Jaime Gama sugere dicionário, gramática e vocabulário comum a países lusófonos

09-10-2015
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"Temos de passar a investir mais para que o português não nasça de geração espontânea", disse hoje o presidente da Assembleia da República, durante o encontro "Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado". (Veja vídeo SIC no fim do texto)

O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, defendeu hoje a criação de um dicionário comum aos oito países lusófonos e alertou para a necessidade de se apostar na coordenação dos vários institutos de língua portuguesa. "Não existe um dicionário ou uma gramática em língua portuguesa cientificamente adaptada das comunidades linguísticas da CPLP. Um vocabulário científico e técnico também não existe e são essenciais para a sedimentação de um espaço da comunidade portuguesa", afirmou. O presidente do Parlamento falava na sessão de abertura do encontro internacional "Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado", que decorre hoje e terça-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Coordenar institutos

Jaime Gama defendeu ainda a necessidade de se concertarem os institutos que promovem a língua portuguesa "e que continuam descoordenados". "Temos de passar a investir mais para que o português não nasça de geração espontânea. O português precisa de ter uma projeção mais arrojada", defendeu. O presidente do Parlamento sublinhou que, por vezes, "não se trata de uma questão de dinheiro", mas sim de conseguir uma "organização mais adequada dos meios disponíveis". "A língua é o nosso grande património, tem gerado e gera procura", sublinhou.

Português cresce no mundo

Jaime Gama destacou ainda o crescimento que o português tem no mundo, afirmando que "tem gerado um mercado de procura e não de rejeição".

Na sua intervenção, Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, sublinhou o papel da tecnologia "devido às novas tecnologias da informação e comunicação, nunca se falou e ouviu, nunca se escreveu e leu, tanto em português como hoje."

Para o presidente do Grupo Impresa, "faz falta, dentro do actual mundo de língua portuguesa, a criação de um mercado virtual, via net, de conteúdos de informação e entretenimento, que permita aos meios de comunicação social - os sites e as aplicações para telefones e tablets são meios de comunicação social para esse efeito - adquirir o que lhes interesse divulgar a cada momento."

Francisco Pinto Balsemão defendeu também que a expansão do português seja feita no mundo hispânico. "O que importa é ensinar a falar português, começando pelo mundo hispânico e inculcando nos países que o integram a necessidade de o fazerem."

Lembrando o último ranking dos Repórteres Sem Fronteiras, no qual Portugal desceu dez posições, Pinto Balsemão deixou o aviso que "uma língua, qualquer língua, só atingirá a plenitude da sua riqueza, da sua nobreza, da sua beleza, se puder ser expressa livremente, se não houver peias, ameaças, limitações, censura àqueles que a utilizam para criar, informar, comunicar."

Necessários mais professores e tradutores

O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que interveio em representação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, alertou para a necessidade de se formar mais tradutores e professores. "Além da urgência na formação de professores, deve reforçar-se a presença na Internet. Não é possível conceber fronteiras que limitem a mundialização do português", defendeu. Em declarações aos jornalistas, o secretário geral da União Latina, José Luís Dicenta, entidade que organiza o encontro internacional, destacou a "enorme força cultural e territorial" do português. "A União Latina viu-se obrigada a apoiar a difusão da língua portuguesa, que não ocupa o posto que merece na comunidade internacional", acrescentou.

José Luís Dicenta defendeu ainda que se deve "apelar à consciência das organizações internacionais para a necessidade de reconhecerem o português como língua de trabalho". Com o alto patrocínio do presidente da República e do presidente da Assembleia da República, o encontro internacional "Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado" vai debater temas como "O Valor Económico da Língua Portuguesa", "Diáspora e Imigração" e "Ciberespaço Lusófono: Como Forma de Difusão e de Divulgação da Língua - Internet e Novas Tecnologias".

"Temos de passar a investir mais para que o português não nasça de geração espontânea", disse hoje o presidente da Assembleia da República, durante o encontro "Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado". (Veja vídeo SIC no fim do texto)

O presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, defendeu hoje a criação de um dicionário comum aos oito países lusófonos e alertou para a necessidade de se apostar na coordenação dos vários institutos de língua portuguesa. "Não existe um dicionário ou uma gramática em língua portuguesa cientificamente adaptada das comunidades linguísticas da CPLP. Um vocabulário científico e técnico também não existe e são essenciais para a sedimentação de um espaço da comunidade portuguesa", afirmou. O presidente do Parlamento falava na sessão de abertura do encontro internacional "Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado", que decorre hoje e terça-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Coordenar institutos

Jaime Gama defendeu ainda a necessidade de se concertarem os institutos que promovem a língua portuguesa "e que continuam descoordenados". "Temos de passar a investir mais para que o português não nasça de geração espontânea. O português precisa de ter uma projeção mais arrojada", defendeu. O presidente do Parlamento sublinhou que, por vezes, "não se trata de uma questão de dinheiro", mas sim de conseguir uma "organização mais adequada dos meios disponíveis". "A língua é o nosso grande património, tem gerado e gera procura", sublinhou.

Português cresce no mundo

Jaime Gama destacou ainda o crescimento que o português tem no mundo, afirmando que "tem gerado um mercado de procura e não de rejeição".

Na sua intervenção, Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, sublinhou o papel da tecnologia "devido às novas tecnologias da informação e comunicação, nunca se falou e ouviu, nunca se escreveu e leu, tanto em português como hoje."

Para o presidente do Grupo Impresa, "faz falta, dentro do actual mundo de língua portuguesa, a criação de um mercado virtual, via net, de conteúdos de informação e entretenimento, que permita aos meios de comunicação social - os sites e as aplicações para telefones e tablets são meios de comunicação social para esse efeito - adquirir o que lhes interesse divulgar a cada momento."

Francisco Pinto Balsemão defendeu também que a expansão do português seja feita no mundo hispânico. "O que importa é ensinar a falar português, começando pelo mundo hispânico e inculcando nos países que o integram a necessidade de o fazerem."

Lembrando o último ranking dos Repórteres Sem Fronteiras, no qual Portugal desceu dez posições, Pinto Balsemão deixou o aviso que "uma língua, qualquer língua, só atingirá a plenitude da sua riqueza, da sua nobreza, da sua beleza, se puder ser expressa livremente, se não houver peias, ameaças, limitações, censura àqueles que a utilizam para criar, informar, comunicar."

Necessários mais professores e tradutores

O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que interveio em representação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, alertou para a necessidade de se formar mais tradutores e professores. "Além da urgência na formação de professores, deve reforçar-se a presença na Internet. Não é possível conceber fronteiras que limitem a mundialização do português", defendeu. Em declarações aos jornalistas, o secretário geral da União Latina, José Luís Dicenta, entidade que organiza o encontro internacional, destacou a "enorme força cultural e territorial" do português. "A União Latina viu-se obrigada a apoiar a difusão da língua portuguesa, que não ocupa o posto que merece na comunidade internacional", acrescentou.

José Luís Dicenta defendeu ainda que se deve "apelar à consciência das organizações internacionais para a necessidade de reconhecerem o português como língua de trabalho". Com o alto patrocínio do presidente da República e do presidente da Assembleia da República, o encontro internacional "Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas num Universo Globalizado" vai debater temas como "O Valor Económico da Língua Portuguesa", "Diáspora e Imigração" e "Ciberespaço Lusófono: Como Forma de Difusão e de Divulgação da Língua - Internet e Novas Tecnologias".

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