Kitanda: A minha casa

30-06-2011
marcar artigo

A minha casa

...É fácil de localizar

É fácil de encontrar,

Basta ires sempre em frente

Para além da linha do horizonte

É fácil concerteza

Primeiro encontras lixo

Lixo e pessoas em convivência

E em harmonia,

Lixo na parte de baixo

E na parte de cima

Lixo e pessoas em convivência íntima

Mais adiante

E com o mau cheiro crescente

Encontras uma lagoa

E nela, crianças a banharem

Crianças a brincarem

Na maior, numa boa

Mais a frente

Entras em becos estreitos

Becos pequenos e apertaditos

É fácil, é só teres isto em mente

Becos e suas enxurradas

Becos e suas águas estagnadas

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte

Lá onde a água corrente

Lá onde a água potável

Passa muito distante

E da cor do invisível!

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte

Lá onde a luz eléctrica

Connosco brinca

Qual nuvem passageira

Que ora vai, ora vem zombateira!

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte

Cheiro de kaporroto no ar

Cheiro de kimbombo a vibrar

Nossas bebidas do dia-a-dia

Nossas bebidas nossa companhia

E no quintal da minha casa

Há jovens a falar alto bêbedos

Jovens cansados, frustrados e arrebentados

São os meus kambas

Kambas das bebedeiras e das malambas

É fácil de localizar concerteza,

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte!

Décio Bettencourt Mateus

in "A Fúria do Mar"

Categorias

Entidades

A minha casa

...É fácil de localizar

É fácil de encontrar,

Basta ires sempre em frente

Para além da linha do horizonte

É fácil concerteza

Primeiro encontras lixo

Lixo e pessoas em convivência

E em harmonia,

Lixo na parte de baixo

E na parte de cima

Lixo e pessoas em convivência íntima

Mais adiante

E com o mau cheiro crescente

Encontras uma lagoa

E nela, crianças a banharem

Crianças a brincarem

Na maior, numa boa

Mais a frente

Entras em becos estreitos

Becos pequenos e apertaditos

É fácil, é só teres isto em mente

Becos e suas enxurradas

Becos e suas águas estagnadas

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte

Lá onde a água corrente

Lá onde a água potável

Passa muito distante

E da cor do invisível!

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte

Lá onde a luz eléctrica

Connosco brinca

Qual nuvem passageira

Que ora vai, ora vem zombateira!

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte

Cheiro de kaporroto no ar

Cheiro de kimbombo a vibrar

Nossas bebidas do dia-a-dia

Nossas bebidas nossa companhia

E no quintal da minha casa

Há jovens a falar alto bêbedos

Jovens cansados, frustrados e arrebentados

São os meus kambas

Kambas das bebedeiras e das malambas

É fácil de localizar concerteza,

Sempre em frente

Para além da linha do horizonte!

Décio Bettencourt Mateus

in "A Fúria do Mar"

marcar artigo