Tive nas últimas semanas o privilégio de participar num debate muito estimulante neste blogue sobre os méritos e defeitos da Monarquia e República.A conclusão a que se chegou é que não é a forma do regime que está em causa, mas sim a forma como líderes e cidadãos são socializados politicamente. Socialização política esta que depende da socialização que é feita na família e a escola.Um dos comentadores que participou neste debate citou Agostinho da Silva afirmando que "a verdadeira república é monárquica e a verdadeira monarquia republicana". Que um@ chefe de estado deve estar realmente isent@ de faccionalismos políticos e de governar de forma simbólica e cerimonial, extraindo legitimidade da sua virtude enquanto cidadã@ e líder.Desta forma, em vez de se discutir eternamente qual é o melhor regime, não seria melhor ideia promover uma reforma constitucional que transformasse o actual sistema semi-presidencialista num sistema realmente parlamentar, deste modo criando espaço para que @ Presidente da República exerça as funções simbólicas e moderadoras que caberiam a um@ "presidente rei/rainha"?Ao mesmo tempo, seria uma excelente ideia começar a investir na criação de mecanismos que permitam o desenvolvimento da capacidade interventiva das cidadãos. Isso deve começar nas escolas: Há liceus e universidades que têm "incubadoras de empresas", nas quais apoiam materialmente os primeiros passos das inciativas empresariais dos alunos. Que tal criar programas através dos quais as escolas pudessem incubar iniciativas cidadãs, como associações de moradores, ONGs e movimentos cívicos destinados a resolver problemas locais.Além disso, valeria a pena investir do desenvolvimento da capacidade cívica de adultos no âmbito da "educação ao longo da vida". Um bom exemplo são as "escolas populares" que existem há quase um século na Dinamarca, através das quais adultos têm a possibilidade de seguir cursos que desenvolvem competências de liderança e organização que lhes permitem ser cidadãos mais interventivos. Em alguns casos o próprio estado confere subsídios que permite aos cidadãos fazerem uma pausa na sua carreira profissional para seguir estes cursos.Valeria a pena estudar casos como este para ver de que forma podemos desenvolver um sistema de educação e "incubação" de iniciativas cidadãs que esteja adaptado ao contexto do nosso país.
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Tive nas últimas semanas o privilégio de participar num debate muito estimulante neste blogue sobre os méritos e defeitos da Monarquia e República.A conclusão a que se chegou é que não é a forma do regime que está em causa, mas sim a forma como líderes e cidadãos são socializados politicamente. Socialização política esta que depende da socialização que é feita na família e a escola.Um dos comentadores que participou neste debate citou Agostinho da Silva afirmando que "a verdadeira república é monárquica e a verdadeira monarquia republicana". Que um@ chefe de estado deve estar realmente isent@ de faccionalismos políticos e de governar de forma simbólica e cerimonial, extraindo legitimidade da sua virtude enquanto cidadã@ e líder.Desta forma, em vez de se discutir eternamente qual é o melhor regime, não seria melhor ideia promover uma reforma constitucional que transformasse o actual sistema semi-presidencialista num sistema realmente parlamentar, deste modo criando espaço para que @ Presidente da República exerça as funções simbólicas e moderadoras que caberiam a um@ "presidente rei/rainha"?Ao mesmo tempo, seria uma excelente ideia começar a investir na criação de mecanismos que permitam o desenvolvimento da capacidade interventiva das cidadãos. Isso deve começar nas escolas: Há liceus e universidades que têm "incubadoras de empresas", nas quais apoiam materialmente os primeiros passos das inciativas empresariais dos alunos. Que tal criar programas através dos quais as escolas pudessem incubar iniciativas cidadãs, como associações de moradores, ONGs e movimentos cívicos destinados a resolver problemas locais.Além disso, valeria a pena investir do desenvolvimento da capacidade cívica de adultos no âmbito da "educação ao longo da vida". Um bom exemplo são as "escolas populares" que existem há quase um século na Dinamarca, através das quais adultos têm a possibilidade de seguir cursos que desenvolvem competências de liderança e organização que lhes permitem ser cidadãos mais interventivos. Em alguns casos o próprio estado confere subsídios que permite aos cidadãos fazerem uma pausa na sua carreira profissional para seguir estes cursos.Valeria a pena estudar casos como este para ver de que forma podemos desenvolver um sistema de educação e "incubação" de iniciativas cidadãs que esteja adaptado ao contexto do nosso país.