Da Literatura: IVG

24-01-2012
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As sucessivas trapalhadas do dr. Alberto Martins, presidente do grupo parlamentar do PS, conseguiram a proeza de bloquear o dossiê da interrupção voluntária da gravidez, v.g. IVG. Nunca percebi a utilidade do referendo. Ninguém faz referendos para saber se as mulheres devem, ou não, ter direito a salário igual ao dos homens. Isso é, ou devia ser, ponto assente. As questões civilizacionais não se plebiscitam. O disparate começou em 1998, com o primeiro referendo. Havia uma Lei, aprovada na Assembleia da República. Tanto bastava. Ao referendo, os portugueses disseram nada: 70% ficou em casa. E o não ganhou. Se o Estado tivesse autoridade, fazia cumprir a Lei que continua em vigor. Como não tem, as mulheres da classe média vão a Espanha — cuja legislação, porque posterior, é decalcada da nossa —, e as outras vão à desmanchadeira da esquina. Mas não vale a pena puxar a posta ao neo-realismo. Para isso bastam as reportagens à porta dos tribunais. O facto é que a embrulhada deu azo a nova dilação. Agora, depois de todo o alarido, não há como fugir-lhe. Sócrates teve a sensatez de recusar a driblagem parlamentar. Vai ser preciso esperar 11 meses? Vai. Todos os males fossem esses. Quem não gostar deve pedir contas a Sampaio. O nó cego foi atado em Belém. Na Primavera. Lembram-se?Etiquetas: AAA

As sucessivas trapalhadas do dr. Alberto Martins, presidente do grupo parlamentar do PS, conseguiram a proeza de bloquear o dossiê da interrupção voluntária da gravidez, v.g. IVG. Nunca percebi a utilidade do referendo. Ninguém faz referendos para saber se as mulheres devem, ou não, ter direito a salário igual ao dos homens. Isso é, ou devia ser, ponto assente. As questões civilizacionais não se plebiscitam. O disparate começou em 1998, com o primeiro referendo. Havia uma Lei, aprovada na Assembleia da República. Tanto bastava. Ao referendo, os portugueses disseram nada: 70% ficou em casa. E o não ganhou. Se o Estado tivesse autoridade, fazia cumprir a Lei que continua em vigor. Como não tem, as mulheres da classe média vão a Espanha — cuja legislação, porque posterior, é decalcada da nossa —, e as outras vão à desmanchadeira da esquina. Mas não vale a pena puxar a posta ao neo-realismo. Para isso bastam as reportagens à porta dos tribunais. O facto é que a embrulhada deu azo a nova dilação. Agora, depois de todo o alarido, não há como fugir-lhe. Sócrates teve a sensatez de recusar a driblagem parlamentar. Vai ser preciso esperar 11 meses? Vai. Todos os males fossem esses. Quem não gostar deve pedir contas a Sampaio. O nó cego foi atado em Belém. Na Primavera. Lembram-se?Etiquetas: AAA

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