"Estamos sem liquidez!"

11-10-2013
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Livro apresenta dicas de como gerir o risco. Foco nos clientes e visão de longo prazo são dois ingredientes indispensáveis.

"Estamos sem liquidez!" é, infelizmente, uma exclamação de muitos empresários portugueses. Em "Gestão de PME", Francisco Vilela apresenta uma guia prático (e de fácil leitura) sobre como gerir melhor o seu risco empresarial e evitar as fatídicas noites mal dormidas.

"Ao iniciar o seu negócio, uma das variadíssimas questões que, apriori, deverá definir terá de ser a forma como os seus clientes lhe vão pagar", alerta o autor em entrevista, cuja versão integral está disponível no blogue Livros&Ecolemomanias.

Qual o grande "tema" na gestão de risco de Crédito por parte das PME?

Infelizmente o risco de crédito não tem sido uma preocupação das empresas portuguesas, nomeadamente das PME.

Ao longo dos anos fomos assistindo a um crescimento quase constante das empresas, com facturações elevadíssimas e com uma imagem de enganadora solidez. A verdade é que com a falta de liquidez do mercado muitas destas empresas tiveram problemas complicados e muitas delas tiveram de fechar.

Isto aconteceu porque muitas destas empresas tinham a sua tesouraria totalmente suportada por financiamentos bancários, muitos desadequados e quando os bancos começaram a dificultar o acesso ao crédito estas empresas ficaram com o problema exposto. Este elevado endividamento servia, em grande parte das situações, para substituir faltas de pagamento por parte dos clientes, ou negócios que tinham sido efectuado com prazos de pagamento totalmente prejudiciais à actividade das empresas.

Uma empresa que venda a crédito, com pagamento que não seja no momento da venda, está automaticamente exposta ao risco de crédito, que não é mais do que a possibilidade de não receber o pagamento dessa venda. A gestão de risco de crédito não é mais do que gerir a probabilidade de recebimento por parte de um cliente, sendo o seu objectivo reduzir esse risco ao mínimo de forma a que todos os negócios sejam proveitosos para a empresa. Só assim a empresa poderá manter-se em actividade e cumprir com todas as suas responsabilidades mesmo com reduzido financiamento bancário.

Não é uma gestão complicada nem dispendiosa, nem pouco relevante. Como referi, todas as empresas que vendem a crédito estão expostas a este risco e devem preocupar-se em mitigá-lo, pois é importante que saibam se e quando vão receber.

Basta bom senso, algum conhecimento e a aplicação do mesmos para que sejam evitados muitos negócios que seriam ruinosos.

A gestão de risco de crédito apresenta-se assim como um pilar fundamental da gestão de empresas. Com este cuidado as empresas ganham maior liquidez, um maior equilíbrio da sua tesouraria e conseguem ganhar uma maior independência do sector bancário recorrendo a este de forma mais adequada e racional.

Apesar de se sentir que hoje existe já alguma (ainda reduzida) preocupação, por parte das PME com gestão do risco de crédito, as empresas que tentam/querem proteger-se deste risco nem sempre o fazem da forma mais correcta e nem sempre sabem como o podem/devem fazer.

Onde é que os empresários se devem focar ? Como podem gerir?

Na sua gestão corrente todas as empresas têm custos e despesas de actividade e produção que devem ser pagos com a liquidez gerada pelo negócio, podendo claro recorrer a financiamento bancário ou de outra natureza, fazendo face a eventuais necessidades pontuais de fundos. No entanto, esses empréstimos devem ser claramente encarados como temporários e de curto prazo. Para que tudo isto seja possível é necessário que os empresários de foquem nos seus clientes e que tenham uma visão alargada dos mesmos. De uma forma simples, a gestão de risco de crédito assenta em três fases:

Fase de pré venda - A fase de análise do risco de crédito - onde os empresários se devem preocupar com quem estão a negociar e tentar obter o máximo de informação acerca do seu cliente, a análise deve procurar responder sobre se o empresário vai ou não ter dificuldades em receber daquele cliente. O importante nesta fase é conhecer, o melhor possível, o cliente.

Fase de venda - Esta é a fase com a qual os empresários estão mais familiarizados. Aqui devem ser definidos os termos e condições do negócio. Os pontos mais importantes a são a definição dos prazos de pagamento, os valores envolvidos e a forma de pagamento, que devem ser sempre adequados às necessidades da empresa e à avaliação feita do cliente.

Fase de pós venda - Fase dedicada às acções de cobranças. Aqui os empresários devem ter uma atitude proactiva. Os empresários devem perceber que tão importante como a análise prévia ao negócio é o acompanhamento constante da carteira de clientes.

Todas estas fases devem estar ligadas num processo de gestão de risco de crédito que deverá fazer parte das rotinas da empresa e ser utilizado para todos os negócios feitos pela empresa. É importante a partilha de informação entre as três fases. Quanto melhor o empresário conhecer os seus clientes, mais facilmente saberá se deve ou não vender àquele cliente, quais são as condições em que deve vender e mais facilidade terá em cobrar.

Isto facilitará o controlo sobre a gestão corrente da sua empresa sob controlo e consequentemente dará à empresa uma maior independência dos bancos. Podendo recorrer a estes nas situações verdadeiramente necessárias e adequadas.

Livro apresenta dicas de como gerir o risco. Foco nos clientes e visão de longo prazo são dois ingredientes indispensáveis.

"Estamos sem liquidez!" é, infelizmente, uma exclamação de muitos empresários portugueses. Em "Gestão de PME", Francisco Vilela apresenta uma guia prático (e de fácil leitura) sobre como gerir melhor o seu risco empresarial e evitar as fatídicas noites mal dormidas.

"Ao iniciar o seu negócio, uma das variadíssimas questões que, apriori, deverá definir terá de ser a forma como os seus clientes lhe vão pagar", alerta o autor em entrevista, cuja versão integral está disponível no blogue Livros&Ecolemomanias.

Qual o grande "tema" na gestão de risco de Crédito por parte das PME?

Infelizmente o risco de crédito não tem sido uma preocupação das empresas portuguesas, nomeadamente das PME.

Ao longo dos anos fomos assistindo a um crescimento quase constante das empresas, com facturações elevadíssimas e com uma imagem de enganadora solidez. A verdade é que com a falta de liquidez do mercado muitas destas empresas tiveram problemas complicados e muitas delas tiveram de fechar.

Isto aconteceu porque muitas destas empresas tinham a sua tesouraria totalmente suportada por financiamentos bancários, muitos desadequados e quando os bancos começaram a dificultar o acesso ao crédito estas empresas ficaram com o problema exposto. Este elevado endividamento servia, em grande parte das situações, para substituir faltas de pagamento por parte dos clientes, ou negócios que tinham sido efectuado com prazos de pagamento totalmente prejudiciais à actividade das empresas.

Uma empresa que venda a crédito, com pagamento que não seja no momento da venda, está automaticamente exposta ao risco de crédito, que não é mais do que a possibilidade de não receber o pagamento dessa venda. A gestão de risco de crédito não é mais do que gerir a probabilidade de recebimento por parte de um cliente, sendo o seu objectivo reduzir esse risco ao mínimo de forma a que todos os negócios sejam proveitosos para a empresa. Só assim a empresa poderá manter-se em actividade e cumprir com todas as suas responsabilidades mesmo com reduzido financiamento bancário.

Não é uma gestão complicada nem dispendiosa, nem pouco relevante. Como referi, todas as empresas que vendem a crédito estão expostas a este risco e devem preocupar-se em mitigá-lo, pois é importante que saibam se e quando vão receber.

Basta bom senso, algum conhecimento e a aplicação do mesmos para que sejam evitados muitos negócios que seriam ruinosos.

A gestão de risco de crédito apresenta-se assim como um pilar fundamental da gestão de empresas. Com este cuidado as empresas ganham maior liquidez, um maior equilíbrio da sua tesouraria e conseguem ganhar uma maior independência do sector bancário recorrendo a este de forma mais adequada e racional.

Apesar de se sentir que hoje existe já alguma (ainda reduzida) preocupação, por parte das PME com gestão do risco de crédito, as empresas que tentam/querem proteger-se deste risco nem sempre o fazem da forma mais correcta e nem sempre sabem como o podem/devem fazer.

Onde é que os empresários se devem focar ? Como podem gerir?

Na sua gestão corrente todas as empresas têm custos e despesas de actividade e produção que devem ser pagos com a liquidez gerada pelo negócio, podendo claro recorrer a financiamento bancário ou de outra natureza, fazendo face a eventuais necessidades pontuais de fundos. No entanto, esses empréstimos devem ser claramente encarados como temporários e de curto prazo. Para que tudo isto seja possível é necessário que os empresários de foquem nos seus clientes e que tenham uma visão alargada dos mesmos. De uma forma simples, a gestão de risco de crédito assenta em três fases:

Fase de pré venda - A fase de análise do risco de crédito - onde os empresários se devem preocupar com quem estão a negociar e tentar obter o máximo de informação acerca do seu cliente, a análise deve procurar responder sobre se o empresário vai ou não ter dificuldades em receber daquele cliente. O importante nesta fase é conhecer, o melhor possível, o cliente.

Fase de venda - Esta é a fase com a qual os empresários estão mais familiarizados. Aqui devem ser definidos os termos e condições do negócio. Os pontos mais importantes a são a definição dos prazos de pagamento, os valores envolvidos e a forma de pagamento, que devem ser sempre adequados às necessidades da empresa e à avaliação feita do cliente.

Fase de pós venda - Fase dedicada às acções de cobranças. Aqui os empresários devem ter uma atitude proactiva. Os empresários devem perceber que tão importante como a análise prévia ao negócio é o acompanhamento constante da carteira de clientes.

Todas estas fases devem estar ligadas num processo de gestão de risco de crédito que deverá fazer parte das rotinas da empresa e ser utilizado para todos os negócios feitos pela empresa. É importante a partilha de informação entre as três fases. Quanto melhor o empresário conhecer os seus clientes, mais facilmente saberá se deve ou não vender àquele cliente, quais são as condições em que deve vender e mais facilidade terá em cobrar.

Isto facilitará o controlo sobre a gestão corrente da sua empresa sob controlo e consequentemente dará à empresa uma maior independência dos bancos. Podendo recorrer a estes nas situações verdadeiramente necessárias e adequadas.

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