Horários Escolares

24-09-2015
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A chegada dos computadores portáteis às escolas da região estão a paralisar as redes de internet dos estabelecimentos de ensino. Isto porque o Governo ainda não equipou, tal como havia prometido no âmbito do Plano Tecnológico da Educação, as escolas com fibra óptica, o que leva a que velocidade da internet não ultrapasse os 800 Kbps. A incapacidade de resposta da rede de internet é tal que alguns conselhos executivos decidiram impedir o acesso dos alunos à rede sem fios da escola. Os que não tomaram esta medida têm de, como no caso de Nevogilde, desligar a rede da escola para que 14 alunos possam fazer um teste na disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Governo prometeu fibra óptica em 1200 escolas até Janeiro deste ano Continua em "O Verdadeiro Olhar"

publicado por Margarida às 00:13

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(...) Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem: 'Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano d'alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito (...)' Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo? Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos? Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la. Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por 'alegado teor pornográfico' e o de Inês de Castro igualmente, por 'incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade'.

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do 'lápix' azul? E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor? Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá. Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis. Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo. Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho. Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel. A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí.

Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente... Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer? E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida. Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste

Portugal é apenas 'os meus sentidos pêsames'. Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades. Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah... espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos... Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir 'senhor engenheiro para cá', 'senhor engenheiro para lá'. É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma. Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.

Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso. 'A que novos desastres determinas De levar estes Reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas, Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos e de minas De ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? Que histórias? Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? ' Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,

Uma mãe preocupada Via e-mail do Gil Castro.

publicado por Margarida às 10:51

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Sr. Engº José Sócrates, Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado. Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia). Gostaria de começar por lhe falar do 'Magalhães'. Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.

O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto 'Magalhães': No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães. No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o 'Magalhães' é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o 'Magalhães'. No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros 'Magalhães' na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis. No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um 'Magalhães' debaixo do braço. Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do 'Magalhães'. Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder. Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma. Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o 'Magalhães'? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar um brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora. Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum.

Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus!

Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas. Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via.

Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados. Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é 'obstinado', como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro! Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade. Mas, por falar em Velho do Restelo... ... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar. Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o pisódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) confirmou à TSF que há autarquias que estão a ser notificadas pelo Ministério da Educação para pagarem a factura total ou parcial da Internet dos computadores Magalhães. Segundo a Associação, centenas de cartas timbradas estão a chegar às autarquias para que estas passem a assumir um encargo anual de 300 euros pela ligação à Internet em banda larga de cada computador Magalhães, nomeadamente 45 euros pelo modem e 250 pela ligação. Estas cartas já foram enviadas pelo menos pela Direcção Regional de Educação do Norte e pela Direcção Regional de Educação da Zona Centro. A situação levou a que os autarcas reunissem quarta-feira de urgência o Conselho Directivo, onde foi decidido não assumirem quaisquer responsabilidades ou encargos, apurou a TSF. Neste sentido, a Associação notificou todas as autarquias, incluindo as lideradas por executivos do PS, para não pagarem as facturas. Além disso, a ANMP enviou um pedido de esclarecimentos urgente ao Gabinete da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sobre esta situação. Para as autarquias, são os pais que devem suportar esse encargo, sendo que aqueles que não tiverem condições económicas para tal devem recorrer ao Governo e não às câmaras. Os dirigentes da ANMP contactados pela TSF ironizaram a situação, considerando que é como oferecer uma prenda a alguém e depois pedir à outra pessoa para pagar a conta. Este esclarecimento surge depois da denúncia do deputado do PSD Agostinho Branquinho, feita esta quinta-feira, que acusou o Ministério da Educação de intimar as autarquias a pagarem modems e ligação à Internet dos computadores Magalhães distribuídos a alunos do primeiro ciclo do ensino básico. http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1025123 Senhora ministra, que mau exemplo... Tão amigos que eles eram... Isto não se faz, senhora ministra! Onde ficam as boas maneiras e as regras da boa educação? Então oferecem-se prendas ao "pais dos meninos", sim, porque estes é que contam, e manda-se a conta para o vizinho. Não me parece nada bem... Esta atitude não me espanta. Revela coerência da parte da senhora ministra que, como sempre, decide, manda aplicar e os outros que assumam as responsabilidades e as consequências. Dou as boas-vindas às autarquias...

publicado por Margarida às 19:16

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Empresa já investiu 245 milhões em Portugal

O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, anuncia hoje um conjunto de aplicações exclusivamente desenvolvidas para o Magalhães. O minicomputador produzido em Portugal vai ser o único no mundo com a nova Learning Suite, numa estratégia de exportação assinada também pelo Governo português. Este é o mais recente resultado da pareceria estabelecida entre Portugal e a Microsoft em 2006, que já levou o gigante informático a investir 346 milhões de dólares, cerca de 245 milhões de euros.

O pacote desenvolvido pela Microsoft está dividido em três áreas. Uma de Aprendizagem e Desenvolvimento de Competências, outra de Segurança e Antivírus e uma terceira para Comunicação e Colaboração. Cada uma delas é composta por aplicações com o carimbo da Microsoft. Estes elementos vão estar disponíveis apenas mediante a compra do novo Magalhães. Ou seja, o software não vai estar disponível sem a compra do hardware - na prática, quem já comprou um computador Magalhães não vai poder instalar esta suite como foi preparada pela Microsoft sem a compra de um novo aparelho. (...) in, Diário Notícias

publicado por Margarida às 18:32

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«Magalhães»: Argentina também quer computadores portáteis portugueses A Argentina vai ser o próximo país a receber os computadores portáteis portugueses Magalhães, revelou à Lusa o secretário de Estado das Comunidades. "Creio que Portugal tem aqui mais uma oportunidade de expandir as suas capacidades no que diz respeito também às novas tecnologias, como vem sendo demonstrado, e tem tido muito sucesso em diferentes países, como recentemente se demonstrou com a Venezuela", acrescentou. Se o negócio for por diante, as trocas comerciais bilaterais, altamente favoráveis à Argentina, poderão além de crescer, contribuir para um maior equilíbrio da balança comercial. "A Argentina é um país com muito interesse nesse domínio e as trocas comerciais entre os dois países levarão um incremento razoável, fazendo com que haja, por essa via, um equilíbrio" das trocas comerciais, destacou António Braga. in, Lusa O "Amor" à educação apresentado em forma de "Magalhães" afinal era outro! Os contactos com os países da América Latina multiplicam-se e o negócio vai de vento em poupa. Tanto AMOR… Por cá, já alguém perguntou aos professores do 1º ciclo do ensino básico que utilização vão dar, nas suas aulas, ao “Magalhães”? Ou mesmo, se o vão utilizar? Ou até, se os professores consideram a utilização do “Magalhães” uma mais-valia para a aquisição das competências fundamentais definidas para o 1º ciclo? Mesmo antes de serem feitas estas perguntas, não deveria ter sido feita uma demonstração/formação aos professores deste ciclo, no sentido de perceberem as eventuais potencialidades do “Magalhães” e de que forma o mesmo poderá ser usado como recurso? Pois eu já perguntei e a resposta foi certeira! – Não, nas minhas aulas as crianças não vão usar o “Magalhães”. E assim vai o AMOR…

Santana Castilho - 2008/10/01, in Público

Fornecer tecnologia sem cuidar da literacia que a permite utilizar é drasticamente pobre. Sobre o Magalhães (refiro-me ao computador português feito no estrangeiro) já se escreveram muitos e interessantes comentários, uns a favor e outros contra. Tudo visto, parece-me que resta uma generalizada (mas para mim preocupante) aceitação da medida. Ouviram-se escolas e professores sobre a iniciativa? Não , porque por elas pensa a ministra, para quem o Magalhães constitui "o instrumento principal da democratização do ensino"; ponderou-se o impacto que a tecnologia tem na melhoria do aproveitamento escolar dos jovens, analisando estudos disponíveis sobre a matéria, que concluíram pela sua irrelevância? Não , porque o coordenador do Plano Tecnológico já disse ao que vai: dois alunos por computador em 2010!

Dou de barato não saber que critérios presidiram à escolha deste computador e não de outro, da Intel ou da empresa de Matosinhos, e simplesmente não engulo a fantasia da ausência de custos para o Estado. Mas o que acho verdadeiramente preocupante é a generalizada adesão ao culto duma modernização pacóvia, que tudo resume ao mero mercantilismo (e não utilitarismo, como muitos impropriamente referem o conceito que, enquanto teoria filosófica, é coisa bem diferente). A formação sólida, que constitui a missão da Escola e dos professores, deve assentar numa clara hierarquia de valores: primeiro o conhecimento puro, depois o instrumental. Mas o que se tem feito ultimamente é a secagem das actividades cognitivas, substituindo-as pelas meramente instrumentais. Foi assim que se trocaram clássicos da literatura por textos ditos pragmáticos (simples formulários, notícias jornalísticas ou mensagens publicitárias) e se preferiram as actividades conducentes à aquisição de "competências" em detrimento das actividades de forte componente cognitiva. Foi assim que se enfraqueceu o ensino da Gramática, da Filosofia e da História e se reforçaram iniciativas híbridas ("área projecto" e "estudo acompanhado"). Surpreendente? Não, se tivermos em vista que quem decide são tecnocratas deslumbrados pela tecnologia e convencidos que os "bichavelhos" são suficientes para educar o povo.

Parece-me evidente que há mais gente satisfeita com este bodo de Magalhães a eito que gente insatisfeita e ciente, como eu, de que as crianças do ensino básico não vão aprender melhor a ler e a interpretar o que lerem por causa dos computadores; ou de que não aprenderão mais cedo e melhor a Matemática fundamental por via do Magalhães; ou de que não se iniciarão precocemente na actividade de pensar e perceber o que as rodeia, por via do portátil. E é aí que reside o problema: fornecer tecnologia sem cuidar da literacia que a permite utilizar é drasticamente pobre. O impacto da componente cognitiva do ensino só pode ser comparado com o da sua vertente instrumental por quem conhece as duas e tem do exercício profissional uma autoridade que os tecnocratas desprezam. O tecnocrata é por norma e por formação pouco sólida um fanático da tecnologia, que com ela se satisfaz e nem sequer aprende com a natureza efémera de tantos projectos tecnológicos (lembram-se do ensino assistido por computador, do Minerva, do Nónio, das Cidades Digitais e do endereço electrónico para cada português, entre outros?).

Stuart Mill referiu-se assim a esta questão fundamental do pensamento e da natureza humana:

"É indiscutível que o ser cujas capacidades de prazer são baixas tem uma maior possibilidade de vê-las inteiramente satisfeitas; e um ser superiormente dotado sentirá sempre que qualquer felicidade que possa procurar é imperfeita. (...) É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito; um Sócrates insatisfeito do que um idiota satisfeito. E se o idiota ou o porco têm opinião diferente, é porque apenas conhecem o seu lado da questão. A outra parte da comparação conhece ambos os lados..." Via email do Alexandre Reis que agradeço.

publicado por Margarida às 16:45

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E nem precisa de avaliação, progressão na carreira... só definição (imposição) de OBJECTIVOS.

“Em entrevista à Lusa, o coordenador do PTE revelou ainda que o Governo quer alargar para 100 o número de Academias Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que vão reforçar e certificar as competências dos alunos. Segundo João Trocado da Mata, "está a ser preparada a adesão de mais dez grandes empresas ao programa 'Academias TIC', entre as quais a Intel". Em Junho foram assinados protocolos de colaboração para a abertura das primeiras "Academias TIC", com empresas como a Microsoft, a Oracle e a Cisco, que arrancam ainda este ano com 30 academias. "A expectativa é que seja possível implementar até ao final deste ano lectivo 100 Academias TIC. Poderemos ter 15 ou 16 grandes empresas da economia do conhecimento com cada uma a constituir cinco ou seis academias", explicou o responsável. A formação e certificação em TIC é um dos três eixos de actuação do PTE. O modelo de formação dos docentes já está "desenhado", começando até ao final do ano a formação de formadores e a partir de Janeiro a formação de professores. "Será um modelo modular, sequencial e disciplinarmente orientado. Posso garantir que vamos cumprir a meta de ter 90 por cento dos professores formados e certificados em tecnologias da informação e comunicação em 2010", afirmou.” in, Lusa 90% dos professores diplomados em 2010!!! Mas isto é muito OBJECTIVO”. Está visto que os objectivos individuais do Coordenador do PTE são ambiciosos. Será que nos seus objectivos individuais também contemplou a qualidade da formação que irá ser ministrada ou isto é tudo a bem do diploma e dos 90%. Como depressa e bem há pouco quem…

publicado por Margarida às 12:32

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O choque tecnológico está a chegar às escolas portuguesas. Os alunos portugueses vão ter direito ao Magalhães, um computador produzido pela Intel e subsidiado pelo Governo português. Os governantes acreditam que se juntarmos boa tecnologia (concebida nos Estados Unidos, produzida no Extremo Oriente e embalada em Portugal) a maus alunos, más escolas e maus professores vamos obter génios da física e da matemática.

Alguém anda a confundir as causas com as consequências. A tecnologia não produz físicos e matemáticos. Os físicos e os matemáticos é que produzem tecnologia. Os alunos portugueses têm hoje acesso a computadores baratos porque alguns dos melhores alunos americanos andaram durante décadas a estudar Física e Matemática. A tecnologia é o resultado de bons alunos. Não são os bons alunos que resultam da tecnologia.

(...) O Plano Tecnológico aplicado à educação não passa de pensamento mágico. A história de Bill Gates e Paul Allen sugere que a inovação não resulta da massificação de um produto de consumo. No caso da Microsoft, a inovação (essencialmente comercial) resultou do trabalho de um número reduzido de indivíduos dedicados e com acesso a uma tecnologia rara mas com grande potencial de crescimento. João Miranda, in DN

publicado por Margarida às 22:13

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Prémio de Mérito Ministério da Educação distingue melhores alunos do ensino secundário O Prémio de Mérito Ministério da Educação é instituído com o objectivo de distinguir, em cada escola, o melhor aluno do ensino secundário dos cursos científico-humanísticos e dos cursos profissionais ou tecnológicos. E-escolinha permite o acesso a 500 mil computadores aos alunos do 1.º ciclo O programa e-escola vai ser alargado aos alunos do 1.º ciclo, com a designação de e-escolinha, permitindo o acesso, já no próximo ano lectivo, a 500 mil computadores portáteis vocacionados para crianças dos 6 aos 11 anos. Ministério da Educação oferece um livro a todos os alunos do 1.º ano O Ministério da Educação vai oferecer um livro a todos os 115 mil alunos do 1.º ano de escolaridade, no início do próximo ano lectivo, numa iniciativa que pretende assinalar o início da vida escolar dos alunos, incentivando, desde cedo, o gosto pela leitura. Sócrates anuncia alargamento do programa de entrega de computadores ao 7º ano de escolaridade O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade.

O circo está armado! O primeiro-ministro e o ME preparam-se para o arranque do próximo ano lectivo com a maior campanha mediática alguma vez realizada no país, de limpeza da opinião pública. Que significado poderá ter esta política de facilidade aparente, quando a miséria é o prato mais servido na mesa das famílias portuguesas? Que legitimidade tem um governo para se impor às decisões dos pais, no que diz respeito aos princípios educativos e de vida que cada família pretende passar aos seus filhos? Das crianças dos 6 aos 11 anos é esperado que aprendam a escrever com o lápis e a caneta e que desenvolvam o gosto pela escrita. É esperado que despertem para a leitura e descubram o prazer de ler uma bela história num livrinho colorido. Os brinquedos, é esperado que lhos sejam dados pelos pais, como presentes... E livros... As famílias portuguesas já não podem comprar um livro para os seus filhos!! Tanta generosidade do senhor primeiro-ministro!!! Porque será que a opção das ofertas não recaiu sobre os manuais escolares? Será porque não compram as cabecinhas dos alunos? Será porque a Intel, a Vodafone ou a TMN são parceiros económicos mais apetecíveis e generosos? Vejo nesta medidas uma mega operação de propaganda e de ataque aos professores e às famílias que, mais uma vez, foram ignorados. Sua Ex.cia decide e executa. Num ano lectivo que sabemos se prevê de forte contestação da classe docente, esta limpeza da opinião pública só pode ser mera coincidência. Aos professores resta esperar, calma e sabiamente, que este circo comece a revelar o quanto tem de nefasto e insane. Não se educam gerações de crianças e jovens com políticas de "prendas" que têm por objectivo corromper mentalidades e comprar consciências. A educação é um processo sério, difícil e longo que se constrói dia a dia, com persistência e rigor e com quem está , em cada instante, ao lado das crianças e dos jovens. Esses são os professores e as famílias.

publicado por Margarida às 22:51

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Sócrates anuncia alargamento do programa de entrega de computadores ao 7º ano de escolaridade "O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade." Independentemente dos interesses económicos que todos sabemos que caminham ao lado da imensa boa vontade do nosso primeiro-ministro, esta medida para o ensino básico deve merecer da parte dos professores e encarregados de educação uma ponderação séria. Se por um lado pode constituir uma mais-valia, mesmo para os alunos do ensino secundário desconheço que tenha sido elaborado algum estudo nesse sentido, por outro lado há diversos problemas que se colocam e que terão de ser geridos numa colaboração atenta, entre professores e encarregados de educação. No que diz respeito aos benefícios, é óbvio que um computador disponível para uso diário de cada aluno é excelente para a organização do seu trabalho, para a aquisição de competências TIC, desenvolvimento da autonomia, aquisição de mais e diversificada informação e conhecimento... Tudo isto é lindo, não fora o pequeno pormenor da maioria dos nossos alunos verem o computador portátil como um brinquedo e não como um instrumento de trabalho. Acresce, ainda, que este brinquedo tem potencialidades nocivas e perigosas bem conhecidas de todos. Por outro lado sabemos que a grande maioria dos pais dos nossos alunos têm algumas dificuldades nesta área, pelo que serão facilmente enganados. A somar a tudo isto, acrescento as horas e horas que os alunos vão roubar ao estudo para brincarem com o novo brinquedo. Porque será que é o primeiro-ministro a decidir o momento de dar o computador com Internet aos alunos e não os pais, que são os responsáveis pela sua educação e quem melhor os conhece para decidir qual o momento mais adequado? Esperam-nos, a nós professores e aos pais e encarregados de educação, tempos muito difíceis! Pode até faltar o pão na mesa, mas o portátil, isso é que não! Isto é um primeiro-ministro muito à frente!

O concurso público internacional para atribuição de cerca de 111 mil computadores às escolas do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e Secundário, lançado pelo Ministério da Educação e integrado no Plano Tecnológico, representa um investimento de 70 milhões de euros. Em comunicado, o Ministério da Educação (ME) anunciou a abertura do concurso público internacional para fornecimento, instalação e manutenção de computadores nas escolas do 2.º e 3º. ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário.

O lançamento do concurso, que fornecerá 111 491 computadores às escolas portuguesas e cujo orçamento ronda os 70 milhões de euros, já foi noticiado pelo Jornal Oficial da União Europeia.

No comunicado, o ME faz saber que, "com esta medida facilitadora do ensino e da aprendizagem, o conjunto daquelas escolas disponibilizarão, já no próximo ano lectivo, um computador por cada cinco alunos, número que coloca Portugal no conjunto dos países europeus mais avançados neste domínio e significa a queda para menos de metade do valor existente no ano lectivo 2005/06". O ME declara ainda que "em todas as salas de aula das escolas em causa haverá um computador novo, que suportará a utilização dos videoprojectores e dos quadros interactivos, cujas aquisições por concurso público serão anunciadas ainda em Abril".

O Plano Tecnológico da Educação tem como principais objectivos modernizar tecnologicamente as escolas, atingir o rácio de dois alunos por computador com ligação à Internet, garantir em todas as escolas o acesso à Internet em banda larga, a criação do cartão electrónico para todos os alunos e a disponibilização de endereços electrónicos a todos os alunos e docentes.

Em Agosto de 2007, aquando da aprovação do Plano Tecnológico da Educação, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, revelou como outros pontos positivos do plano o facto de conferir às escolas a possibilidade de "desburocratizarem" alguns actos, como as matrículas, as compras para as cantinas e papelarias, além de "facilitar o contacto entre as escolas e as famílias" e dar melhores condições de segurança.

O plano encontra-se estruturado em três eixos de actuação principais: tecnologia, conteúdos e formação. No "eixo tecnologia", um dos projectos-chave a implementar é o "kit tecnológico escola", que visa dotar todas as escolas de um número adequado de computadores, impressoras, videoprojectores e de quadros interactivos. Ainda no "eixo tecnologia" está prevista a ligação de todos os computadores das escolas através de banda larga de alta velocidade, a criação de "redes locais" e a dotação da totalidade das escolas com sistemas de alarme e videovigilância.

No "eixo dos conteúdos", um dos projectos-chave é o "Mais-Escola.pt", que visa promover "a produção, distribuição e a utilização de conteúdos informáticos nos métodos de ensino", como por exemplo a criação da sebenta electrónica. Outros dos projectos deste eixo é a "Escola Simplex", que tem como objectivo aumentar a eficiência da gestão e comunicação entre os agentes da comunidade educativa, bem como generalizar a utilização de sistemas electrónicos de gestão de processos e de documentação.

Relativamente ao "eixo formação", os projectos-chave são a "formação e certificação de competências em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC)", que visa promover a formação dos agentes da comunidade educativa.

A conclusão do Plano Tecnológico da Educação está prevista para 2010. Lusa| 2008-04-24

A chegada dos computadores portáteis às escolas da região estão a paralisar as redes de internet dos estabelecimentos de ensino. Isto porque o Governo ainda não equipou, tal como havia prometido no âmbito do Plano Tecnológico da Educação, as escolas com fibra óptica, o que leva a que velocidade da internet não ultrapasse os 800 Kbps. A incapacidade de resposta da rede de internet é tal que alguns conselhos executivos decidiram impedir o acesso dos alunos à rede sem fios da escola. Os que não tomaram esta medida têm de, como no caso de Nevogilde, desligar a rede da escola para que 14 alunos possam fazer um teste na disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Governo prometeu fibra óptica em 1200 escolas até Janeiro deste ano Continua em "O Verdadeiro Olhar"

publicado por Margarida às 00:13

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(...) Bem sei que vivemos numa era em que a imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e inequívoca imagem eles compõem: 'Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano d'alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito (...)' Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá, feche os olhos. Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de Castro, os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em quando escapam às linhas do bordado e vão demorar-se na janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro surgir a galope na linha do horizonte? E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a escorrer-lhe pelos fios de cabelo? Não consegue ver tudo isto apenas nestes quatro versos? Pois eu acho estes quatro versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma clareza inesperada. É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre, grandiosa e magnífica que temos na nossa História. Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a desrespeitá-la. Bem, admito que me perdi em divagações em torno da Inês de Castro. O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de água o Velho do Restelo desapareceu assim. Será precisamente por estimular a diferença de opiniões, por duvidar, por condenar? Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores será também excluído dos conteúdos programáticos por 'alegado teor pornográfico' e o de Inês de Castro igualmente, por 'incitamento ao adultério e ao desrespeito pela autoridade'.

Como é, senhor engenheiro? Voltamos ao tempo do 'lápix' azul? E já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs na sua obra? E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina e do rigor necessários à sua concretização? São centenas e centenas de páginas, em dezenas de capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e rigor? Senhor engenheiro José Sócrates: vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço. Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos, mas também é verdade que você está a sobrealimentar o crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma desonestidade acolá. Lembro-me bem da época em que fiz a minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui cobrir cerimónias e eventos em que você participava. Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros. Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis. Sabe, é que eu tenho grandes sonhos para o meu filho. Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou engenheiro. Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o trabalho. Porque é isso que eu espero da escola. O resto é comigo. Acho graça agora a ouvir os professores dizerem sistematicamente aos pais que a família deve dar continuidade, em casa, ao trabalho que a escola faz com as crianças. Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever as redacções em linguagem de sms. Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho. Acho que se anda a sobrevalorizar o papel da escola. No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e fazia-o com competência e rigor. Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem disposição para educar os filhos, exige-se à escola que forme o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre. Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse papel. A escola do meu tempo foi uma boa escola. Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma geração de empreendedores, de gente criativa e com capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que apanhámos os bons ventos da adesão à União Europeia e dos fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não bastaria, não acha? E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária fizeram alguma coisa pela vida. Até a Paulinha, que era filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano, não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a humilhação pública por cada erro ortográfico. Traumatizados? Huuummm... não me parece. Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro, passaria o resto da minha vida a estudar.

Às vezes dá-me para imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a instalar por aí.

Parece que estou a ver o seu filho a dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este sistema de três equações a três incógnitas... dás-me uma ajuda? E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia de domingo: não faz mal, filho... sabes escrever o teu nome completo, não sabes? Então não te preocupes, é perfeitamente suficiente... Vendo as coisas assim, não lhe parece criminoso o que você anda a fazer? E depois, custa-me que você apareça em praça pública acompanhado da sua Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação, à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma monstruosa obscenidade. Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por estúpida. Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste

Portugal é apenas 'os meus sentidos pêsames'. Não me pesa a consciência por estar a escrever-lhe esta carta. Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro, portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto lá! Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um discurso sobre o afastamento dos jovens da política, lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas, porque vos é conveniente, o voto em branco é contabilizado, indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que os alienados desenham macaquinhos e escrevem obscenidades. Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se demasiado. Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no livro de ponto. Ah... espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora já não há castigos... Bem, não me vou estender mais, até porque já estou cansada de repetir 'senhor engenheiro para cá', 'senhor engenheiro para lá'. É que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe ganhar cisma. Esta carta não chegará até si. Vou partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim, eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho dúvidas.

Para terminar, tenho um enorme prazer em dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem no nosso. 'A que novos desastres determinas De levar estes Reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas, Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos e de minas De ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? Que histórias? Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? ' Atenciosamente e ao abrigo do artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,

Uma mãe preocupada Via e-mail do Gil Castro.

publicado por Margarida às 10:51

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Sr. Engº José Sócrates, Antes de mais, peço desculpa por não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro, mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco dignificado. Também queria avisá-lo de antemão que esta carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema para si, já que você é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e profundas leituras. Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que, quiçá, o faça reflectir (passe a falta de modéstia). Gostaria de começar por lhe falar do 'Magalhães'. Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu. Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de e-escolinha.

O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto, eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum. Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao projecto 'Magalhães': No princípio do mês de Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o portátil Magalhães. No dia 18 de Setembro (quinta-feira) ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de texto informando que o 'Magalhães' é um projecto do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada! Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho, etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o 'Magalhães'. No dia 22 de Setembro (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os primeiros 'Magalhães' na EB1 Padre Manuel de Castro. Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS e ao custo dos portáteis. No dia 23 de Setembro (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um 'Magalhães' debaixo do braço. Ora, como é fácil de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em que as famílias não tiveram oportunidade de obter esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do 'Magalhães'. Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto, ela não soube responder. Reunião de esclarecimento, nunca houve nenhuma. Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o que é que o seu Governo pensou para o 'Magalhães'? Que planos tem para o integrar nas aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias leccionadas? Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha opinião, é demasiado para se gastar um brinquedo. Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu, uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante da pólvora. Seja honesto com os portugueses e admita que não tem plano nenhum.

Admita que fez tudo tão à pressa que nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E não venha agora dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a lidar com as novas tecnologias. O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama e-familiazinha! Faça-lhe jus!

Ponha a sua equipa a trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!

Uma coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas. Há dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série Morangos com Açúcar. Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro episódio da nova série que significa, na ficção, o primeiro dia de aulas daquela miudagem. Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a sua professora de matemática e o seu professor de português. As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação de matemática por contraposição à de português. Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e trabalho - o professor de português escrevia no quadro os pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho. Ora, o que me faz espécie, senhor engenheiro, é que a personagem da professora de matemática é maldosa, agressiva e antiquada, enquanto que o professor de português é um tipo moderno e bué de fixe. Então, de acordo com os princípios do raciocínio lógico, se a professora de matemática é maldosa e agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor, então a disciplina e o rigor são coisas negativas. Por outro lado, se o professor de português é bué de fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são perfeitos. E de facto era o que se via.

Enquanto que na aula de matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de português sorriam, entusiasmados. Disciplina e rigor aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção e entrega, e isto é a maior barbaridade que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro, que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o rigor é 'obstinado', como dizem os poetas. Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo, optou por deixar de lado a disciplina e o rigor. Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros ortográficos. E que para se saber fazer uma operação aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão do seu resultado. Era o que faltava, senhor engenheiro! Agora é o momento em que o senhor engenheiro diz de si para si: mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a essas mudanças? Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo? Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer não é adaptar o ensino às mudanças, você está a esvaziá-lo de sentido e de propósitos. Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir, nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a bitola até ao nível da mediocridade. Mas, por falar em Velho do Restelo... ... Li, há dias, numa entrevista com uma professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas. Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva, que é algo que as crianças e adolescentes de hoje em dia estão pouco habituados a fazer. Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso pensar. Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que mais apaixonava e empolgava a turma. Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso, tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e desbravar o hermetismo da linguagem. Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos a ler o pisódio de Inês de castro e lembro-me das palavras da professora Lídia, espicaçando-nos, estimulando-nos, obrigando-nos a pensar. E foi há 20 anos.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) confirmou à TSF que há autarquias que estão a ser notificadas pelo Ministério da Educação para pagarem a factura total ou parcial da Internet dos computadores Magalhães. Segundo a Associação, centenas de cartas timbradas estão a chegar às autarquias para que estas passem a assumir um encargo anual de 300 euros pela ligação à Internet em banda larga de cada computador Magalhães, nomeadamente 45 euros pelo modem e 250 pela ligação. Estas cartas já foram enviadas pelo menos pela Direcção Regional de Educação do Norte e pela Direcção Regional de Educação da Zona Centro. A situação levou a que os autarcas reunissem quarta-feira de urgência o Conselho Directivo, onde foi decidido não assumirem quaisquer responsabilidades ou encargos, apurou a TSF. Neste sentido, a Associação notificou todas as autarquias, incluindo as lideradas por executivos do PS, para não pagarem as facturas. Além disso, a ANMP enviou um pedido de esclarecimentos urgente ao Gabinete da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sobre esta situação. Para as autarquias, são os pais que devem suportar esse encargo, sendo que aqueles que não tiverem condições económicas para tal devem recorrer ao Governo e não às câmaras. Os dirigentes da ANMP contactados pela TSF ironizaram a situação, considerando que é como oferecer uma prenda a alguém e depois pedir à outra pessoa para pagar a conta. Este esclarecimento surge depois da denúncia do deputado do PSD Agostinho Branquinho, feita esta quinta-feira, que acusou o Ministério da Educação de intimar as autarquias a pagarem modems e ligação à Internet dos computadores Magalhães distribuídos a alunos do primeiro ciclo do ensino básico. http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1025123 Senhora ministra, que mau exemplo... Tão amigos que eles eram... Isto não se faz, senhora ministra! Onde ficam as boas maneiras e as regras da boa educação? Então oferecem-se prendas ao "pais dos meninos", sim, porque estes é que contam, e manda-se a conta para o vizinho. Não me parece nada bem... Esta atitude não me espanta. Revela coerência da parte da senhora ministra que, como sempre, decide, manda aplicar e os outros que assumam as responsabilidades e as consequências. Dou as boas-vindas às autarquias...

publicado por Margarida às 19:16

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Empresa já investiu 245 milhões em Portugal

O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, anuncia hoje um conjunto de aplicações exclusivamente desenvolvidas para o Magalhães. O minicomputador produzido em Portugal vai ser o único no mundo com a nova Learning Suite, numa estratégia de exportação assinada também pelo Governo português. Este é o mais recente resultado da pareceria estabelecida entre Portugal e a Microsoft em 2006, que já levou o gigante informático a investir 346 milhões de dólares, cerca de 245 milhões de euros.

O pacote desenvolvido pela Microsoft está dividido em três áreas. Uma de Aprendizagem e Desenvolvimento de Competências, outra de Segurança e Antivírus e uma terceira para Comunicação e Colaboração. Cada uma delas é composta por aplicações com o carimbo da Microsoft. Estes elementos vão estar disponíveis apenas mediante a compra do novo Magalhães. Ou seja, o software não vai estar disponível sem a compra do hardware - na prática, quem já comprou um computador Magalhães não vai poder instalar esta suite como foi preparada pela Microsoft sem a compra de um novo aparelho. (...) in, Diário Notícias

publicado por Margarida às 18:32

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«Magalhães»: Argentina também quer computadores portáteis portugueses A Argentina vai ser o próximo país a receber os computadores portáteis portugueses Magalhães, revelou à Lusa o secretário de Estado das Comunidades. "Creio que Portugal tem aqui mais uma oportunidade de expandir as suas capacidades no que diz respeito também às novas tecnologias, como vem sendo demonstrado, e tem tido muito sucesso em diferentes países, como recentemente se demonstrou com a Venezuela", acrescentou. Se o negócio for por diante, as trocas comerciais bilaterais, altamente favoráveis à Argentina, poderão além de crescer, contribuir para um maior equilíbrio da balança comercial. "A Argentina é um país com muito interesse nesse domínio e as trocas comerciais entre os dois países levarão um incremento razoável, fazendo com que haja, por essa via, um equilíbrio" das trocas comerciais, destacou António Braga. in, Lusa O "Amor" à educação apresentado em forma de "Magalhães" afinal era outro! Os contactos com os países da América Latina multiplicam-se e o negócio vai de vento em poupa. Tanto AMOR… Por cá, já alguém perguntou aos professores do 1º ciclo do ensino básico que utilização vão dar, nas suas aulas, ao “Magalhães”? Ou mesmo, se o vão utilizar? Ou até, se os professores consideram a utilização do “Magalhães” uma mais-valia para a aquisição das competências fundamentais definidas para o 1º ciclo? Mesmo antes de serem feitas estas perguntas, não deveria ter sido feita uma demonstração/formação aos professores deste ciclo, no sentido de perceberem as eventuais potencialidades do “Magalhães” e de que forma o mesmo poderá ser usado como recurso? Pois eu já perguntei e a resposta foi certeira! – Não, nas minhas aulas as crianças não vão usar o “Magalhães”. E assim vai o AMOR…

Santana Castilho - 2008/10/01, in Público

Fornecer tecnologia sem cuidar da literacia que a permite utilizar é drasticamente pobre. Sobre o Magalhães (refiro-me ao computador português feito no estrangeiro) já se escreveram muitos e interessantes comentários, uns a favor e outros contra. Tudo visto, parece-me que resta uma generalizada (mas para mim preocupante) aceitação da medida. Ouviram-se escolas e professores sobre a iniciativa? Não , porque por elas pensa a ministra, para quem o Magalhães constitui "o instrumento principal da democratização do ensino"; ponderou-se o impacto que a tecnologia tem na melhoria do aproveitamento escolar dos jovens, analisando estudos disponíveis sobre a matéria, que concluíram pela sua irrelevância? Não , porque o coordenador do Plano Tecnológico já disse ao que vai: dois alunos por computador em 2010!

Dou de barato não saber que critérios presidiram à escolha deste computador e não de outro, da Intel ou da empresa de Matosinhos, e simplesmente não engulo a fantasia da ausência de custos para o Estado. Mas o que acho verdadeiramente preocupante é a generalizada adesão ao culto duma modernização pacóvia, que tudo resume ao mero mercantilismo (e não utilitarismo, como muitos impropriamente referem o conceito que, enquanto teoria filosófica, é coisa bem diferente). A formação sólida, que constitui a missão da Escola e dos professores, deve assentar numa clara hierarquia de valores: primeiro o conhecimento puro, depois o instrumental. Mas o que se tem feito ultimamente é a secagem das actividades cognitivas, substituindo-as pelas meramente instrumentais. Foi assim que se trocaram clássicos da literatura por textos ditos pragmáticos (simples formulários, notícias jornalísticas ou mensagens publicitárias) e se preferiram as actividades conducentes à aquisição de "competências" em detrimento das actividades de forte componente cognitiva. Foi assim que se enfraqueceu o ensino da Gramática, da Filosofia e da História e se reforçaram iniciativas híbridas ("área projecto" e "estudo acompanhado"). Surpreendente? Não, se tivermos em vista que quem decide são tecnocratas deslumbrados pela tecnologia e convencidos que os "bichavelhos" são suficientes para educar o povo.

Parece-me evidente que há mais gente satisfeita com este bodo de Magalhães a eito que gente insatisfeita e ciente, como eu, de que as crianças do ensino básico não vão aprender melhor a ler e a interpretar o que lerem por causa dos computadores; ou de que não aprenderão mais cedo e melhor a Matemática fundamental por via do Magalhães; ou de que não se iniciarão precocemente na actividade de pensar e perceber o que as rodeia, por via do portátil. E é aí que reside o problema: fornecer tecnologia sem cuidar da literacia que a permite utilizar é drasticamente pobre. O impacto da componente cognitiva do ensino só pode ser comparado com o da sua vertente instrumental por quem conhece as duas e tem do exercício profissional uma autoridade que os tecnocratas desprezam. O tecnocrata é por norma e por formação pouco sólida um fanático da tecnologia, que com ela se satisfaz e nem sequer aprende com a natureza efémera de tantos projectos tecnológicos (lembram-se do ensino assistido por computador, do Minerva, do Nónio, das Cidades Digitais e do endereço electrónico para cada português, entre outros?).

Stuart Mill referiu-se assim a esta questão fundamental do pensamento e da natureza humana:

"É indiscutível que o ser cujas capacidades de prazer são baixas tem uma maior possibilidade de vê-las inteiramente satisfeitas; e um ser superiormente dotado sentirá sempre que qualquer felicidade que possa procurar é imperfeita. (...) É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito; um Sócrates insatisfeito do que um idiota satisfeito. E se o idiota ou o porco têm opinião diferente, é porque apenas conhecem o seu lado da questão. A outra parte da comparação conhece ambos os lados..." Via email do Alexandre Reis que agradeço.

publicado por Margarida às 16:45

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E nem precisa de avaliação, progressão na carreira... só definição (imposição) de OBJECTIVOS.

“Em entrevista à Lusa, o coordenador do PTE revelou ainda que o Governo quer alargar para 100 o número de Academias Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), que vão reforçar e certificar as competências dos alunos. Segundo João Trocado da Mata, "está a ser preparada a adesão de mais dez grandes empresas ao programa 'Academias TIC', entre as quais a Intel". Em Junho foram assinados protocolos de colaboração para a abertura das primeiras "Academias TIC", com empresas como a Microsoft, a Oracle e a Cisco, que arrancam ainda este ano com 30 academias. "A expectativa é que seja possível implementar até ao final deste ano lectivo 100 Academias TIC. Poderemos ter 15 ou 16 grandes empresas da economia do conhecimento com cada uma a constituir cinco ou seis academias", explicou o responsável. A formação e certificação em TIC é um dos três eixos de actuação do PTE. O modelo de formação dos docentes já está "desenhado", começando até ao final do ano a formação de formadores e a partir de Janeiro a formação de professores. "Será um modelo modular, sequencial e disciplinarmente orientado. Posso garantir que vamos cumprir a meta de ter 90 por cento dos professores formados e certificados em tecnologias da informação e comunicação em 2010", afirmou.” in, Lusa 90% dos professores diplomados em 2010!!! Mas isto é muito OBJECTIVO”. Está visto que os objectivos individuais do Coordenador do PTE são ambiciosos. Será que nos seus objectivos individuais também contemplou a qualidade da formação que irá ser ministrada ou isto é tudo a bem do diploma e dos 90%. Como depressa e bem há pouco quem…

publicado por Margarida às 12:32

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O choque tecnológico está a chegar às escolas portuguesas. Os alunos portugueses vão ter direito ao Magalhães, um computador produzido pela Intel e subsidiado pelo Governo português. Os governantes acreditam que se juntarmos boa tecnologia (concebida nos Estados Unidos, produzida no Extremo Oriente e embalada em Portugal) a maus alunos, más escolas e maus professores vamos obter génios da física e da matemática.

Alguém anda a confundir as causas com as consequências. A tecnologia não produz físicos e matemáticos. Os físicos e os matemáticos é que produzem tecnologia. Os alunos portugueses têm hoje acesso a computadores baratos porque alguns dos melhores alunos americanos andaram durante décadas a estudar Física e Matemática. A tecnologia é o resultado de bons alunos. Não são os bons alunos que resultam da tecnologia.

(...) O Plano Tecnológico aplicado à educação não passa de pensamento mágico. A história de Bill Gates e Paul Allen sugere que a inovação não resulta da massificação de um produto de consumo. No caso da Microsoft, a inovação (essencialmente comercial) resultou do trabalho de um número reduzido de indivíduos dedicados e com acesso a uma tecnologia rara mas com grande potencial de crescimento. João Miranda, in DN

publicado por Margarida às 22:13

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Prémio de Mérito Ministério da Educação distingue melhores alunos do ensino secundário O Prémio de Mérito Ministério da Educação é instituído com o objectivo de distinguir, em cada escola, o melhor aluno do ensino secundário dos cursos científico-humanísticos e dos cursos profissionais ou tecnológicos. E-escolinha permite o acesso a 500 mil computadores aos alunos do 1.º ciclo O programa e-escola vai ser alargado aos alunos do 1.º ciclo, com a designação de e-escolinha, permitindo o acesso, já no próximo ano lectivo, a 500 mil computadores portáteis vocacionados para crianças dos 6 aos 11 anos. Ministério da Educação oferece um livro a todos os alunos do 1.º ano O Ministério da Educação vai oferecer um livro a todos os 115 mil alunos do 1.º ano de escolaridade, no início do próximo ano lectivo, numa iniciativa que pretende assinalar o início da vida escolar dos alunos, incentivando, desde cedo, o gosto pela leitura. Sócrates anuncia alargamento do programa de entrega de computadores ao 7º ano de escolaridade O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade.

O circo está armado! O primeiro-ministro e o ME preparam-se para o arranque do próximo ano lectivo com a maior campanha mediática alguma vez realizada no país, de limpeza da opinião pública. Que significado poderá ter esta política de facilidade aparente, quando a miséria é o prato mais servido na mesa das famílias portuguesas? Que legitimidade tem um governo para se impor às decisões dos pais, no que diz respeito aos princípios educativos e de vida que cada família pretende passar aos seus filhos? Das crianças dos 6 aos 11 anos é esperado que aprendam a escrever com o lápis e a caneta e que desenvolvam o gosto pela escrita. É esperado que despertem para a leitura e descubram o prazer de ler uma bela história num livrinho colorido. Os brinquedos, é esperado que lhos sejam dados pelos pais, como presentes... E livros... As famílias portuguesas já não podem comprar um livro para os seus filhos!! Tanta generosidade do senhor primeiro-ministro!!! Porque será que a opção das ofertas não recaiu sobre os manuais escolares? Será porque não compram as cabecinhas dos alunos? Será porque a Intel, a Vodafone ou a TMN são parceiros económicos mais apetecíveis e generosos? Vejo nesta medidas uma mega operação de propaganda e de ataque aos professores e às famílias que, mais uma vez, foram ignorados. Sua Ex.cia decide e executa. Num ano lectivo que sabemos se prevê de forte contestação da classe docente, esta limpeza da opinião pública só pode ser mera coincidência. Aos professores resta esperar, calma e sabiamente, que este circo comece a revelar o quanto tem de nefasto e insane. Não se educam gerações de crianças e jovens com políticas de "prendas" que têm por objectivo corromper mentalidades e comprar consciências. A educação é um processo sério, difícil e longo que se constrói dia a dia, com persistência e rigor e com quem está , em cada instante, ao lado das crianças e dos jovens. Esses são os professores e as famílias.

publicado por Margarida às 22:51

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Sócrates anuncia alargamento do programa de entrega de computadores ao 7º ano de escolaridade "O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que no próximo ano lectivo o programa de entrega de computadores portáteis e acesso à banda larga será alargado a todos os alunos entre o 7º e 9º ano de escolaridade." Independentemente dos interesses económicos que todos sabemos que caminham ao lado da imensa boa vontade do nosso primeiro-ministro, esta medida para o ensino básico deve merecer da parte dos professores e encarregados de educação uma ponderação séria. Se por um lado pode constituir uma mais-valia, mesmo para os alunos do ensino secundário desconheço que tenha sido elaborado algum estudo nesse sentido, por outro lado há diversos problemas que se colocam e que terão de ser geridos numa colaboração atenta, entre professores e encarregados de educação. No que diz respeito aos benefícios, é óbvio que um computador disponível para uso diário de cada aluno é excelente para a organização do seu trabalho, para a aquisição de competências TIC, desenvolvimento da autonomia, aquisição de mais e diversificada informação e conhecimento... Tudo isto é lindo, não fora o pequeno pormenor da maioria dos nossos alunos verem o computador portátil como um brinquedo e não como um instrumento de trabalho. Acresce, ainda, que este brinquedo tem potencialidades nocivas e perigosas bem conhecidas de todos. Por outro lado sabemos que a grande maioria dos pais dos nossos alunos têm algumas dificuldades nesta área, pelo que serão facilmente enganados. A somar a tudo isto, acrescento as horas e horas que os alunos vão roubar ao estudo para brincarem com o novo brinquedo. Porque será que é o primeiro-ministro a decidir o momento de dar o computador com Internet aos alunos e não os pais, que são os responsáveis pela sua educação e quem melhor os conhece para decidir qual o momento mais adequado? Esperam-nos, a nós professores e aos pais e encarregados de educação, tempos muito difíceis! Pode até faltar o pão na mesa, mas o portátil, isso é que não! Isto é um primeiro-ministro muito à frente!

O concurso público internacional para atribuição de cerca de 111 mil computadores às escolas do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e Secundário, lançado pelo Ministério da Educação e integrado no Plano Tecnológico, representa um investimento de 70 milhões de euros. Em comunicado, o Ministério da Educação (ME) anunciou a abertura do concurso público internacional para fornecimento, instalação e manutenção de computadores nas escolas do 2.º e 3º. ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário.

O lançamento do concurso, que fornecerá 111 491 computadores às escolas portuguesas e cujo orçamento ronda os 70 milhões de euros, já foi noticiado pelo Jornal Oficial da União Europeia.

No comunicado, o ME faz saber que, "com esta medida facilitadora do ensino e da aprendizagem, o conjunto daquelas escolas disponibilizarão, já no próximo ano lectivo, um computador por cada cinco alunos, número que coloca Portugal no conjunto dos países europeus mais avançados neste domínio e significa a queda para menos de metade do valor existente no ano lectivo 2005/06". O ME declara ainda que "em todas as salas de aula das escolas em causa haverá um computador novo, que suportará a utilização dos videoprojectores e dos quadros interactivos, cujas aquisições por concurso público serão anunciadas ainda em Abril".

O Plano Tecnológico da Educação tem como principais objectivos modernizar tecnologicamente as escolas, atingir o rácio de dois alunos por computador com ligação à Internet, garantir em todas as escolas o acesso à Internet em banda larga, a criação do cartão electrónico para todos os alunos e a disponibilização de endereços electrónicos a todos os alunos e docentes.

Em Agosto de 2007, aquando da aprovação do Plano Tecnológico da Educação, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, revelou como outros pontos positivos do plano o facto de conferir às escolas a possibilidade de "desburocratizarem" alguns actos, como as matrículas, as compras para as cantinas e papelarias, além de "facilitar o contacto entre as escolas e as famílias" e dar melhores condições de segurança.

O plano encontra-se estruturado em três eixos de actuação principais: tecnologia, conteúdos e formação. No "eixo tecnologia", um dos projectos-chave a implementar é o "kit tecnológico escola", que visa dotar todas as escolas de um número adequado de computadores, impressoras, videoprojectores e de quadros interactivos. Ainda no "eixo tecnologia" está prevista a ligação de todos os computadores das escolas através de banda larga de alta velocidade, a criação de "redes locais" e a dotação da totalidade das escolas com sistemas de alarme e videovigilância.

No "eixo dos conteúdos", um dos projectos-chave é o "Mais-Escola.pt", que visa promover "a produção, distribuição e a utilização de conteúdos informáticos nos métodos de ensino", como por exemplo a criação da sebenta electrónica. Outros dos projectos deste eixo é a "Escola Simplex", que tem como objectivo aumentar a eficiência da gestão e comunicação entre os agentes da comunidade educativa, bem como generalizar a utilização de sistemas electrónicos de gestão de processos e de documentação.

Relativamente ao "eixo formação", os projectos-chave são a "formação e certificação de competências em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC)", que visa promover a formação dos agentes da comunidade educativa.

A conclusão do Plano Tecnológico da Educação está prevista para 2010. Lusa| 2008-04-24

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