António José Seguro virou Estaline (só falta mesmo o bigode!)

14-10-2015
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1. Já se sabe que António José Seguro foi o militante escolhido pelo PS para expiar os pecados cometidos durante a era de José Sócrates. Já se sabe que António José Seguro é um líder fantoche: tem um prazo de validade limitado, enquanto o PS encontra a sua verdadeira estratégia e o líder que defrontará Pedro Passos Coelho.

António José Seguro é um erro de casting como líder socialista - há pessoas que não têm habilidade política nenhuma e não conseguem viver com esta constatação. António José Seguro é uma dessas pessoas: jamais será um grande (sequer bom) número um. Quanto muito, chega a braço-direito do líder ou a líder parlamentar. E chega. Fique-se por aí.

Em suma: António José Seguro é um desastre, uma comédia, uma anedota (ainda que sádica), uma nulidade como líder. Ponto final.

2. O que ninguém esperava era que António José Seguro revelasse o seu lado ditatorial. Sejamos sérios: António José Seguro sempre foi conotado com a ala mais à esquerda do PS. E a ala socialista mais radical ficou em êxtase com a sua eleição. Porém, nunca imaginávamos que Seguro fosse tão radical e se inspirasse em Estaline para manter o seu PS em ordem.

Veja-se o que sucedeu ontem com as alterações ao funcionamento do partido aprovadas pelo Conselho Nacional. Nem sequer vou abordar a questão de se saber se violou ou não os estatutos do PS - tenho 99% de certezas que sim, embora o comunicado do PS em resposta a Marcelo Rebelo de Sousa) desminta categoricamente (decerto vão inventar uma mentira brilhante para ver se pega: e aí se verá o grau de inteligência e sensatez políticas dos militantes socialistas, conforme comprem a banha da cobra ou não).

O ponto relevante é o assumir, de uma vez por todas, da fraqueza política de António José Seguro. Então, o líder do PS não consegue acalmar, unir as suas hostes, acabando de vez com o revivalismo socrático; não consegue definir um rumo estratégico para o seu partido; consegue a proeza de os portugueses cada vez mais se distanciarem do PS, apesar de o Governo em funções estar posicionado à direita como nenhum outro na nossa História político-constitucional - e julga que a solução é aniquilar os seus adversários aprovando alterações ao funcionamento do partido, aproximando o PS do Partido Comunista!

Que grande Seguro! Ui, que homem de Estado o PS foi encontrar! Que dignidade política! Comparado com António José Seguro, José Sócrates foi um grande democrata! António José Seguro - que aprendeu, na JS e na máquina do PS, as jogadinhas baixas que, infelizmente, fazem o pão nosso de cada dia na política portuguesa - pode ser um homem de carácter. E é certamente. Mas não tem carácter político: quem muda as regras a seu favor para criar uma fortaleza estatutária em sua defesa, não é politicamente sério, nem honesto.

Numa frase: António José Seguro foi politicamente incompetente, insensato e começou a precipitar o seu fim político. Perdeu a maioria esmagadora do partido (pelo menos dos seus militantes) e começou a perder ainda mais o país! Seguro está ferido de morte. E a culpa é dele.

3. Por último, é interessante notar que o alargamento do mandato do secretário-geral do PS para fazer coincidir com o ciclo legislativo é uma medida com fotografia: visa forçar António Costa a declarar se quer ser candidato a líder do PS já no próximo ano. O que apanha António Costa desprevenido e obriga-o a ter de apressar os seus timings para chegar à liderança do PS.

Objetivamente, António José Seguro complicou a vida a António osta: num espaço de menos de um ano, montar uma máquina para combater e vencer o poder instalado é complicado? Mas a fraqueza de António José Seguro é grande (enorme!) e Costa sabe-o melhor do que ninguém... As práticas estalinistas nunca deram bom resultado!

Email: politicoesfera@gmail.com

1. Já se sabe que António José Seguro foi o militante escolhido pelo PS para expiar os pecados cometidos durante a era de José Sócrates. Já se sabe que António José Seguro é um líder fantoche: tem um prazo de validade limitado, enquanto o PS encontra a sua verdadeira estratégia e o líder que defrontará Pedro Passos Coelho.

António José Seguro é um erro de casting como líder socialista - há pessoas que não têm habilidade política nenhuma e não conseguem viver com esta constatação. António José Seguro é uma dessas pessoas: jamais será um grande (sequer bom) número um. Quanto muito, chega a braço-direito do líder ou a líder parlamentar. E chega. Fique-se por aí.

Em suma: António José Seguro é um desastre, uma comédia, uma anedota (ainda que sádica), uma nulidade como líder. Ponto final.

2. O que ninguém esperava era que António José Seguro revelasse o seu lado ditatorial. Sejamos sérios: António José Seguro sempre foi conotado com a ala mais à esquerda do PS. E a ala socialista mais radical ficou em êxtase com a sua eleição. Porém, nunca imaginávamos que Seguro fosse tão radical e se inspirasse em Estaline para manter o seu PS em ordem.

Veja-se o que sucedeu ontem com as alterações ao funcionamento do partido aprovadas pelo Conselho Nacional. Nem sequer vou abordar a questão de se saber se violou ou não os estatutos do PS - tenho 99% de certezas que sim, embora o comunicado do PS em resposta a Marcelo Rebelo de Sousa) desminta categoricamente (decerto vão inventar uma mentira brilhante para ver se pega: e aí se verá o grau de inteligência e sensatez políticas dos militantes socialistas, conforme comprem a banha da cobra ou não).

O ponto relevante é o assumir, de uma vez por todas, da fraqueza política de António José Seguro. Então, o líder do PS não consegue acalmar, unir as suas hostes, acabando de vez com o revivalismo socrático; não consegue definir um rumo estratégico para o seu partido; consegue a proeza de os portugueses cada vez mais se distanciarem do PS, apesar de o Governo em funções estar posicionado à direita como nenhum outro na nossa História político-constitucional - e julga que a solução é aniquilar os seus adversários aprovando alterações ao funcionamento do partido, aproximando o PS do Partido Comunista!

Que grande Seguro! Ui, que homem de Estado o PS foi encontrar! Que dignidade política! Comparado com António José Seguro, José Sócrates foi um grande democrata! António José Seguro - que aprendeu, na JS e na máquina do PS, as jogadinhas baixas que, infelizmente, fazem o pão nosso de cada dia na política portuguesa - pode ser um homem de carácter. E é certamente. Mas não tem carácter político: quem muda as regras a seu favor para criar uma fortaleza estatutária em sua defesa, não é politicamente sério, nem honesto.

Numa frase: António José Seguro foi politicamente incompetente, insensato e começou a precipitar o seu fim político. Perdeu a maioria esmagadora do partido (pelo menos dos seus militantes) e começou a perder ainda mais o país! Seguro está ferido de morte. E a culpa é dele.

3. Por último, é interessante notar que o alargamento do mandato do secretário-geral do PS para fazer coincidir com o ciclo legislativo é uma medida com fotografia: visa forçar António Costa a declarar se quer ser candidato a líder do PS já no próximo ano. O que apanha António Costa desprevenido e obriga-o a ter de apressar os seus timings para chegar à liderança do PS.

Objetivamente, António José Seguro complicou a vida a António osta: num espaço de menos de um ano, montar uma máquina para combater e vencer o poder instalado é complicado? Mas a fraqueza de António José Seguro é grande (enorme!) e Costa sabe-o melhor do que ninguém... As práticas estalinistas nunca deram bom resultado!

Email: politicoesfera@gmail.com

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