durante o debate para comprar imperiais pareceram notar que no pequeno ecrã se discutia a liderança do PS e, possivelmente, a do país. Foi assim até ao fim. Nada que surpreendesse Duarte de Almeida, que ano após ano acompanha os muitos clientes que fazem do seu restaurante uma segunda casa graças à sua simpatia e petiscos baratos. "As pessoas hoje em dia vivem alheadas, só usam a televisão para ver novelas e séries, quando passa política mudam de canal", opina com as mãos na cintura e ar desgostoso. "Por um lado, os pais não têm tempo para educar os filhos para a consciência política, por outro lado os políticos estão totalmente descredibilizados. As pessoas nem sequer vão votar, quanto mais querem lá saber de debates destes." Palavras-chave debate eleições PS costa António José primárias antónio Seguro Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

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