EUA envolvem Parceiro da CGD e do BPI no tráfico de droga

13-09-2014
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EUA envolvem Parceiro da CGD e do BPI no tráfico de droga

Filipe Alves

13 Dez 2010

Celso Correia, ‘chairman’ do BCI, banco da Caixa e do BPI, é referido nos documentos do Wikileaks como cúmplice do tráfico.

O presidente do conselho de administração do banco BCI, que tem a Caixa e o BPI como principais accionistas, é uma das personalidades referenciadas pelos diplomatas dos Estados Unidos como estando envolvidas no tráfico de droga em Moçambique. A alusão a Celso Correia é feita num telegrama que foi enviado ao Departamento de Estado pela embaixada norte-americana em Maputo e divulgado pelo ‘site' Wikileaks.

No documento, datado de 28 de Janeiro e assinado pelo então encarregado de negócios dos EUA em Maputo, Todd Chapman, Celso Correia é identificado como "testa de ferro" no âmbito de uma teia de corrupção e de tráfico de droga envolvendo as mais altas figuras do Estado moçambicano, incluindo o presidente da República Armando Guebuza, o seu antecessor Joaquim Chissano e a ex-primeira-ministra Luísa Diogo. Segundo o diplomata dos Estados Unidos, estes altos responsáveis serão cúmplices de Mohamed Bashir Suleman e Ghulam Rassul Moti, tidos como os maiores traficantes de droga do país.

O papel de Celso Correia no alegado esquema denunciado por Todd Chapman tem a ver com o facto de a sua empresa ser responsável pela gestão do porto de Nacala. Esta infra-estrutura "infame por permitir a entrada de droga vinda do Sudoeste Asiático, foi recentemente atribuída a Celso Correia, da Insitec, uma companhia de fachada de Guebuza", escreveu Todd Chapman, referindo que a partir de então os subornos dos traficantes deixaram de ser pagos aos responsáveis locais para passarem a ser entregues a dirigentes de topo da Frelimo.

Citando um empresário conhecedor da realidade moçambicana, Chapman descreveu Celso Correia como um "rapaz de 30 anos sem experiência profissional nem curso superior, mas que demonstra grande lealdade para com Guebuza".

Celso Correia é ‘chairman' do BPI por ser presidente da Insitec, que em 2007 comprou 18% do banco à SCI (empresa que tinha Armando Guebuza entre os seus accionistas). O restante capital está distribuído pela CGD (51%), BPI (30%) e vários pequenos accionistas (1%). Fontes em Moçambique explicaram ao Diário Económico que terá sido a CGD que financiou a Insitec para que esta comprasse a participação no BCI aos anteriores sócios moçambicanos, por um valor de 50 milhões de dólares.

Governo de Moçambique desmente

Contactadas pelo Diário Económico, fontes oficiais do BPI e da Caixa não quiseram fazer comentários. Também o BCI e a Insitec não quiseram comentar. O Diário Económico tentou contactar Celso Correia, através das assessorias de imprensa do BCI e da Insitec, mas não foi possível obter esclarecimentos até ao fecho da edição.

Já o Governo de Moçambique desmentiu, através de um comunicado, as informações tornadas públicas pelo WikiLeaks. "Essas informações não têm qualquer base de sustentação e atentam contra a imagem, o prestígio e o bom nome do Estado moçambicano e dos seus dirigentes", refere.

EUA envolvem Parceiro da CGD e do BPI no tráfico de droga

Filipe Alves

13 Dez 2010

Celso Correia, ‘chairman’ do BCI, banco da Caixa e do BPI, é referido nos documentos do Wikileaks como cúmplice do tráfico.

O presidente do conselho de administração do banco BCI, que tem a Caixa e o BPI como principais accionistas, é uma das personalidades referenciadas pelos diplomatas dos Estados Unidos como estando envolvidas no tráfico de droga em Moçambique. A alusão a Celso Correia é feita num telegrama que foi enviado ao Departamento de Estado pela embaixada norte-americana em Maputo e divulgado pelo ‘site' Wikileaks.

No documento, datado de 28 de Janeiro e assinado pelo então encarregado de negócios dos EUA em Maputo, Todd Chapman, Celso Correia é identificado como "testa de ferro" no âmbito de uma teia de corrupção e de tráfico de droga envolvendo as mais altas figuras do Estado moçambicano, incluindo o presidente da República Armando Guebuza, o seu antecessor Joaquim Chissano e a ex-primeira-ministra Luísa Diogo. Segundo o diplomata dos Estados Unidos, estes altos responsáveis serão cúmplices de Mohamed Bashir Suleman e Ghulam Rassul Moti, tidos como os maiores traficantes de droga do país.

O papel de Celso Correia no alegado esquema denunciado por Todd Chapman tem a ver com o facto de a sua empresa ser responsável pela gestão do porto de Nacala. Esta infra-estrutura "infame por permitir a entrada de droga vinda do Sudoeste Asiático, foi recentemente atribuída a Celso Correia, da Insitec, uma companhia de fachada de Guebuza", escreveu Todd Chapman, referindo que a partir de então os subornos dos traficantes deixaram de ser pagos aos responsáveis locais para passarem a ser entregues a dirigentes de topo da Frelimo.

Citando um empresário conhecedor da realidade moçambicana, Chapman descreveu Celso Correia como um "rapaz de 30 anos sem experiência profissional nem curso superior, mas que demonstra grande lealdade para com Guebuza".

Celso Correia é ‘chairman' do BPI por ser presidente da Insitec, que em 2007 comprou 18% do banco à SCI (empresa que tinha Armando Guebuza entre os seus accionistas). O restante capital está distribuído pela CGD (51%), BPI (30%) e vários pequenos accionistas (1%). Fontes em Moçambique explicaram ao Diário Económico que terá sido a CGD que financiou a Insitec para que esta comprasse a participação no BCI aos anteriores sócios moçambicanos, por um valor de 50 milhões de dólares.

Governo de Moçambique desmente

Contactadas pelo Diário Económico, fontes oficiais do BPI e da Caixa não quiseram fazer comentários. Também o BCI e a Insitec não quiseram comentar. O Diário Económico tentou contactar Celso Correia, através das assessorias de imprensa do BCI e da Insitec, mas não foi possível obter esclarecimentos até ao fecho da edição.

Já o Governo de Moçambique desmentiu, através de um comunicado, as informações tornadas públicas pelo WikiLeaks. "Essas informações não têm qualquer base de sustentação e atentam contra a imagem, o prestígio e o bom nome do Estado moçambicano e dos seus dirigentes", refere.

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