Violência na Ucrânia obriga Ocidente a decidir sanções à Rússia

29-04-2014
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Violência na Ucrânia obriga Ocidente a decidir sanções à Rússia

Pedro Duarte

14 Abr 2014

A explosão de revoltas pró-russas no Leste do país torna inevitável a escalada do conflito. NATO avisa Moscovo.

Ao reunirem-se hoje de emergência para debater a situação na Ucrânia, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia têm de decidir se avançam ou não com as sanções económicas contra a Rússia, uma vez que consideram que é Moscovo que está a incentivar as revoltas massivas que rebentaram durante o fim-de-semana em todo o Leste do país.

"Estamos a testemunhar a ocorrência do pior cenário possível na Ucrânia", lamentou ontem o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk. Devido à escalada da violência, a reunião de hoje representa "o momento decisivo para ver a resposta do Ocidente às tentativas da Rússia de reafirmar a sua influência sobre a Ucrânia Oriental. Os eventos recentes deveriam desencadear sanções económicas e comerciais severas contra a Rússia. É agora que vamos ver se o Ocidente está unido na vontade de se opor a Moscovo", diz o analista Nicolas Spiro, citado pela Bloomberg.

Com efeito, o Ocidente não pode ficar inactivo depois de ontem o presidente ucraniano Oleksandr Turchynov ter anunciado o lançamento de uma "operação anti-terrorista de larga escala" contra os elementos armados pró-russos que tomaram o controlo de pelo menos treze cidades do Leste do país, tendo ainda sido registados confrontos em outras localidades. Esta declaração, que se seguiu a confrontos mortais na cidade de Sloviansk, onde trocas de tiros entre tropas ucranianas e milícias pró-russas causaram vários mortos, incluindo as de dois cidadãos russos, foi classificada pelo Kremlin como uma "ordem criminosa".

"A responsabilidade de evitar uma guerra civil na Ucrânia recai agora sobre os ocidentais, que devem controlar os seus aliados ucranianos", afirmou o ministério dos negócios estrangeiros russo, ao mesmo tempo que pedia uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Já Mike Rogers, responsável de informação da Casa Branca, afirmou que Washington tem provas de que os elementos envolvidos na violência são dos serviços secretos russos, que têm como missão "espalhar o caos" na Ucrânia.

Ao mesmo tempo, osecretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que o reaparecimento no Leste da Ucrânia de homens não identificados com armas especiais russas, à semelhança do que aconteceu na Crimeia, é um "desenvolvimento grave". Rasmussen avisou a Rússia que a Aliança Atlântica vê agora o seu comportamento "não como de um parceiro, mas sim como o de um adversário", notando que Moscovo está agora "a levar a acabo uma guerra propagandística como não víamos desde a Guerra Fria, para afastar a atenção das acções ilegais russas".

Nas capitais europeias, a condenação à Rússia variou de intensidade. Enquanto Londres e Paris condenaram as revoltas pró-russas, que dizem ameaçar a cimeira sobre a Ucrânia agendada para esta quinta-feira, Berlim limitou-se a pedir ao Kremlin que tome decisões que levem a uma acalmia da situação.

"O Ocidente não pode fazer muito. Numa era de cortes nos orçamentos da Defesa, não há possibilidade de alguma resposta militar real que pare os russos. E as sanções não vão resultar", explicou à Bloomberg Theodore Karasik, director de pesquisa do Instituto de Análise Militar do Dubai.

Violência na Ucrânia obriga Ocidente a decidir sanções à Rússia

Pedro Duarte

14 Abr 2014

A explosão de revoltas pró-russas no Leste do país torna inevitável a escalada do conflito. NATO avisa Moscovo.

Ao reunirem-se hoje de emergência para debater a situação na Ucrânia, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia têm de decidir se avançam ou não com as sanções económicas contra a Rússia, uma vez que consideram que é Moscovo que está a incentivar as revoltas massivas que rebentaram durante o fim-de-semana em todo o Leste do país.

"Estamos a testemunhar a ocorrência do pior cenário possível na Ucrânia", lamentou ontem o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk. Devido à escalada da violência, a reunião de hoje representa "o momento decisivo para ver a resposta do Ocidente às tentativas da Rússia de reafirmar a sua influência sobre a Ucrânia Oriental. Os eventos recentes deveriam desencadear sanções económicas e comerciais severas contra a Rússia. É agora que vamos ver se o Ocidente está unido na vontade de se opor a Moscovo", diz o analista Nicolas Spiro, citado pela Bloomberg.

Com efeito, o Ocidente não pode ficar inactivo depois de ontem o presidente ucraniano Oleksandr Turchynov ter anunciado o lançamento de uma "operação anti-terrorista de larga escala" contra os elementos armados pró-russos que tomaram o controlo de pelo menos treze cidades do Leste do país, tendo ainda sido registados confrontos em outras localidades. Esta declaração, que se seguiu a confrontos mortais na cidade de Sloviansk, onde trocas de tiros entre tropas ucranianas e milícias pró-russas causaram vários mortos, incluindo as de dois cidadãos russos, foi classificada pelo Kremlin como uma "ordem criminosa".

"A responsabilidade de evitar uma guerra civil na Ucrânia recai agora sobre os ocidentais, que devem controlar os seus aliados ucranianos", afirmou o ministério dos negócios estrangeiros russo, ao mesmo tempo que pedia uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Já Mike Rogers, responsável de informação da Casa Branca, afirmou que Washington tem provas de que os elementos envolvidos na violência são dos serviços secretos russos, que têm como missão "espalhar o caos" na Ucrânia.

Ao mesmo tempo, osecretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que o reaparecimento no Leste da Ucrânia de homens não identificados com armas especiais russas, à semelhança do que aconteceu na Crimeia, é um "desenvolvimento grave". Rasmussen avisou a Rússia que a Aliança Atlântica vê agora o seu comportamento "não como de um parceiro, mas sim como o de um adversário", notando que Moscovo está agora "a levar a acabo uma guerra propagandística como não víamos desde a Guerra Fria, para afastar a atenção das acções ilegais russas".

Nas capitais europeias, a condenação à Rússia variou de intensidade. Enquanto Londres e Paris condenaram as revoltas pró-russas, que dizem ameaçar a cimeira sobre a Ucrânia agendada para esta quinta-feira, Berlim limitou-se a pedir ao Kremlin que tome decisões que levem a uma acalmia da situação.

"O Ocidente não pode fazer muito. Numa era de cortes nos orçamentos da Defesa, não há possibilidade de alguma resposta militar real que pare os russos. E as sanções não vão resultar", explicou à Bloomberg Theodore Karasik, director de pesquisa do Instituto de Análise Militar do Dubai.

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