"Há pessoas a desistirem da fisioterapia por falta de dinheiro"

15-06-2015
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Ana Oliveira, fisioterapeuta e membro do Grupo de Trabalho de Fisioterapia em Cuidados Continuados e Paliativos da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas, revela que a crise e algumas medidas governamentais levaram algumas pessoas a desistirem dos tratamentos.

Mais de 500 fisioterapeutas reúnem-se no 9.º Congresso Nacional de Fisioterapeutas, nos dias 12 a 14 de junho, no Centro de Congressos do Estoril, onde vão discutir o futuro da especialidade em Portugal.

Em entrevista ao SAPO Lifestyle, Ana Oliveira da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APF) explica o estado da Fisioterapia em Portugal e indica algumas áreas em que o Governo deveria apostar.

SAPO Lifestyle (SL): Há cada vez mais doentes referenciados para fazer cuidados continuados, entre os quais a fisioterapia. Acha que isso demonstra um maior alerta para os benefícios deste tipo de cuidados?

Ana Oliveira (AO): Sim, acho que demonstra não só maior alerta para o conhecimento dos benefícios como também para um maior conhecimento da existência deste tipo de cuidados. Porém, temos a noção que ainda são poucos os médicos especialistas que reconhecem as potencialidades do contributo da fisioterapia no processo de recuperação dos utentes/doentes e quais as suas mais-valias.

SL: Quase metade dos 844 utentes que aguardavam vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), no final de 2014, eram provenientes da região de Lisboa e Vale do Tejo. Existe algumas áreas do país mais abrangidas pelo acesso a este tipo de cuidados do que outras. Como é que se pode resolver esse problema?

AO: Falta maior vontade política e mais equidade na abertura deste tipo de unidades possibilitando uma maior equidade e rapidez no acesso a este tipo de cuidados. Também deveria ser realizada uma maior fiscalização no funcionamento das mesma nomeadamente no que respeita à contratualização dos profissionais de saúde.

SL: E em que áreas da Saúde deveria o Governo apostar?

AO: Nos cuidados de saúde primários, nos cuidados continuados e nos cuidados paliativos, bem como um maior investimento nos recursos da fisioterapia e gestão destes serviços.

SL: A população portuguesa está a envelhecer cada vez mais. Acha que o Governo português tem feito o trabalho necessário para garantir qualidade de vida aos reformados e aos doentes crónicos?

AO: Infelizmente acho que neste momento não tem havido o investimento suficiente. Os nossos doentes encontram grandes barreiras no acesso aos cuidados de saúde. Quem está no terreno verifica e vivencia dia-após-dia as dificuldades que existem. No momento em que há doença e são precisos cuidados de saúde é que a população se apercebe das dificuldades, barreiras e limitações que existem no nosso sistema.

SL: Há pessoas a desistirem dos tratamentos?

AO: É uma realidade dos nossos dias. De certa forma a crise em conjunto com algumas medidas adotadas pelo governo fazem com que as pessoas desistam da fisioterapia quer por dificuldades económicas quer por burocracias.

SL: Os portugueses têm noção dos benefícios da fisioterapia?

AO: Eu acho que sim. Da minha experiência os portugueses valorizam bastante a fisioterapia e isso verifica-se nas expectativas e na esperança que eles depositam na nossa intervenção.

SL: Que temas se debatem entre os especialistas? Quais são as grandes dúvidas ou áreas de pesquisa na área da fisioterapia?

AO: A fisioterapia é uma profissão em movimento que abrange um grande leque de áreas de intervenção (ex. neurologia, cardio-respiratória, musculo-esqulética) em todas elas há uma pesquisa constante com o intuito de demonstrar a sua evidência científica.

Ana Oliveira, fisioterapeuta e membro do Grupo de Trabalho de Fisioterapia em Cuidados Continuados e Paliativos da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas, revela que a crise e algumas medidas governamentais levaram algumas pessoas a desistirem dos tratamentos.

Mais de 500 fisioterapeutas reúnem-se no 9.º Congresso Nacional de Fisioterapeutas, nos dias 12 a 14 de junho, no Centro de Congressos do Estoril, onde vão discutir o futuro da especialidade em Portugal.

Em entrevista ao SAPO Lifestyle, Ana Oliveira da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APF) explica o estado da Fisioterapia em Portugal e indica algumas áreas em que o Governo deveria apostar.

SAPO Lifestyle (SL): Há cada vez mais doentes referenciados para fazer cuidados continuados, entre os quais a fisioterapia. Acha que isso demonstra um maior alerta para os benefícios deste tipo de cuidados?

Ana Oliveira (AO): Sim, acho que demonstra não só maior alerta para o conhecimento dos benefícios como também para um maior conhecimento da existência deste tipo de cuidados. Porém, temos a noção que ainda são poucos os médicos especialistas que reconhecem as potencialidades do contributo da fisioterapia no processo de recuperação dos utentes/doentes e quais as suas mais-valias.

SL: Quase metade dos 844 utentes que aguardavam vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), no final de 2014, eram provenientes da região de Lisboa e Vale do Tejo. Existe algumas áreas do país mais abrangidas pelo acesso a este tipo de cuidados do que outras. Como é que se pode resolver esse problema?

AO: Falta maior vontade política e mais equidade na abertura deste tipo de unidades possibilitando uma maior equidade e rapidez no acesso a este tipo de cuidados. Também deveria ser realizada uma maior fiscalização no funcionamento das mesma nomeadamente no que respeita à contratualização dos profissionais de saúde.

SL: E em que áreas da Saúde deveria o Governo apostar?

AO: Nos cuidados de saúde primários, nos cuidados continuados e nos cuidados paliativos, bem como um maior investimento nos recursos da fisioterapia e gestão destes serviços.

SL: A população portuguesa está a envelhecer cada vez mais. Acha que o Governo português tem feito o trabalho necessário para garantir qualidade de vida aos reformados e aos doentes crónicos?

AO: Infelizmente acho que neste momento não tem havido o investimento suficiente. Os nossos doentes encontram grandes barreiras no acesso aos cuidados de saúde. Quem está no terreno verifica e vivencia dia-após-dia as dificuldades que existem. No momento em que há doença e são precisos cuidados de saúde é que a população se apercebe das dificuldades, barreiras e limitações que existem no nosso sistema.

SL: Há pessoas a desistirem dos tratamentos?

AO: É uma realidade dos nossos dias. De certa forma a crise em conjunto com algumas medidas adotadas pelo governo fazem com que as pessoas desistam da fisioterapia quer por dificuldades económicas quer por burocracias.

SL: Os portugueses têm noção dos benefícios da fisioterapia?

AO: Eu acho que sim. Da minha experiência os portugueses valorizam bastante a fisioterapia e isso verifica-se nas expectativas e na esperança que eles depositam na nossa intervenção.

SL: Que temas se debatem entre os especialistas? Quais são as grandes dúvidas ou áreas de pesquisa na área da fisioterapia?

AO: A fisioterapia é uma profissão em movimento que abrange um grande leque de áreas de intervenção (ex. neurologia, cardio-respiratória, musculo-esqulética) em todas elas há uma pesquisa constante com o intuito de demonstrar a sua evidência científica.

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