Saúde SA: A via-sacra do SNS

22-01-2012
marcar artigo

A trapalhada em que se encontra o SNS é um cruel exemplo dos resultados a que conduz a política suportada nas aparências e no tacticismo politiqueiro. A ausência de princípios de governação estratégica conduziu-nos a um beco sem saída. Ao invés de inovar os modelos de gestão e de trabalho no SNS apostou-se, obsessivamente, num modelo (estafado) burocrático e normativo de carreiras.Confundiu-se segurança profissional com rigidez contratual e remuneratória. Não se percebeu a irrelevância desse caminho para as gerações mais novas de médicos.A preocupação foi sempre o agrado às turbas sindicais. O troco foi estes se deixarem exibir em fóruns partidários como troféus de campanha eleitoral. Não perceberam que, na realidade actual fazer dos médicos meros funcionários conduz, inexoravelmente, ao precipício. Esta visão passadista da realidade tem como consequência inevitável o desastre. A seguir aos médicos virão os enfermeiros e a seguir a estes os restantes grupos profissionais. A via-sacra do SNS prossegue o seu caminho. Em desespero manda-se agora a IGAS “policiar” as unidades de saúde e os médicos que prestam serviço através de empresas. Impotentes para encontrar soluções estruturais entram no caminho do exercício gratuito e inconsequente do autoritarismo irreflectido. Quem criou o terreno fértil para a proliferação das empresas de trabalho médico “à peça” não foram os médicos. A responsabilidade por este caos é totalmente imputável aos responsáveis políticos que, nos últimos trinta anos foram, de uma forma consistente, “navegando à vista”.Aos dirigentes políticos exige-se prevenção e não reacção. Quando se passam longos anos a iludir, a disfarçar, a adiar e a ignorar os problemas as consequências tornam-se iniludíveis.Continuamos, por isso, resignados, a assistir ao paulatino, mas sustentado, fim do SNS.HorusEtiquetas: s.n.s. 2

A trapalhada em que se encontra o SNS é um cruel exemplo dos resultados a que conduz a política suportada nas aparências e no tacticismo politiqueiro. A ausência de princípios de governação estratégica conduziu-nos a um beco sem saída. Ao invés de inovar os modelos de gestão e de trabalho no SNS apostou-se, obsessivamente, num modelo (estafado) burocrático e normativo de carreiras.Confundiu-se segurança profissional com rigidez contratual e remuneratória. Não se percebeu a irrelevância desse caminho para as gerações mais novas de médicos.A preocupação foi sempre o agrado às turbas sindicais. O troco foi estes se deixarem exibir em fóruns partidários como troféus de campanha eleitoral. Não perceberam que, na realidade actual fazer dos médicos meros funcionários conduz, inexoravelmente, ao precipício. Esta visão passadista da realidade tem como consequência inevitável o desastre. A seguir aos médicos virão os enfermeiros e a seguir a estes os restantes grupos profissionais. A via-sacra do SNS prossegue o seu caminho. Em desespero manda-se agora a IGAS “policiar” as unidades de saúde e os médicos que prestam serviço através de empresas. Impotentes para encontrar soluções estruturais entram no caminho do exercício gratuito e inconsequente do autoritarismo irreflectido. Quem criou o terreno fértil para a proliferação das empresas de trabalho médico “à peça” não foram os médicos. A responsabilidade por este caos é totalmente imputável aos responsáveis políticos que, nos últimos trinta anos foram, de uma forma consistente, “navegando à vista”.Aos dirigentes políticos exige-se prevenção e não reacção. Quando se passam longos anos a iludir, a disfarçar, a adiar e a ignorar os problemas as consequências tornam-se iniludíveis.Continuamos, por isso, resignados, a assistir ao paulatino, mas sustentado, fim do SNS.HorusEtiquetas: s.n.s. 2

marcar artigo