Jornal O Diabo

03-12-2013
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jornalodiabo

jornalodiabo 07.11.09

O processo “face oculta” investiga nomes próximos do primeiro-ministro. O empresário Manuel Godinho pagou milhares de euros em dinheiro a socialistas para conseguir favores, diz o Ministério Público. E conseguiu afastar Ana Paula Vitorino do Governo – a sua pior inimiga.

Começam a ser ouvidos na próxima quinta-feira os 13 arguidos ainda em liberdade da investigação “Face Oculta”. Todos estiveram supostamente envolvidos em actos de corrupção passiva e activa e tráfico de influências a favor das empresas de Manuel Godinho, o empresário de Ovar, também arguido e já detido pela Polícia Judiciária.

Manuel Godinho é o centro das investigações da Polícia Judiciária de Aveiro. O Ministério Público diz nos autos que existe uma “rede tentacular” de influências para que o empresário conseguisse favores de dezenas de empresas dentro da esfera de influência do Governo e, especialmente, do Partido Socialista. Godinho tinha o costume de entregar dinheiro, prendas, automóveis e relógios a todos os homens e mulheres que aceitassem favorecer as suas empresas. Os nomes envolvidos (ver caixa) são todos próximos de José Sócrates. Entre eles está Armando Vara, hoje vice-presidente do Banco Comercial Português, amigo de longa data do primeiro-ministro e seu antigo sócio empresarial. Também envolvido está Lopes Barreira, arguido, que foi um dos fundadores da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária – presidida por Armando Vara. A Fundação esteve na origem da demissão de Vara do Governo socialista de António Guterres.

O esquema de Manuel Godinho era simples. O empresário com fortes ligações socialistas pedia a figuras gradas em várias empresas que lhe facilitassem a entrada em concursos para a prestação de serviços na área dos resíduos e da reciclagem. Segundo o Ministério Público, Manuel Godinho, sucateiro de origem, terá mesmo conseguido, a troco de subornos, autorização de várias empresários ou quadros superiores para subtrair de vários estaleiros e obras material de construção, máquinas e equipamentos. Supostamente, Godinho pagava umas vezes a altos quadros, outras apenas aos porteiros para deixarem entrar os seus homens e subtrair material alheio.

As ligações socialistas, no entanto, tornam-se mais próximas quando Godinho se cruza com Armando Vara e Lopes Barreira. Vara, segundo os autos, terá pedido 10 mil euros a Godinho para convencer Mário Lino a abrir-lhe a porta da REFER e conseguir ganhar serviços junto da empresa de caminhos de ferro e até de outras empresas sob a alçada do ex-ministro. Mas, segundo os mesmos autos, Lino e a sua secretária de Estado, Ana Paula Vitorino, não estavam interessados em ceder aos interesses de Vara e de Godinho. Foram, aliás, considerados “entraves” ao negócio. Ambos os governantes foram agora afastados por José Sócrates do novo Governo. Vara terá recebido os ditos 10 mil euros, no seu gabinete do Banco Comercial Português, em notas, a 25 de Maio deste ano.

A guerra entre Godinho e Ana Paula Vitorino começa com o alegado roubo de carris na linha do Tua, em que a derrocada de um terreno por falta dos carris provocou um incidente com vítimas. À época Vitorino disse que queria apuradas todas as responsabilidades sobre o caso. Antes do acidente, foi adjudico à empresa O2 a recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação dos resíduos produzidos pela REFER. Ora, Manuel Godinho ter-se-á servido deste contrato para subtrair à empresa ferroviária 3690 metros de carril, 5275 travessas de madeira e respectivo material de ligação, sem que o contrato a isso autorizasse.

As duas empresas de Godinho, a O2 e a SEF foram contratadas para remover escombros e entulho do local do acidente no Tua, mas acabaram, segundo a REFER, por sobrefacturar utilização de meios humanos e máquinas. O processo, conhecido por “Carril Dourado” condenaria em primeira instância Godinho a pagar 105 mil euros de indemnização à REFER, mas a sentença foi mudada, depois do recurso do empresário para a Relação do Porto – onde acabou absolvido.

Dinheiro para o partido

Cercado pelo processo e pela falta de flexibilidade de Mário Lino e Ana Paula Vitorino, Manuel Godinho começou a tentar entrar nas boas graças da REFER, usando contactos com altos quadros da empresa. Já que Luís Pardal, presidente do Conselho de Administração da empresa, lhe fechava também a porta, Godinho encontrou-se com Carlos Pais de Vasconcelos, Lopes Valentim e Espadinha Guiomar, quadros da REFER, para conseguir informação interna sobre os concursos. Segundo o MP, Godinho deu a estes homens telefones “seguros” para falarem dessas informações. Ora, entre Fevereiro e Abril deste ano, Godinho contactou-os quase todos os dias. Ficava a saber quais os concursos e o que os concorrentes ofereciam. Para ultrapassar os entraves, diz o MP "Carlos Vasconcelos afirmou (...) que a superação do seu problema poderia ter como contrapartida a entrega de um donativo para uma campanha partidária", lê-se no mandado de busca. Depois de interceptar esta conversa, a Polícia Judiciária filmou diversas entregas em dinheiro nas semanas seguintes.

Dezenas de certidões

Além da investigação chamada “Face Oculta”, a Polícia Judiciária está ainda a investigar mais suspeitas de corrupção que envolvem os vários protagonistas desta história. O objectivo de Marques Vidal, que conduz o processo, é evitar que se crie um mega-processo que nunca seria julgado em tribunal.

As certidões foram extraídas pelo Ministério Público ao longo dos últimos meses e ainda estão em processo de investigação. Uma delas prende-se com a passagem dos negócios de Manuel Godinho pela Câmara Muncipal de Gouveia – e restantes ligações do empresário a negócios de lixos na Cova da Beira.

OS ARGUIDOS

Manuel Godinho, Empresário.

Próximo do Partido Socialista, começou como sucateiro em Vagos, Ovar. Fez o seu primeiro contrato com o Estado quando, em 1998, ganhou o concurso para tratar dos resíduos da Expo’98, era então José Sócrates Secretário de Estado do Ambiente.

Armando Vara, Vice-presidente do BCP e antigo ministro.

Vara é um dos contactos priveligiados de Manuel Godinho. Partilha com ele (e com Jorge Coelho) ter nascido em Bragança. Terá recebido 10 mil euros para influenciar o ex-ministro Mário Lino a conceder a Godinho contratos nas empresas do Estado. Almoçava várias vezes no “Mercado do Peixe”, em Lisboa, com o empresário. Vara foi um dos homens de confiança de Sócrates, de quem é amigo de longa data e de quem chegou a ser sócio na empresa Sovenco, que negociava em combustíveis.

José Penedos, Administrador da REN e ex-secretário de Estado.

Está arguido no processo, tal como o seu filho. Terá alegadamente favorecido a empresa O2 em contratos com a Rede Eléctrica Nacional.

Paulo Penedos, advogado, filho de José Penedos.

Foi o candidato-fantoche contra José Sócrates na última eleição para secretário-geral do PS. Paulo Penedos é suspeito dos crimes de associação criminosa, de tráfico de influências e de corrupção, por alegadamente ter influenciado o seu pai a adjudicar a gestão global de resíduos da REN e outros contratos de empresas ao grupo O2.

Lopes Barreira, empresário e fundador da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária.

António Paulo Costa, Quadro superior da Petrogal.

Terá favorecido as empresas de Manuel Godinho a troco de bens e subornos

José Contradanças, Vogal da administração da IDD – Indústria de Desmilitarização e Defesa.

Terá favorecido as empresas de Manuel Godinho a troco de bens e subornos.

Carlos de Vasconcellos, Quadro da Refer.

Terá favorecido as empresas de Manuel Godinho a troco de bens e subornos. A Polícia Judiciária filmou várias entregas de dinheiro do empresário a este quadro da REFER. Foi Carlos de Vasconcellos que aconselhou Godinho a dar dinheiro para a campanha eleitoral.

José Valentim, Quadro da Refer.

Terá passado informação sobre concursos da empresa a Manuel Godinho, em troca de prendas.

Manuel Guiomar, Advogado.

Domingos Paiva Nunes, Vogal do conselho de administração da EDP Imobiliária.

É suspeito de ter beneficiado da oferta de um Mercedes SL 500 por parte de Manuel Godinho. Passou pela Câmara de Sintra nos mandatos de Edite Estrela (madrinha de casamento e amiga de José Sócrates), primeiro como assessor no Departamento de Obras Municipais e depois como vereador com a tutela daqueles serviços.

João Manuel Tavares, Quadro da Petrogal de Sines.

Chefe de armazém da Petrogal, terá recebido 10 mil euros para que Godinho fizesse “a subtracção e apropriação de resíduos nobres como de se ferrosos se tratassem, nomeadamente cabo de cobre e quadros eléctricos", diz o MP. Uma das empresas de Godinho terá retirado daquele complexo, "pelo menos", 100 toneladas de resíduos nobres, "no valor não inferior a 300 mil euros".

As ligações às empresas

REFER

Carlos Vasconcelos e José Valentim eram os “rolhas” de Manuel Godinho para a obtenção de informação privilegiada.

GALP

António Paulo Costa era o alegado informador. Manuel Godinho interessou-se pelos resíduos de Sines e terá conseguido alguns “favores”.

EDP

Paiva Nunes, administrador, terá recebido um Mercedes depois de Armando Vara lhe apresentar Manuel Godinho.

REN

O presidente da empresa, José Penedos, e seu filho, Paulo Penedos, são arguidos na investigação.

LISNAVE

Um funcionário da empresa abriu caminho à retirada de cem toneladas de resíduos ferrosos como se de lixo se tratasse.

PORTOS

Os portos de Setúbal e de Sesimbra e a capitania de Aveiro são também referidos nos autos.

PORTUCEL

Segundo o MOP, um funcionário, Filipe Cacia, terá recebido cinco mil euros para prestar informação de concursos e de adjudicações.

CTT

Seria um dos alvos das práticas corruptivas de angariação de contactos.

IDD

As empresas de Ovar investigadas tinham interesse em obter contratos de desmantelamento de material militar. Manuel Godinho terá conseguido contactos privilegiados na empresa.

ESTRADAS DE PORTUGAL

Um funcionário da delegação de Viseu estava nos contactos do dono da empresa O2.

EMEF

Terão sido corrompidos funcionários da delegação do Barreiro.

VIANA DO CASTELO

Lopes Barreira, amigo de Armando Vara e com grandes contactos no PS, terá aberto o caminho de Manuel Godinho nos Estaleiros de Viana do Castelo.

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jornalodiabo 07.11.09

O processo “face oculta” investiga nomes próximos do primeiro-ministro. O empresário Manuel Godinho pagou milhares de euros em dinheiro a socialistas para conseguir favores, diz o Ministério Público. E conseguiu afastar Ana Paula Vitorino do Governo – a sua pior inimiga.

Começam a ser ouvidos na próxima quinta-feira os 13 arguidos ainda em liberdade da investigação “Face Oculta”. Todos estiveram supostamente envolvidos em actos de corrupção passiva e activa e tráfico de influências a favor das empresas de Manuel Godinho, o empresário de Ovar, também arguido e já detido pela Polícia Judiciária.

Manuel Godinho é o centro das investigações da Polícia Judiciária de Aveiro. O Ministério Público diz nos autos que existe uma “rede tentacular” de influências para que o empresário conseguisse favores de dezenas de empresas dentro da esfera de influência do Governo e, especialmente, do Partido Socialista. Godinho tinha o costume de entregar dinheiro, prendas, automóveis e relógios a todos os homens e mulheres que aceitassem favorecer as suas empresas. Os nomes envolvidos (ver caixa) são todos próximos de José Sócrates. Entre eles está Armando Vara, hoje vice-presidente do Banco Comercial Português, amigo de longa data do primeiro-ministro e seu antigo sócio empresarial. Também envolvido está Lopes Barreira, arguido, que foi um dos fundadores da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária – presidida por Armando Vara. A Fundação esteve na origem da demissão de Vara do Governo socialista de António Guterres.

O esquema de Manuel Godinho era simples. O empresário com fortes ligações socialistas pedia a figuras gradas em várias empresas que lhe facilitassem a entrada em concursos para a prestação de serviços na área dos resíduos e da reciclagem. Segundo o Ministério Público, Manuel Godinho, sucateiro de origem, terá mesmo conseguido, a troco de subornos, autorização de várias empresários ou quadros superiores para subtrair de vários estaleiros e obras material de construção, máquinas e equipamentos. Supostamente, Godinho pagava umas vezes a altos quadros, outras apenas aos porteiros para deixarem entrar os seus homens e subtrair material alheio.

As ligações socialistas, no entanto, tornam-se mais próximas quando Godinho se cruza com Armando Vara e Lopes Barreira. Vara, segundo os autos, terá pedido 10 mil euros a Godinho para convencer Mário Lino a abrir-lhe a porta da REFER e conseguir ganhar serviços junto da empresa de caminhos de ferro e até de outras empresas sob a alçada do ex-ministro. Mas, segundo os mesmos autos, Lino e a sua secretária de Estado, Ana Paula Vitorino, não estavam interessados em ceder aos interesses de Vara e de Godinho. Foram, aliás, considerados “entraves” ao negócio. Ambos os governantes foram agora afastados por José Sócrates do novo Governo. Vara terá recebido os ditos 10 mil euros, no seu gabinete do Banco Comercial Português, em notas, a 25 de Maio deste ano.

A guerra entre Godinho e Ana Paula Vitorino começa com o alegado roubo de carris na linha do Tua, em que a derrocada de um terreno por falta dos carris provocou um incidente com vítimas. À época Vitorino disse que queria apuradas todas as responsabilidades sobre o caso. Antes do acidente, foi adjudico à empresa O2 a recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação dos resíduos produzidos pela REFER. Ora, Manuel Godinho ter-se-á servido deste contrato para subtrair à empresa ferroviária 3690 metros de carril, 5275 travessas de madeira e respectivo material de ligação, sem que o contrato a isso autorizasse.

As duas empresas de Godinho, a O2 e a SEF foram contratadas para remover escombros e entulho do local do acidente no Tua, mas acabaram, segundo a REFER, por sobrefacturar utilização de meios humanos e máquinas. O processo, conhecido por “Carril Dourado” condenaria em primeira instância Godinho a pagar 105 mil euros de indemnização à REFER, mas a sentença foi mudada, depois do recurso do empresário para a Relação do Porto – onde acabou absolvido.

Dinheiro para o partido

Cercado pelo processo e pela falta de flexibilidade de Mário Lino e Ana Paula Vitorino, Manuel Godinho começou a tentar entrar nas boas graças da REFER, usando contactos com altos quadros da empresa. Já que Luís Pardal, presidente do Conselho de Administração da empresa, lhe fechava também a porta, Godinho encontrou-se com Carlos Pais de Vasconcelos, Lopes Valentim e Espadinha Guiomar, quadros da REFER, para conseguir informação interna sobre os concursos. Segundo o MP, Godinho deu a estes homens telefones “seguros” para falarem dessas informações. Ora, entre Fevereiro e Abril deste ano, Godinho contactou-os quase todos os dias. Ficava a saber quais os concursos e o que os concorrentes ofereciam. Para ultrapassar os entraves, diz o MP "Carlos Vasconcelos afirmou (...) que a superação do seu problema poderia ter como contrapartida a entrega de um donativo para uma campanha partidária", lê-se no mandado de busca. Depois de interceptar esta conversa, a Polícia Judiciária filmou diversas entregas em dinheiro nas semanas seguintes.

Dezenas de certidões

Além da investigação chamada “Face Oculta”, a Polícia Judiciária está ainda a investigar mais suspeitas de corrupção que envolvem os vários protagonistas desta história. O objectivo de Marques Vidal, que conduz o processo, é evitar que se crie um mega-processo que nunca seria julgado em tribunal.

As certidões foram extraídas pelo Ministério Público ao longo dos últimos meses e ainda estão em processo de investigação. Uma delas prende-se com a passagem dos negócios de Manuel Godinho pela Câmara Muncipal de Gouveia – e restantes ligações do empresário a negócios de lixos na Cova da Beira.

OS ARGUIDOS

Manuel Godinho, Empresário.

Próximo do Partido Socialista, começou como sucateiro em Vagos, Ovar. Fez o seu primeiro contrato com o Estado quando, em 1998, ganhou o concurso para tratar dos resíduos da Expo’98, era então José Sócrates Secretário de Estado do Ambiente.

Armando Vara, Vice-presidente do BCP e antigo ministro.

Vara é um dos contactos priveligiados de Manuel Godinho. Partilha com ele (e com Jorge Coelho) ter nascido em Bragança. Terá recebido 10 mil euros para influenciar o ex-ministro Mário Lino a conceder a Godinho contratos nas empresas do Estado. Almoçava várias vezes no “Mercado do Peixe”, em Lisboa, com o empresário. Vara foi um dos homens de confiança de Sócrates, de quem é amigo de longa data e de quem chegou a ser sócio na empresa Sovenco, que negociava em combustíveis.

José Penedos, Administrador da REN e ex-secretário de Estado.

Está arguido no processo, tal como o seu filho. Terá alegadamente favorecido a empresa O2 em contratos com a Rede Eléctrica Nacional.

Paulo Penedos, advogado, filho de José Penedos.

Foi o candidato-fantoche contra José Sócrates na última eleição para secretário-geral do PS. Paulo Penedos é suspeito dos crimes de associação criminosa, de tráfico de influências e de corrupção, por alegadamente ter influenciado o seu pai a adjudicar a gestão global de resíduos da REN e outros contratos de empresas ao grupo O2.

Lopes Barreira, empresário e fundador da Fundação para a Prevenção e Segurança Rodoviária.

António Paulo Costa, Quadro superior da Petrogal.

Terá favorecido as empresas de Manuel Godinho a troco de bens e subornos

José Contradanças, Vogal da administração da IDD – Indústria de Desmilitarização e Defesa.

Terá favorecido as empresas de Manuel Godinho a troco de bens e subornos.

Carlos de Vasconcellos, Quadro da Refer.

Terá favorecido as empresas de Manuel Godinho a troco de bens e subornos. A Polícia Judiciária filmou várias entregas de dinheiro do empresário a este quadro da REFER. Foi Carlos de Vasconcellos que aconselhou Godinho a dar dinheiro para a campanha eleitoral.

José Valentim, Quadro da Refer.

Terá passado informação sobre concursos da empresa a Manuel Godinho, em troca de prendas.

Manuel Guiomar, Advogado.

Domingos Paiva Nunes, Vogal do conselho de administração da EDP Imobiliária.

É suspeito de ter beneficiado da oferta de um Mercedes SL 500 por parte de Manuel Godinho. Passou pela Câmara de Sintra nos mandatos de Edite Estrela (madrinha de casamento e amiga de José Sócrates), primeiro como assessor no Departamento de Obras Municipais e depois como vereador com a tutela daqueles serviços.

João Manuel Tavares, Quadro da Petrogal de Sines.

Chefe de armazém da Petrogal, terá recebido 10 mil euros para que Godinho fizesse “a subtracção e apropriação de resíduos nobres como de se ferrosos se tratassem, nomeadamente cabo de cobre e quadros eléctricos", diz o MP. Uma das empresas de Godinho terá retirado daquele complexo, "pelo menos", 100 toneladas de resíduos nobres, "no valor não inferior a 300 mil euros".

As ligações às empresas

REFER

Carlos Vasconcelos e José Valentim eram os “rolhas” de Manuel Godinho para a obtenção de informação privilegiada.

GALP

António Paulo Costa era o alegado informador. Manuel Godinho interessou-se pelos resíduos de Sines e terá conseguido alguns “favores”.

EDP

Paiva Nunes, administrador, terá recebido um Mercedes depois de Armando Vara lhe apresentar Manuel Godinho.

REN

O presidente da empresa, José Penedos, e seu filho, Paulo Penedos, são arguidos na investigação.

LISNAVE

Um funcionário da empresa abriu caminho à retirada de cem toneladas de resíduos ferrosos como se de lixo se tratasse.

PORTOS

Os portos de Setúbal e de Sesimbra e a capitania de Aveiro são também referidos nos autos.

PORTUCEL

Segundo o MOP, um funcionário, Filipe Cacia, terá recebido cinco mil euros para prestar informação de concursos e de adjudicações.

CTT

Seria um dos alvos das práticas corruptivas de angariação de contactos.

IDD

As empresas de Ovar investigadas tinham interesse em obter contratos de desmantelamento de material militar. Manuel Godinho terá conseguido contactos privilegiados na empresa.

ESTRADAS DE PORTUGAL

Um funcionário da delegação de Viseu estava nos contactos do dono da empresa O2.

EMEF

Terão sido corrompidos funcionários da delegação do Barreiro.

VIANA DO CASTELO

Lopes Barreira, amigo de Armando Vara e com grandes contactos no PS, terá aberto o caminho de Manuel Godinho nos Estaleiros de Viana do Castelo.

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