Grupo Mello posiciona-se para entrar na corrida à Espírito Santo Saúde

12-09-2014
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Grupo Mello posiciona-se para entrar na corrida à Espírito Santo Saúde

Maria Ana Barroso

maria.barroso@economico.pt

05 Set 2014

A Fidelidade, hoje detida pelos chineses da Fosun, deve também avançar em competição contra o grupo Ángeles.

O Grupo Mello, que detém a José de Mello Saúde, está a estudar a entrada na corrida à Espírito Santo Saúde. Otema estará a ser analisado juntamente com a banca, com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a assessorar, à partida não financeiramente, a operação. O Diário Económico sabe ainda que o grupo está interessado em tomar uma posição de 51%, intenção que implica um investimento de cerca de 300 milhões de euros, valor necessário para tomar essa fatia e, ao mesmo tempo, superar em pelo menos 2% o preço oferecido pela Ángeles, na OPA lançada recentemente. O grupo mexicano oferece 4,30 euros por acção o que avalia a empresa liderada por Isabel Vaz em 410 milhões de euros.

A considerável exposição dos Mello à banca é conhecida, sendo porventura a CGD o seu principal financiador. Por isso mesmo, mais do que estar a aumentar o financiamento, interessará aos seus credores que o grupo de saúde ganhe maior capacidade, para começar, de geração de receitas, promovendo soluções como esta, de compra da Espírito Santo Saúde.

Contactado pelo Diário Económico, o presidente da José de Mello Saúde recordou que "existe uma oferta no mercado e o resto é pura especulação". "Não vou comentar nada sobre a Espírito Santo Saúde porque está a decorrer uma oferta", acrescentou Salvador de Mello, lembrando que "somos operadores de saúde e portanto olhamos atentamente para o mercado".

O dossier Espírito Santo Saúde parece também agradar à Associação Nacional de Farmácias (ANF), accionista da José de Mello Saúde, mas é precisamente esta ligação à indústria farmacêutica um dos temas sensíveis, nomeadamente em termos políticos. Por outro lado, a concentração de mercado que resultaria de uma compra da Espírito Santo Saúde por parte do grupo Mello, também por causa dos hospitais em regime PPP, pode desagradar ao Governo. E não só. É que a junção de dois grupos da mesma área de negócio neste caso Espírito Santo Saúde e José de Mello Saúde - ameaça por natureza trazer consigo, entre outras consequências, despedimentos. Por esta razão, um avanço dos Mello dificilmente será bem acolhido pela equipa de gestão de Isabel Vaz.

Fidelidade também à espreita

O ‘combate' pelo negócio da saúde do Grupo Espírito Santo promete não ficar por aqui. Ao que sabe o Diário Económico, é elevada a probabilidade de a Fidelidade se juntar à corrida. Desde o início identificado como um dos interessados na Espírito Santo Saúde, o grupo segurador, maioritariamente detido pelos chineses da Fosun, parece ser, avançam fontes do mercado, um dos candidatos mais bem posicionados a formalizar uma entrada na corrida.

Além das facilidades de liquidez, a compra da Espírito Santo Saúde pela Fidelidade permitiria potenciais ganhos fruto das sinergias que existem naturalmente entre os negócios segurador e de prestação de cuidados de saúde. Por outro lado, até pela vitória recente da privatização do antigo grupo segurador da CGD, a Fosun é, politicamente, um investidor bem vindo em Portugal.

Outro nome apontado pelas fontes do mercado como ainda não estando fora da corrida são os brasileiros da Amil, que adquiriram no passado os HPP à Caixa. A favor, este grupo tem a experiência no sector, tendo, no entanto, o senão das eventuais questões de concorrência que poderia colocar. Odossier Espírito Santo Saúde, como noticiou o Diário Económico em Agosto, foi também já estudado pelos fundos da Apax e da TPG, não se conhecendo por agora qualquer intenção de concretizar uma oferta.

Grupo Mello posiciona-se para entrar na corrida à Espírito Santo Saúde

Maria Ana Barroso

maria.barroso@economico.pt

05 Set 2014

A Fidelidade, hoje detida pelos chineses da Fosun, deve também avançar em competição contra o grupo Ángeles.

O Grupo Mello, que detém a José de Mello Saúde, está a estudar a entrada na corrida à Espírito Santo Saúde. Otema estará a ser analisado juntamente com a banca, com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a assessorar, à partida não financeiramente, a operação. O Diário Económico sabe ainda que o grupo está interessado em tomar uma posição de 51%, intenção que implica um investimento de cerca de 300 milhões de euros, valor necessário para tomar essa fatia e, ao mesmo tempo, superar em pelo menos 2% o preço oferecido pela Ángeles, na OPA lançada recentemente. O grupo mexicano oferece 4,30 euros por acção o que avalia a empresa liderada por Isabel Vaz em 410 milhões de euros.

A considerável exposição dos Mello à banca é conhecida, sendo porventura a CGD o seu principal financiador. Por isso mesmo, mais do que estar a aumentar o financiamento, interessará aos seus credores que o grupo de saúde ganhe maior capacidade, para começar, de geração de receitas, promovendo soluções como esta, de compra da Espírito Santo Saúde.

Contactado pelo Diário Económico, o presidente da José de Mello Saúde recordou que "existe uma oferta no mercado e o resto é pura especulação". "Não vou comentar nada sobre a Espírito Santo Saúde porque está a decorrer uma oferta", acrescentou Salvador de Mello, lembrando que "somos operadores de saúde e portanto olhamos atentamente para o mercado".

O dossier Espírito Santo Saúde parece também agradar à Associação Nacional de Farmácias (ANF), accionista da José de Mello Saúde, mas é precisamente esta ligação à indústria farmacêutica um dos temas sensíveis, nomeadamente em termos políticos. Por outro lado, a concentração de mercado que resultaria de uma compra da Espírito Santo Saúde por parte do grupo Mello, também por causa dos hospitais em regime PPP, pode desagradar ao Governo. E não só. É que a junção de dois grupos da mesma área de negócio neste caso Espírito Santo Saúde e José de Mello Saúde - ameaça por natureza trazer consigo, entre outras consequências, despedimentos. Por esta razão, um avanço dos Mello dificilmente será bem acolhido pela equipa de gestão de Isabel Vaz.

Fidelidade também à espreita

O ‘combate' pelo negócio da saúde do Grupo Espírito Santo promete não ficar por aqui. Ao que sabe o Diário Económico, é elevada a probabilidade de a Fidelidade se juntar à corrida. Desde o início identificado como um dos interessados na Espírito Santo Saúde, o grupo segurador, maioritariamente detido pelos chineses da Fosun, parece ser, avançam fontes do mercado, um dos candidatos mais bem posicionados a formalizar uma entrada na corrida.

Além das facilidades de liquidez, a compra da Espírito Santo Saúde pela Fidelidade permitiria potenciais ganhos fruto das sinergias que existem naturalmente entre os negócios segurador e de prestação de cuidados de saúde. Por outro lado, até pela vitória recente da privatização do antigo grupo segurador da CGD, a Fosun é, politicamente, um investidor bem vindo em Portugal.

Outro nome apontado pelas fontes do mercado como ainda não estando fora da corrida são os brasileiros da Amil, que adquiriram no passado os HPP à Caixa. A favor, este grupo tem a experiência no sector, tendo, no entanto, o senão das eventuais questões de concorrência que poderia colocar. Odossier Espírito Santo Saúde, como noticiou o Diário Económico em Agosto, foi também já estudado pelos fundos da Apax e da TPG, não se conhecendo por agora qualquer intenção de concretizar uma oferta.

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