O festival MEO Sudoeste fora do palco

24-07-2015
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Pela ligação aos Xutos & Pontapés, Luís Montez conhecia muito bem a costa alentejana. E tinha o sonho de realizar um festival de música fora das grandes cidades, como já acontecia a nível internacional com o Glastonbury, que é cheio de lama, e o Roskilde, onde chove todos os anos. Quando, resolveu fazer o Sudoeste na Zambujeira do Mar ouviu muitas vezes: "Quem é que vai de Lisboa para ali? Não há água, luz...". Até que um dia teve uma previsão que transformaria a realidade dos concertos em Portugal. "O Luís estava no carro, ainda sem saber onde ia realizar-se o festival e, de repente, olha em volta e pensa: ‘ era o sítio perfeito'. É apaixonado por música e o trabalho é feito em conjunto. Ele está sempre presente, desde o início das montagens", diz Paula Oliveira, directora de marketing e comunicação da Música no Coração. Antes disso, já tinha havido uma prospecção de vários espaços. O sonho era mesmo para avançar. "Com este clima maravilhoso, praias incríveis, comida fantástica e pessoas altamente hospitaleiras, fazia todo o sentido organizar um festival fora do ambiente citadino. Se ele funcionava lá fora, em outros países, com condições mais desafiantes para o público, então não havia razão alguma para não funcionar também em Portugal. Em 1997 a costa alentejana ainda era um segredo guardado para muita gente, mas de facto não se compara ao que é hoje. Ele conhecia muito bem o sítio, as praias, a comida. E, portanto, fazia todo o sentido realizá-lo ali", acrescenta a responsável.

A primeira edição teve nomes como Marilyn Manson, Suede ou Rio Grande. A realização dos festivais campestres já era uma realidade a nível internacional. Até à primeira edição do Sudoeste, o público português tinha assistido a três edições de Super Bock Super Rock. A segunda edição de Vilar de Mouros estava a caminho e Paredes de Coura procurava afirmar-se no panorama musical. O Sudoeste era, por isso, a grande novidade. "Em termos de disposição do recinto não se alterou muito desde a primeira edição. Parece que foi feito para encaixar ali - o descampado, os pinheiros, o canal de rega em baixo. Mas as condições não se comparam à actualidade. Há uma mística de vivência daquele festival, há uma cumplicidade que se gera entre as pessoas. Na altura não existia a quantidade de espectáculos que existem agora, nem Portugal era visitado pela quantidade de artistas, sobretudo os grandes nomes internacionais", recorda Paula Oliveira.

O processo logístico da organização do MEO Sudoeste nunca termina. "Temos uma máquina que já está muito oleada. Uma parte da equipa passa na Zambujeira grande parte do ano e conhece o terreno metro a metro. A dinâmica à volta de um festival é um trabalho de 365 dias por ano. E só isso permite ir melhorando o serviço às pessoas. Nesta edição temos algumas novidades: pavimentámos as margens do canal e duplicámos a quantidade de chuveiros. São trabalhos feitos ao longo de todo o ano. Não se limitam só a esta semana", diz esta responsável da Música No Coração.

Eddie Vedder gosta de passear pelo Alentejo e fala com todos os fãs

São poucos os artistas que ficam hospedados na Zambujeira do Mar. Eddie Vedder é um desses casos raros. "É especial porque ele conhece o nosso País e pediu especificamente para ficar ali porque queria desfrutar também das praias, da comida, do Sol. "As pessoas vêem-no e falam com ele. Faz amigos e até os convida para ir aos concertos. É uma pessoa extraordinária no contacto com os fãs, tal como Ben Harper", sublinha Paula. Já os restantes artistas ficam normalmente alojados em Lisboa e o transporte é da responsabilidade da empresa. Houve edições em que foi preciso recorrer a helicópteros e batedores para ter os músicos nos palcos do festival.

Um dos momentos memoráveis foi o concerto dos Da Weasel, em 2010. "Como em todas as edições há uma banda portuguesa que cria um espectáculo especial para o festival. Os Da Weasel, banda de uma entrega incrível, deram tudo em palco. Mas há um momento no concerto em que o Virgul cai mal e parte a perna", recorda. A edição em que os Guano Apes e os Oasis se cruzaram no festival gerou uma situação complicada. "Sei que os Oasis perceberam que, quem estava ali, era basicamente para assistir aos Guano Apes. E, portanto, houve uma crise de ciúmes", conta.

Entre os principais pedidos dos artistas estão vinho português, toalhas de determinadas cores ou comida vegetariana. "Os nomes de maior reconhecimento e dimensão passam meses seguidos na estrada. E há meia dúzia de detalhes que não dispensam. Tanto podem ser as toalhas como pedirem-nos para os levarmos a um restaurante com bom peixe português. "

O Sudoeste foi evoluindo para um conceito destinado a um público mais jovem. É um festival descomplexado e simples, conforme descrevem os organizadores. "Quando o festival surgiu, a oferta de música internacional ao vivo em Portugal tinha pouco a ver com aquilo que é hoje. A conjugação destas duas coisas faz com que um público mais adulto não tenha tanta disponibilidade para se deslocar 300 quilómetros e ficar fora de casa para ver determinado artista. Salvo raras excepções, eles voltam mais cedo ou mais tarde. A oferta é muito grande."

Por outro lado, o Super Bock Super Rock é uma proposta mais adulta, urbana, para um público próximo da cidade. "É um festival muito dirigido a pessoas que gostam de música, acompanham, conhecem aquilo que está a surgir, mais melómano, digamos assim. Necessariamente, as duas programações têm de ser distintas. Esse também é um desafio para quem, como nós, faz oito festivais ao longo do ano. Ainda estamos a duas semanas de iniciar este e já detectámos algumas melhorias para o próximo ano", conclui a responsável. Apesar de ainda faltarem alguns dias para se iniciar o MEO Sudoeste, a próxima edição já está a ser preparada nos bastidores.

Pela ligação aos Xutos & Pontapés, Luís Montez conhecia muito bem a costa alentejana. E tinha o sonho de realizar um festival de música fora das grandes cidades, como já acontecia a nível internacional com o Glastonbury, que é cheio de lama, e o Roskilde, onde chove todos os anos. Quando, resolveu fazer o Sudoeste na Zambujeira do Mar ouviu muitas vezes: "Quem é que vai de Lisboa para ali? Não há água, luz...". Até que um dia teve uma previsão que transformaria a realidade dos concertos em Portugal. "O Luís estava no carro, ainda sem saber onde ia realizar-se o festival e, de repente, olha em volta e pensa: ‘ era o sítio perfeito'. É apaixonado por música e o trabalho é feito em conjunto. Ele está sempre presente, desde o início das montagens", diz Paula Oliveira, directora de marketing e comunicação da Música no Coração. Antes disso, já tinha havido uma prospecção de vários espaços. O sonho era mesmo para avançar. "Com este clima maravilhoso, praias incríveis, comida fantástica e pessoas altamente hospitaleiras, fazia todo o sentido organizar um festival fora do ambiente citadino. Se ele funcionava lá fora, em outros países, com condições mais desafiantes para o público, então não havia razão alguma para não funcionar também em Portugal. Em 1997 a costa alentejana ainda era um segredo guardado para muita gente, mas de facto não se compara ao que é hoje. Ele conhecia muito bem o sítio, as praias, a comida. E, portanto, fazia todo o sentido realizá-lo ali", acrescenta a responsável.

A primeira edição teve nomes como Marilyn Manson, Suede ou Rio Grande. A realização dos festivais campestres já era uma realidade a nível internacional. Até à primeira edição do Sudoeste, o público português tinha assistido a três edições de Super Bock Super Rock. A segunda edição de Vilar de Mouros estava a caminho e Paredes de Coura procurava afirmar-se no panorama musical. O Sudoeste era, por isso, a grande novidade. "Em termos de disposição do recinto não se alterou muito desde a primeira edição. Parece que foi feito para encaixar ali - o descampado, os pinheiros, o canal de rega em baixo. Mas as condições não se comparam à actualidade. Há uma mística de vivência daquele festival, há uma cumplicidade que se gera entre as pessoas. Na altura não existia a quantidade de espectáculos que existem agora, nem Portugal era visitado pela quantidade de artistas, sobretudo os grandes nomes internacionais", recorda Paula Oliveira.

O processo logístico da organização do MEO Sudoeste nunca termina. "Temos uma máquina que já está muito oleada. Uma parte da equipa passa na Zambujeira grande parte do ano e conhece o terreno metro a metro. A dinâmica à volta de um festival é um trabalho de 365 dias por ano. E só isso permite ir melhorando o serviço às pessoas. Nesta edição temos algumas novidades: pavimentámos as margens do canal e duplicámos a quantidade de chuveiros. São trabalhos feitos ao longo de todo o ano. Não se limitam só a esta semana", diz esta responsável da Música No Coração.

Eddie Vedder gosta de passear pelo Alentejo e fala com todos os fãs

São poucos os artistas que ficam hospedados na Zambujeira do Mar. Eddie Vedder é um desses casos raros. "É especial porque ele conhece o nosso País e pediu especificamente para ficar ali porque queria desfrutar também das praias, da comida, do Sol. "As pessoas vêem-no e falam com ele. Faz amigos e até os convida para ir aos concertos. É uma pessoa extraordinária no contacto com os fãs, tal como Ben Harper", sublinha Paula. Já os restantes artistas ficam normalmente alojados em Lisboa e o transporte é da responsabilidade da empresa. Houve edições em que foi preciso recorrer a helicópteros e batedores para ter os músicos nos palcos do festival.

Um dos momentos memoráveis foi o concerto dos Da Weasel, em 2010. "Como em todas as edições há uma banda portuguesa que cria um espectáculo especial para o festival. Os Da Weasel, banda de uma entrega incrível, deram tudo em palco. Mas há um momento no concerto em que o Virgul cai mal e parte a perna", recorda. A edição em que os Guano Apes e os Oasis se cruzaram no festival gerou uma situação complicada. "Sei que os Oasis perceberam que, quem estava ali, era basicamente para assistir aos Guano Apes. E, portanto, houve uma crise de ciúmes", conta.

Entre os principais pedidos dos artistas estão vinho português, toalhas de determinadas cores ou comida vegetariana. "Os nomes de maior reconhecimento e dimensão passam meses seguidos na estrada. E há meia dúzia de detalhes que não dispensam. Tanto podem ser as toalhas como pedirem-nos para os levarmos a um restaurante com bom peixe português. "

O Sudoeste foi evoluindo para um conceito destinado a um público mais jovem. É um festival descomplexado e simples, conforme descrevem os organizadores. "Quando o festival surgiu, a oferta de música internacional ao vivo em Portugal tinha pouco a ver com aquilo que é hoje. A conjugação destas duas coisas faz com que um público mais adulto não tenha tanta disponibilidade para se deslocar 300 quilómetros e ficar fora de casa para ver determinado artista. Salvo raras excepções, eles voltam mais cedo ou mais tarde. A oferta é muito grande."

Por outro lado, o Super Bock Super Rock é uma proposta mais adulta, urbana, para um público próximo da cidade. "É um festival muito dirigido a pessoas que gostam de música, acompanham, conhecem aquilo que está a surgir, mais melómano, digamos assim. Necessariamente, as duas programações têm de ser distintas. Esse também é um desafio para quem, como nós, faz oito festivais ao longo do ano. Ainda estamos a duas semanas de iniciar este e já detectámos algumas melhorias para o próximo ano", conclui a responsável. Apesar de ainda faltarem alguns dias para se iniciar o MEO Sudoeste, a próxima edição já está a ser preparada nos bastidores.

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