Livre termina campanha sem respostas da esquerda

19-10-2015
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Em jantar de encerramento em Lisboa, o Livre/Tempo de Avançar espera que a proposta lançada na quinta-feira ainda dê frutos. Rui Tavares apela ao voto no “partido que trouxe a convergência de forma séria” para o debate e Ana Drago deixa também um recado à comunicação social

A proposta do "compromisso histórico" ainda não obteve respostas mas não é por isso que o Livre/Tempo de Avançar desiste da convergência dos partidos de esquerda. Tudo "continua em cima da mesa", até porque é "crucial para o país", afirma Rui Tavares durante o jantar de encerramento da campanha na capital.

"É preciso mostrar ao Presidente da República que se houver uma maioria de esquerda, essa esquerda deve produzir um governo", reforça o líder partidário em declarações ao Expresso. Para o cabeça de lista por Lisboa, é importante que as pessoas deem expressão — em urna— ao "partido que trouxe a convergência de forma séria" para estas legislativas.

O Livre não se importa que outros partidos usem as suas propostas, até porque "as ideias boas são para usar e para acreditar". A expressão é de Rui Tavares e a confirmação deste pensamento surge da parte de Ana Drago.

Por outro lado, concordam que "os outros partidos da esquerda tradicional têm-se pautado por pôr a tática à frente da estratégia" e que isso não é benéfico para o futuro. "Se a nossa estratégia tivesse sido adotada quando propusemos a Agenda Inadiável não estaríamos agora angustiados com a possibilidade do eleitorado votar na direita", expressa Rui Tavares.

Pedro Nunes

Ana Drago concorda e deixa a pergunta: "quantos anos mais vamos andar com guerras antigas que se prolongam desde o PREC e que levam sempre à impossibilidade de união das forças de esquerda?" Para a número dois pelo círculo eleitoral de Lisboa é importante que a mudança se faça agora.

Há entraves. Drago não se esquece da atitude do Bloco de Esquerda e da CDU, que "nunca conseguiram criar qualquer interligação entre si, nem numa coligação para as juntas de freguesia". Embora tenha esperança numa abertura verdadeira com o Partido Socialista, espera que tudo não se resuma a "uma captação de votos de última hora e que seja mesmo a sério".

Para Rui Tavares, a abertura do Bloco de Esquerda a um acordo com o PS pode ser pouco séria. Em reação às notícias de hoje (sobre uma possível convergência entre o BE e os socialistas), comenta que "o grau de confiança que se pode ter quanto à sinceridade desta proposta não pode ser grande".

Sobre a falta de respostas dos partido — mais de 24 horas passadas desde que o Livre lançou o repto —Ana Drago considera-a "um pouco assustadora quando percebemos que o que as pessoas querem mesmo é respostas para a sua vida".

As cartas estão na mesa e o futuro da esquerda em Portugal pode não ser muito feliz. "A esquerda portuguesa pode caminhar para o abismo se esta convergência não existir", prospetiva Rui Tavares. A verificar-se uma nova legislatura sem união, o cabeça de lista antevê que "os cidadãos perceberão, mais tarde ou mais cedo, que não há possibilidade de maiorias de esquerda estáveis para o país".

Não é isso que o Livre quer e espera que "após as eleições o PS, a CDU e o Bloco não voltem à cantiga do costume". Reforçando a necessidade de coesão, o partido demarca-se dos demais por ter "outra voz, outra atitude e outra forma de agir".

Em tempo de balanços de campanha, e desafiada a expressar o que correu mal durante a campanha, Ana Drago fala da comunicação social. Sem querer "ser queixinhas", a dirigente partidária considera que "a novidade que o partido trouxe não foi suficientemente valorizada" e isso levou a que o Livre "não chegasse a tantas pessoas como desejaria". Para Drago, os órgãos de comunicação social acabaram por ser um pouco "guardiões do sistema". "Pela primeira vez em 15 anos, desde a entrada do Bloco, há perspetivas de novas forças políticas entrarem na Assembleia da República". Essa mudança no sistema partidário "não foi valorizada".

O Livre/Tempo de Avançar cumpre agora o jantar de encerramento da campanha na Casa do Alentejo, em Lisboa.

Em jantar de encerramento em Lisboa, o Livre/Tempo de Avançar espera que a proposta lançada na quinta-feira ainda dê frutos. Rui Tavares apela ao voto no “partido que trouxe a convergência de forma séria” para o debate e Ana Drago deixa também um recado à comunicação social

A proposta do "compromisso histórico" ainda não obteve respostas mas não é por isso que o Livre/Tempo de Avançar desiste da convergência dos partidos de esquerda. Tudo "continua em cima da mesa", até porque é "crucial para o país", afirma Rui Tavares durante o jantar de encerramento da campanha na capital.

"É preciso mostrar ao Presidente da República que se houver uma maioria de esquerda, essa esquerda deve produzir um governo", reforça o líder partidário em declarações ao Expresso. Para o cabeça de lista por Lisboa, é importante que as pessoas deem expressão — em urna— ao "partido que trouxe a convergência de forma séria" para estas legislativas.

O Livre não se importa que outros partidos usem as suas propostas, até porque "as ideias boas são para usar e para acreditar". A expressão é de Rui Tavares e a confirmação deste pensamento surge da parte de Ana Drago.

Por outro lado, concordam que "os outros partidos da esquerda tradicional têm-se pautado por pôr a tática à frente da estratégia" e que isso não é benéfico para o futuro. "Se a nossa estratégia tivesse sido adotada quando propusemos a Agenda Inadiável não estaríamos agora angustiados com a possibilidade do eleitorado votar na direita", expressa Rui Tavares.

Pedro Nunes

Ana Drago concorda e deixa a pergunta: "quantos anos mais vamos andar com guerras antigas que se prolongam desde o PREC e que levam sempre à impossibilidade de união das forças de esquerda?" Para a número dois pelo círculo eleitoral de Lisboa é importante que a mudança se faça agora.

Há entraves. Drago não se esquece da atitude do Bloco de Esquerda e da CDU, que "nunca conseguiram criar qualquer interligação entre si, nem numa coligação para as juntas de freguesia". Embora tenha esperança numa abertura verdadeira com o Partido Socialista, espera que tudo não se resuma a "uma captação de votos de última hora e que seja mesmo a sério".

Para Rui Tavares, a abertura do Bloco de Esquerda a um acordo com o PS pode ser pouco séria. Em reação às notícias de hoje (sobre uma possível convergência entre o BE e os socialistas), comenta que "o grau de confiança que se pode ter quanto à sinceridade desta proposta não pode ser grande".

Sobre a falta de respostas dos partido — mais de 24 horas passadas desde que o Livre lançou o repto —Ana Drago considera-a "um pouco assustadora quando percebemos que o que as pessoas querem mesmo é respostas para a sua vida".

As cartas estão na mesa e o futuro da esquerda em Portugal pode não ser muito feliz. "A esquerda portuguesa pode caminhar para o abismo se esta convergência não existir", prospetiva Rui Tavares. A verificar-se uma nova legislatura sem união, o cabeça de lista antevê que "os cidadãos perceberão, mais tarde ou mais cedo, que não há possibilidade de maiorias de esquerda estáveis para o país".

Não é isso que o Livre quer e espera que "após as eleições o PS, a CDU e o Bloco não voltem à cantiga do costume". Reforçando a necessidade de coesão, o partido demarca-se dos demais por ter "outra voz, outra atitude e outra forma de agir".

Em tempo de balanços de campanha, e desafiada a expressar o que correu mal durante a campanha, Ana Drago fala da comunicação social. Sem querer "ser queixinhas", a dirigente partidária considera que "a novidade que o partido trouxe não foi suficientemente valorizada" e isso levou a que o Livre "não chegasse a tantas pessoas como desejaria". Para Drago, os órgãos de comunicação social acabaram por ser um pouco "guardiões do sistema". "Pela primeira vez em 15 anos, desde a entrada do Bloco, há perspetivas de novas forças políticas entrarem na Assembleia da República". Essa mudança no sistema partidário "não foi valorizada".

O Livre/Tempo de Avançar cumpre agora o jantar de encerramento da campanha na Casa do Alentejo, em Lisboa.

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