CIDADANIA LX: Espaço do Hospital Dona Estefânia já tem destino mas o problema é a integração

07-07-2011
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In Público (1/7/2010)Por Romana Borja-Santos «Oposição e subscritores de petição insistem na importância de Lisboa continuar a contar com uma unidade pediátrica independente e recusam integração no novo Hospital OrientalComissão parlamentar de Saúde Moção aprovadaO espaço que é hoje ocupado pelo Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, já tem destino: a ministra da Saúde prometeu ontem que o edifício será reabilitado e que continuará a funcionar como "uma área para a criança" quando a unidade for integrada no futuro Hospital Oriental (Todos-os-Santos), que substituirá, na zona de Chelas, os estabelecimentos que fazem hoje parte do Centro Hospitalar de Lisboa Central (S. José, Santa Marta, Capuchos, Desterro e Estefânia). Contudo, tanto para a oposição parlamentar como para os subscritores da petição a favor de que o Dona Estefânia continue a ser uma unidade pediátrica autónoma, o problema não é o que se fará com o actual espaço mas sim insistir-se na ideia de juntar aquela unidade com as outras unidades gerais.Segundo explicou Ana Jorge na Comissão Parlamentar de Saúde, estão a ser estudados vários projectos que passam por reabilitar o local para uma "área social da saúde". E exemplificou: "A ideia é aquele espaço manter-se dedicado às crianças, numa área que complemente as áreas da saúde. Ter um espaço com cuidados continuados pediátricos e acolhimento temporário no âmbito da Segurança Social." A titular da pasta da Saúde disse, ainda, que há a hipótese de manter o local ligado à investigação pediátrica. Parte da área poderá mesmo ser convertida numa creche e o exterior poderá vir a ser "um jardim terapêutico".Hipóteses que o cirurgião pediátrico Gentil Martins, que fez parte da sua carreira neste hospital, considera que vêm "desviar as atenções" do essencial. "O problema não é o que se vai fazer com este espaço, que precisa de ser reabilitado. O grande disparate é que vai deixar de existir um hospital para a criança em Lisboa e a senhora ministra insiste em alegar razões técnicas", acrescentou o médico, que é também um dos principais membros da plataforma cívica que defende um novo hospital autónomo e que foi um dos cerca de 80 mil subscritores de uma petição que pretendia fazer o Governo recuar na decisão e foi levada à Assembleia da República em 2009.A este propósito, Ana Jorge sublinhou que "o que está pensado é que haja no futuro hospital uma grande área dedicada à criança, que substitua aquilo que se faz no D. Estefânia, com uma melhor articulação com as outras áreas mais diferenciadas que existem nos hospitais gerais". A ministra reconheceu que esta solução não é perfeita, mas disse que é a possível para a dimensão do país e assumiu que estar perto de um hospital geral "seria a situação ideal".Gentil Martins, que vê na junção mais problemas que benefícios, questiona: "Porque é que uma unidade como a D. Estefânia, que serve 600 mil crianças, é integrada, e em Coimbra, que são 200 mil, se faz um pediátrico autónomo?" "A Medicina não é só uma questão de técnica e as crianças não são adultos em escala reduzida. Os hospitais pediátricos têm características próprias e devem permanecer autónomos. Não somos a favor de que o D. Estefânia fique no mesmo sítio, queremos é que continue independente, tal como 96 por cento dos profissionais que lá trabalham", concluiu o médico.»


In Público (1/7/2010)Por Romana Borja-Santos «Oposição e subscritores de petição insistem na importância de Lisboa continuar a contar com uma unidade pediátrica independente e recusam integração no novo Hospital OrientalComissão parlamentar de Saúde Moção aprovadaO espaço que é hoje ocupado pelo Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, já tem destino: a ministra da Saúde prometeu ontem que o edifício será reabilitado e que continuará a funcionar como "uma área para a criança" quando a unidade for integrada no futuro Hospital Oriental (Todos-os-Santos), que substituirá, na zona de Chelas, os estabelecimentos que fazem hoje parte do Centro Hospitalar de Lisboa Central (S. José, Santa Marta, Capuchos, Desterro e Estefânia). Contudo, tanto para a oposição parlamentar como para os subscritores da petição a favor de que o Dona Estefânia continue a ser uma unidade pediátrica autónoma, o problema não é o que se fará com o actual espaço mas sim insistir-se na ideia de juntar aquela unidade com as outras unidades gerais.Segundo explicou Ana Jorge na Comissão Parlamentar de Saúde, estão a ser estudados vários projectos que passam por reabilitar o local para uma "área social da saúde". E exemplificou: "A ideia é aquele espaço manter-se dedicado às crianças, numa área que complemente as áreas da saúde. Ter um espaço com cuidados continuados pediátricos e acolhimento temporário no âmbito da Segurança Social." A titular da pasta da Saúde disse, ainda, que há a hipótese de manter o local ligado à investigação pediátrica. Parte da área poderá mesmo ser convertida numa creche e o exterior poderá vir a ser "um jardim terapêutico".Hipóteses que o cirurgião pediátrico Gentil Martins, que fez parte da sua carreira neste hospital, considera que vêm "desviar as atenções" do essencial. "O problema não é o que se vai fazer com este espaço, que precisa de ser reabilitado. O grande disparate é que vai deixar de existir um hospital para a criança em Lisboa e a senhora ministra insiste em alegar razões técnicas", acrescentou o médico, que é também um dos principais membros da plataforma cívica que defende um novo hospital autónomo e que foi um dos cerca de 80 mil subscritores de uma petição que pretendia fazer o Governo recuar na decisão e foi levada à Assembleia da República em 2009.A este propósito, Ana Jorge sublinhou que "o que está pensado é que haja no futuro hospital uma grande área dedicada à criança, que substitua aquilo que se faz no D. Estefânia, com uma melhor articulação com as outras áreas mais diferenciadas que existem nos hospitais gerais". A ministra reconheceu que esta solução não é perfeita, mas disse que é a possível para a dimensão do país e assumiu que estar perto de um hospital geral "seria a situação ideal".Gentil Martins, que vê na junção mais problemas que benefícios, questiona: "Porque é que uma unidade como a D. Estefânia, que serve 600 mil crianças, é integrada, e em Coimbra, que são 200 mil, se faz um pediátrico autónomo?" "A Medicina não é só uma questão de técnica e as crianças não são adultos em escala reduzida. Os hospitais pediátricos têm características próprias e devem permanecer autónomos. Não somos a favor de que o D. Estefânia fique no mesmo sítio, queremos é que continue independente, tal como 96 por cento dos profissionais que lá trabalham", concluiu o médico.»

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