Saúde SA: Ao que vem Paulo Macedo?

30-06-2011
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Pelos vistos a engenheira Isabel Vaz, presidente da comissão executiva da ESS, não aceitou o convite em primeira mão dirigido por PPC para a pasta da Saúde. Por considerar que numa altura, tão complexa, não seria viável uma responsável de um grande grupo do sector assumir a tutela de uma das áreas onde vai ser preciso cortar a eito.Perante esta contrariedade, PPC, talvez aconselhado por MFL, decidiu dirigir convite a Paulo Macedo, que, surpreendentemente (tendo em atenção as dificuldades da sua anterior passagem pelo MF), aceitou à primeira (quer dizer, à segunda) .Que a animação era outra com a engenheira Isabel Vaz ao leme do MS, não temos dúvidas. link Mas, nesta altura, não há nada a fazer, é com o ministro nomeado que temos de nos preocupar.Ao que vem Paulo Macedo ?De acordo com o objectivo prioritário da política Liberal-Social, definida no programa eleitoral do PSD, Paulo Macedo vai empenhar-se na implementação do designado Pacote Universal (básico) de Benefícios. O já famoso PUB, uma mistela liberal pacotilha destinada a cercear a procura de cuidados por parte dos cidadãos contribuintes beneficiários do SNS.Segundo o semanário expresso desta semana, Paulo Macedo numa conferência, recentemente realizada (20.06.11), sobre os desafios da gestão financeira pública em tempos de crise, defendeu a aplicação do PUB.«Se os portugueses não estiverem dispostos a pagar mais pela assistência - o que é provável face à pressão da troika para reduzir os gastos do SNS em 550 milhões de euros – então o Estado irá definir os serviços que se quer providenciar aos seus cidadãos, ou seja, deixará de continuar a garantir o acesso de todos a tudo. Por outro lado, há mais serviços públicos, mais bem-estar a distribuir, pelo que é necessário estabelecer o equilíbrio na distribuição destes bens aos cidadãos.» Trata-se, na prática, de desenvolver o processo de troca da universalidade do SNS pela imposição do pacote básico de cuidados. Em articulação com a maior abertura da Saúde aos privados através da concessão da gestão e contratualização de cuidados do sector público a entidades privadas, promoção da chamada livre escolha dos utentes e do “opting out” e outras trapalhadas que tais.A partir destes enunciados, podemos concluir estarmos perante um projecto que nada tem a ver com a reforma do nosso sistema de saúde, reconhecidamente um dos melhores do mundo, através da redução da ineficiência e melhoria da qualidade e do acesso. Trata-se antes de uma verdadeira mudança de paradígma. De pôr em prática o processo de liberalização do Serviço Público de Saúde que conduzirá, inexoravelmente, se não for atalhado, à sua destruição. O qual merecerá, estou certo, dentro em breve, o repúdio generalizado dos portugueses.Etiquetas: liberais pacotilha, XIX gov

Pelos vistos a engenheira Isabel Vaz, presidente da comissão executiva da ESS, não aceitou o convite em primeira mão dirigido por PPC para a pasta da Saúde. Por considerar que numa altura, tão complexa, não seria viável uma responsável de um grande grupo do sector assumir a tutela de uma das áreas onde vai ser preciso cortar a eito.Perante esta contrariedade, PPC, talvez aconselhado por MFL, decidiu dirigir convite a Paulo Macedo, que, surpreendentemente (tendo em atenção as dificuldades da sua anterior passagem pelo MF), aceitou à primeira (quer dizer, à segunda) .Que a animação era outra com a engenheira Isabel Vaz ao leme do MS, não temos dúvidas. link Mas, nesta altura, não há nada a fazer, é com o ministro nomeado que temos de nos preocupar.Ao que vem Paulo Macedo ?De acordo com o objectivo prioritário da política Liberal-Social, definida no programa eleitoral do PSD, Paulo Macedo vai empenhar-se na implementação do designado Pacote Universal (básico) de Benefícios. O já famoso PUB, uma mistela liberal pacotilha destinada a cercear a procura de cuidados por parte dos cidadãos contribuintes beneficiários do SNS.Segundo o semanário expresso desta semana, Paulo Macedo numa conferência, recentemente realizada (20.06.11), sobre os desafios da gestão financeira pública em tempos de crise, defendeu a aplicação do PUB.«Se os portugueses não estiverem dispostos a pagar mais pela assistência - o que é provável face à pressão da troika para reduzir os gastos do SNS em 550 milhões de euros – então o Estado irá definir os serviços que se quer providenciar aos seus cidadãos, ou seja, deixará de continuar a garantir o acesso de todos a tudo. Por outro lado, há mais serviços públicos, mais bem-estar a distribuir, pelo que é necessário estabelecer o equilíbrio na distribuição destes bens aos cidadãos.» Trata-se, na prática, de desenvolver o processo de troca da universalidade do SNS pela imposição do pacote básico de cuidados. Em articulação com a maior abertura da Saúde aos privados através da concessão da gestão e contratualização de cuidados do sector público a entidades privadas, promoção da chamada livre escolha dos utentes e do “opting out” e outras trapalhadas que tais.A partir destes enunciados, podemos concluir estarmos perante um projecto que nada tem a ver com a reforma do nosso sistema de saúde, reconhecidamente um dos melhores do mundo, através da redução da ineficiência e melhoria da qualidade e do acesso. Trata-se antes de uma verdadeira mudança de paradígma. De pôr em prática o processo de liberalização do Serviço Público de Saúde que conduzirá, inexoravelmente, se não for atalhado, à sua destruição. O qual merecerá, estou certo, dentro em breve, o repúdio generalizado dos portugueses.Etiquetas: liberais pacotilha, XIX gov

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