Sampaio pede cultura de responsabilização e transparência

12-10-2013
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Jorge Sampaio diz que Portugal precisa de uma cultura de responsabilização, prestação de contas, transparência e boa governação para superar a crise.

Jorge Sampaio discursava no dia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto onde reafirmou que os portugueses são capazes de ultrapassar as dificuldades com que Portugal se confronta, considerando que país tem "tudo para conseguir".

Sobre aquilo que "falta" para Portugal "conseguir dar o salto para o século XXI", o antigo Presidente da República afirmou que "as análises e os diagnósticos da crise que Portugal atravessa são conhecidos, vão da economia ao sistema político e partidário".

"Hoje gostaria apenas de chamar a atenção para a necessidade de uma mudança de paradigma cultural que está por fazer. Há uma cultura da responsabilização e da corresponsabilização que nos falta adquirir; há uma cultura de 'accountability', de prestação de contas, de transparência e de boa governação que importa reforçar; há uma cultura de excelência, da autonomia e da iniciativa empreendedora, que nos falta a todos um pouco", enumerou.

Por isso, Jorge Sampaio apelou para que todos desempenhem o seu papel que permita "incutir mais na sociedade portuguesa estes valores, princípios e critérios de exigência e rigor".

Relativamente às "profundas desigualdades económico-sociais", o socialista afirmou que "começa a não ser possível, perante o dramatismo da crise e a dureza das medidas de austeridade concebidas para a combater, ignorar a magnitude deste problema", alertando que esta questão coloca Portugal "em posições particularmente desfavoráveis em comparações internacionais".

"Enquanto esta especificidade portuguesa não for devidamente assumida e internalizada nas políticas públicas em geral e nas políticas macroeconómicas e práticas de gestão, em particular, dificilmente seremos capazes de consolidar um verdadeiro processo de convergência com os países mais desenvolvido da Europa", avisou.

Jorge Sampaio acrescentou ainda que, sem este problema solucionado, Portugal não será capaz "de modular as políticas de austeridade de uma forma minimamente justa e equilibrada".

"Sabemos hoje que o dinheiro, isto é, o sistema financeiro não se regula, tem que ser regulado e que, afinal, a sua liberalização na ausência de uma adequada regulação acabou por produzir uma crise financeira sem precedentes, com consequências económicas e sociais de uma vastidão de que só agora nos começamos a inteirar", recordou ainda.

Em jeito de aparte, falou da comemoração da implementação da República, cujo aniversário está "em risco de ficar cada vez mais definitivamente perdido entre as 'brumas da memória'".

"Portugal, para encarar os pesados e exigentes desafios de desenvolvimento que tem pela frente, não pode descurar o importante acervo que foi acumulando nos últimos anos", alertou ainda, referindo-se "ao risco de um retrocesso e de um desperdício imenso dos investimentos".

Jorge Sampaio diz que Portugal precisa de uma cultura de responsabilização, prestação de contas, transparência e boa governação para superar a crise.

Jorge Sampaio discursava no dia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto onde reafirmou que os portugueses são capazes de ultrapassar as dificuldades com que Portugal se confronta, considerando que país tem "tudo para conseguir".

Sobre aquilo que "falta" para Portugal "conseguir dar o salto para o século XXI", o antigo Presidente da República afirmou que "as análises e os diagnósticos da crise que Portugal atravessa são conhecidos, vão da economia ao sistema político e partidário".

"Hoje gostaria apenas de chamar a atenção para a necessidade de uma mudança de paradigma cultural que está por fazer. Há uma cultura da responsabilização e da corresponsabilização que nos falta adquirir; há uma cultura de 'accountability', de prestação de contas, de transparência e de boa governação que importa reforçar; há uma cultura de excelência, da autonomia e da iniciativa empreendedora, que nos falta a todos um pouco", enumerou.

Por isso, Jorge Sampaio apelou para que todos desempenhem o seu papel que permita "incutir mais na sociedade portuguesa estes valores, princípios e critérios de exigência e rigor".

Relativamente às "profundas desigualdades económico-sociais", o socialista afirmou que "começa a não ser possível, perante o dramatismo da crise e a dureza das medidas de austeridade concebidas para a combater, ignorar a magnitude deste problema", alertando que esta questão coloca Portugal "em posições particularmente desfavoráveis em comparações internacionais".

"Enquanto esta especificidade portuguesa não for devidamente assumida e internalizada nas políticas públicas em geral e nas políticas macroeconómicas e práticas de gestão, em particular, dificilmente seremos capazes de consolidar um verdadeiro processo de convergência com os países mais desenvolvido da Europa", avisou.

Jorge Sampaio acrescentou ainda que, sem este problema solucionado, Portugal não será capaz "de modular as políticas de austeridade de uma forma minimamente justa e equilibrada".

"Sabemos hoje que o dinheiro, isto é, o sistema financeiro não se regula, tem que ser regulado e que, afinal, a sua liberalização na ausência de uma adequada regulação acabou por produzir uma crise financeira sem precedentes, com consequências económicas e sociais de uma vastidão de que só agora nos começamos a inteirar", recordou ainda.

Em jeito de aparte, falou da comemoração da implementação da República, cujo aniversário está "em risco de ficar cada vez mais definitivamente perdido entre as 'brumas da memória'".

"Portugal, para encarar os pesados e exigentes desafios de desenvolvimento que tem pela frente, não pode descurar o importante acervo que foi acumulando nos últimos anos", alertou ainda, referindo-se "ao risco de um retrocesso e de um desperdício imenso dos investimentos".

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