Alto Hama: José Junqueiro está com António José Seguro- Francisco Assis esfrega as mãos de contente!

30-06-2011
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António José Seguro apresentou a sua candidatura à liderança do PS. A seu lado estavam, para além de dezenas de militantes, dois secretários de Estado dos executivos de José Sócrates: António Braga e José Junqueiro.Pela amostra, legítima como qualquer outra, não será difícil calcular que já perdeu. José Junqueiro não é, na minha opinião (que, é claro, não conta para o campeonato socialista), uma mais-valia. Pelo contrário.Porquê? No dia 20 de Junho de 2010, em Baião, o secretário de Estado da Administração Local de Portugal, exactamente José Junqueiro, antecipou em muitos meses o que agora se verificou ser uma certeza: o primeiro-ministro José Sócrates “é uma oportunidade para o país, mas também um exemplo para a Europa”.Já nessa altura, ou sobretudo nessa altura, era possível verificar as condições exigidas para se ser deste PS. Bastava, como certamente basta agora, ouvir José Junqueiro.E são elas, subserviência total, coluna vertebral amovível (ou, preferencialmente, ausência dela) e disponibilidade total para estar sempre de acordo com o dono do partido.“O que nós precisamos é de homens públicos que saibam estar à altura das responsabilidades”, afirmou na altura José Junqueiro sobre o então chefe do Governo, a propósito das dificuldades económicas por que passava e passará Portugal e outros países europeus.Crê-se, aliás, que para além de uma notável demonstração de subserviência, a tese de Junqueiro visava já o lançamento da candidatura de José Sócrates a algo mais do que ser um simples primeiro-ministro do protectorado alemão que dá pelo nome de Portugal.O secretário de Estado lembrou nessa altura o défice de 9,3 por cento em Portugal, mas também os 11 por cento dos EUA e os 12 por cento do Reino Unido.“Na quinta economia, a da França, e na primeira economia, a da Alemanha, tal como na outras economias poderosas, as coisas não vão de feição”, acrescentou o agora apoiante de António José Seguro.Pois é. E foi graças à perspicácia de José Junqueiro que Nicolas Paul Stéphane Sarkozy de Nagy-Bocsa e Angela Dorothea Merkel, entre muitos – mas mesmo muitos e não só da Europa – pediram a imediata e erudita ajuda de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.José Adelmo Gouveia Bordalo Junqueiro, um professor universitário de Aveiro, que não deixa os seus créditos por louvaminhas alheias, considerou que o Governo de Portugal estava a tomar as medidas adequadas para corrigir o défice e lembrou os sinais de recuperação da economia portuguesa nos primeiros meses de 2010.E a quem se deve tão esforçado trabalho em prol dos 800 mil desempregados, dos 20% de portugueses que estão na miséria e de outros 20% que já a têm a bater à porta? Claro. Na altura foi a José Sócrates. Amanhá poderá ser, o que duvido, a António José Seguro ou até mesmo a Francisco Assis...“Portugal cresceu a um ritmo recorde em toda a Europa no primeiro trimestre. Já sei que no segundo trimestre vai repetir a mesma dose. O crescimento de Portugal está em marcha”, enfatizou Junqueiro, sem deixar tempo a que a audiência tivesse dúvidas sobre a similitude entre Deus (no céu) e José Sócrates (na terra).“O primeiro-ministro é o motor desse ânimo e dessa esperança para vencer as dificuldades”, salientou Junqueiro, acrescentando que José Sócrates, “com a sua determinação, tem um discurso positivo, um discurso da resistência e ganhador”.O secretário de Estado e dirigente nacional do PS criticou depois o PSD, considerando “não ser um bom exemplo para o país” o maior partido da oposição “aconselhar Portugal a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou a fundos europeus”.“Isso dá um sinal de fragilidade”, observou José Junqueiro, lembrando que esse tipo de discurso pode conduzir à queda das bolsas e de outros indicadores económicos. O homem sabe do que fala...É certo que José Junqueiro, como muitos outros (caso de Francisco Assis e não de António José Seguro) limitou-se, sem originalidade, a dizer o que dissera o seu chefe. Mas, reconheço, repetir o que o chefe dizia era à época meio caminho andado, mesmo quando as provas acabam por revelar que, afinal, José Sócrates não sabia o que dizia e não dizia o que sabia, se é que sabia alguma coisa.


António José Seguro apresentou a sua candidatura à liderança do PS. A seu lado estavam, para além de dezenas de militantes, dois secretários de Estado dos executivos de José Sócrates: António Braga e José Junqueiro.Pela amostra, legítima como qualquer outra, não será difícil calcular que já perdeu. José Junqueiro não é, na minha opinião (que, é claro, não conta para o campeonato socialista), uma mais-valia. Pelo contrário.Porquê? No dia 20 de Junho de 2010, em Baião, o secretário de Estado da Administração Local de Portugal, exactamente José Junqueiro, antecipou em muitos meses o que agora se verificou ser uma certeza: o primeiro-ministro José Sócrates “é uma oportunidade para o país, mas também um exemplo para a Europa”.Já nessa altura, ou sobretudo nessa altura, era possível verificar as condições exigidas para se ser deste PS. Bastava, como certamente basta agora, ouvir José Junqueiro.E são elas, subserviência total, coluna vertebral amovível (ou, preferencialmente, ausência dela) e disponibilidade total para estar sempre de acordo com o dono do partido.“O que nós precisamos é de homens públicos que saibam estar à altura das responsabilidades”, afirmou na altura José Junqueiro sobre o então chefe do Governo, a propósito das dificuldades económicas por que passava e passará Portugal e outros países europeus.Crê-se, aliás, que para além de uma notável demonstração de subserviência, a tese de Junqueiro visava já o lançamento da candidatura de José Sócrates a algo mais do que ser um simples primeiro-ministro do protectorado alemão que dá pelo nome de Portugal.O secretário de Estado lembrou nessa altura o défice de 9,3 por cento em Portugal, mas também os 11 por cento dos EUA e os 12 por cento do Reino Unido.“Na quinta economia, a da França, e na primeira economia, a da Alemanha, tal como na outras economias poderosas, as coisas não vão de feição”, acrescentou o agora apoiante de António José Seguro.Pois é. E foi graças à perspicácia de José Junqueiro que Nicolas Paul Stéphane Sarkozy de Nagy-Bocsa e Angela Dorothea Merkel, entre muitos – mas mesmo muitos e não só da Europa – pediram a imediata e erudita ajuda de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.José Adelmo Gouveia Bordalo Junqueiro, um professor universitário de Aveiro, que não deixa os seus créditos por louvaminhas alheias, considerou que o Governo de Portugal estava a tomar as medidas adequadas para corrigir o défice e lembrou os sinais de recuperação da economia portuguesa nos primeiros meses de 2010.E a quem se deve tão esforçado trabalho em prol dos 800 mil desempregados, dos 20% de portugueses que estão na miséria e de outros 20% que já a têm a bater à porta? Claro. Na altura foi a José Sócrates. Amanhá poderá ser, o que duvido, a António José Seguro ou até mesmo a Francisco Assis...“Portugal cresceu a um ritmo recorde em toda a Europa no primeiro trimestre. Já sei que no segundo trimestre vai repetir a mesma dose. O crescimento de Portugal está em marcha”, enfatizou Junqueiro, sem deixar tempo a que a audiência tivesse dúvidas sobre a similitude entre Deus (no céu) e José Sócrates (na terra).“O primeiro-ministro é o motor desse ânimo e dessa esperança para vencer as dificuldades”, salientou Junqueiro, acrescentando que José Sócrates, “com a sua determinação, tem um discurso positivo, um discurso da resistência e ganhador”.O secretário de Estado e dirigente nacional do PS criticou depois o PSD, considerando “não ser um bom exemplo para o país” o maior partido da oposição “aconselhar Portugal a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou a fundos europeus”.“Isso dá um sinal de fragilidade”, observou José Junqueiro, lembrando que esse tipo de discurso pode conduzir à queda das bolsas e de outros indicadores económicos. O homem sabe do que fala...É certo que José Junqueiro, como muitos outros (caso de Francisco Assis e não de António José Seguro) limitou-se, sem originalidade, a dizer o que dissera o seu chefe. Mas, reconheço, repetir o que o chefe dizia era à época meio caminho andado, mesmo quando as provas acabam por revelar que, afinal, José Sócrates não sabia o que dizia e não dizia o que sabia, se é que sabia alguma coisa.

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