Espanhóis da Aspro Parks concorrem sozinhos ao Oceanário

03-06-2015
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Espanhóis da Aspro Parks concorrem sozinhos ao Oceanário

Ontem 13:08 Nuno Miguel Silva

Empresa diz que não precisa de sócio e que tem capacidade financeira para ganhar a concessão do equipamento.

O grupo espanhol Aspro Parks vai concorrer sozinho à concessão do Oceanário de Lisboa, garantiu hoje Javier Carbajo, director-geral da companhia.

"Não estamos com nenhum sócio ou em nenhum consórcio. Não necessitamos de nenhum sócio em nenhum sentido. Temos capacidades comerciais e operacionais para levar o Oceanário para um nível seguinte e cremos que também temos a capacidade financeira", defendeu hoje Javier Carbajo, numa sessão de apresentação oficial da candidatura da Aspro Parks à concessão do Oceanário de Lisboa, que teve esta manhã lugar num hotel da capital.

A Aspro Parks tem 24 anos de experiência de gestão de centros de diversão. Actualmente, gere 60 centros de lazer em 12 países europeus, mas o seu ‘core business' são os aquários, gerindo uma dúzia destas infra-estruturas em quatro países.

"Somos especialistas em aquários. É a nossa experiência e a nossa história", sublinha Javier Carbajo, para explicar o sentido da entrada na corrida do grupo espanhol ao Oceanário. A Aspro gere, entre outros, os aquários de Barcelona e de Lyon.

Em termos financeiros, a Aspro passou de uma facturação de 163,6 milhões de euros em 2012 para 184,2 milhões de euros no ano passado. O director-geral da Aspro realçou o baixo nível de endividamento do grupo, reclamando que a Aspro tem um dívida que equivale a uma vez o EBITDA.

"Temos uma gestão financeira conservadora e disciplina sempre que abordamos um projecto do ponto de vista financeiro. O grupo é completamente sólido porque praticamente não tem dívida", destacou Javier Carbajo para justificar que a Aspro Parks detém recursos económicos suficientes para proceder à aquisição da concessão do Oceanário.

Sem revelar dados sobre a proposta que a Aspro vai apresentar ao Governo português, "por questões legais [acordo de confidencialidade] e tácticas [para não dar trunfos à concorrência]", Javier Carbajo revelou que os principais objectivos do grupo são "melhorar a actividade a actividade comercial do Oceanário, melhorando o produto; e aumentar de forma relevante o número de visitantes, tornando a visita ao Oceanário obrigatória para os turistas que chegam a Lisboa".

Reforçar os canais de venda e aumentar a comunicação são outras metas da Aspro para aumentar a atractividade do Oceanário de Lisboa.

A Aspro já está presente em Portugal há cerca de 15 anos, com a gestão do Aqualand, em Alcantarilha, Algarve, que emprega cerca de 50 funcionários em cada temporada.

"Temos um interesse histórico e estratégico em Portugal. Não vimos agora para Portugal. Para nós, o Oceanário de Lisboa não é nenhuma experiência. Temos muita gestão acumulada na gestão de aquários. E identificamo-nos com os pilares de actuação do Oceanário: ser um aquário público, contribuir para a literacia azul e fomentar a conservação dos oceanos", assegurou Javier Carbajo.

O director-geral da Aspro sublinhou ainda que o grupo nunca vendeu nenhum activo desde a sua fundação, tendo sempre apostado no crescimento por via aquisitiva, além de olhar para os mercados e para os negócios numa estratégia de longo prazo.

"Temos demonstrado um crescimento estável, com visão de longo prazo. Quando entramos num projecto, temos não só um compromisso com o negócio, mas também coma comunidade", garantiu Javier Carbajo.

A Aspro assenta num conjunto de quatro famílias accionistas, cuja identificação não foi divulgada. O grupo emprega cerca de quatro mil funcionários, em média, por temporada, e regista cerca de 14 milhões de visitantes por ano.

"Vamos apresentar uma proposta que vai contribuir para a cidade de Lisboa e para a potenciação de uma atracção turística. Vai contribuir para o desenvolvimento do Oceanário e para a potenciação e reforço de todas as actividades de conservação de espécies. Vamos apresentar uma proposta de valor para todas as partes, para a Aspro, para o Oceanário, para a cidade de Lisboa e para o Estado português", garantiu Javier Carbajo.

O director-geral da Aspro não quis adiantar pormenores sobre a política de preços nos bilhetes de ingresso no Oceanário, mas sobre os trabalhadores esclareceu que "seria muito pouco inteligente entrar num activo a pensar em cortar empregos", assumindo que irá manter os quadros actuais de pessoal do Oceanário de Lisboa.

A Aspro é o terceiro candidato a apresentar-se oficialmente na corrida à concessão o Oceanário, a seguir à Sociedade Francisco Manuel dos Santos, da família Soares dos Santos, detentora do grupo Jerónimo Martins, e da Mundo Aquático, gestora do parque Zoomarine, na Guia, Algarve, controlada por Pedro Lavia.

No entanto, o Económico sabe que entre os potenciais candidatos a este concurso estão ainda os espanhóis da Parque Reunidos, os britânicos da Merlin Entertainments (Sea Life, no Porto) e a Big One (gestora de um parque de diversões em Alcantarilha, Algarve).

Diversas fontes ligadas ao processo avançam que poderão ainda entrar na corrida o grupo gestor do aquário de Génova, Itália, e diversos fundos de investimento e ‘private equities', havendo ainda o rumor de que a própria Disney poderá concorrer.

A data-limite para entrega das propostas para concorrer à concessão do Oceanário de Lisboa é 12 de Junho.

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Espanhóis da Aspro Parks concorrem sozinhos ao Oceanário

Ontem 13:08 Nuno Miguel Silva

Empresa diz que não precisa de sócio e que tem capacidade financeira para ganhar a concessão do equipamento.

O grupo espanhol Aspro Parks vai concorrer sozinho à concessão do Oceanário de Lisboa, garantiu hoje Javier Carbajo, director-geral da companhia.

"Não estamos com nenhum sócio ou em nenhum consórcio. Não necessitamos de nenhum sócio em nenhum sentido. Temos capacidades comerciais e operacionais para levar o Oceanário para um nível seguinte e cremos que também temos a capacidade financeira", defendeu hoje Javier Carbajo, numa sessão de apresentação oficial da candidatura da Aspro Parks à concessão do Oceanário de Lisboa, que teve esta manhã lugar num hotel da capital.

A Aspro Parks tem 24 anos de experiência de gestão de centros de diversão. Actualmente, gere 60 centros de lazer em 12 países europeus, mas o seu ‘core business' são os aquários, gerindo uma dúzia destas infra-estruturas em quatro países.

"Somos especialistas em aquários. É a nossa experiência e a nossa história", sublinha Javier Carbajo, para explicar o sentido da entrada na corrida do grupo espanhol ao Oceanário. A Aspro gere, entre outros, os aquários de Barcelona e de Lyon.

Em termos financeiros, a Aspro passou de uma facturação de 163,6 milhões de euros em 2012 para 184,2 milhões de euros no ano passado. O director-geral da Aspro realçou o baixo nível de endividamento do grupo, reclamando que a Aspro tem um dívida que equivale a uma vez o EBITDA.

"Temos uma gestão financeira conservadora e disciplina sempre que abordamos um projecto do ponto de vista financeiro. O grupo é completamente sólido porque praticamente não tem dívida", destacou Javier Carbajo para justificar que a Aspro Parks detém recursos económicos suficientes para proceder à aquisição da concessão do Oceanário.

Sem revelar dados sobre a proposta que a Aspro vai apresentar ao Governo português, "por questões legais [acordo de confidencialidade] e tácticas [para não dar trunfos à concorrência]", Javier Carbajo revelou que os principais objectivos do grupo são "melhorar a actividade a actividade comercial do Oceanário, melhorando o produto; e aumentar de forma relevante o número de visitantes, tornando a visita ao Oceanário obrigatória para os turistas que chegam a Lisboa".

Reforçar os canais de venda e aumentar a comunicação são outras metas da Aspro para aumentar a atractividade do Oceanário de Lisboa.

A Aspro já está presente em Portugal há cerca de 15 anos, com a gestão do Aqualand, em Alcantarilha, Algarve, que emprega cerca de 50 funcionários em cada temporada.

"Temos um interesse histórico e estratégico em Portugal. Não vimos agora para Portugal. Para nós, o Oceanário de Lisboa não é nenhuma experiência. Temos muita gestão acumulada na gestão de aquários. E identificamo-nos com os pilares de actuação do Oceanário: ser um aquário público, contribuir para a literacia azul e fomentar a conservação dos oceanos", assegurou Javier Carbajo.

O director-geral da Aspro sublinhou ainda que o grupo nunca vendeu nenhum activo desde a sua fundação, tendo sempre apostado no crescimento por via aquisitiva, além de olhar para os mercados e para os negócios numa estratégia de longo prazo.

"Temos demonstrado um crescimento estável, com visão de longo prazo. Quando entramos num projecto, temos não só um compromisso com o negócio, mas também coma comunidade", garantiu Javier Carbajo.

A Aspro assenta num conjunto de quatro famílias accionistas, cuja identificação não foi divulgada. O grupo emprega cerca de quatro mil funcionários, em média, por temporada, e regista cerca de 14 milhões de visitantes por ano.

"Vamos apresentar uma proposta que vai contribuir para a cidade de Lisboa e para a potenciação de uma atracção turística. Vai contribuir para o desenvolvimento do Oceanário e para a potenciação e reforço de todas as actividades de conservação de espécies. Vamos apresentar uma proposta de valor para todas as partes, para a Aspro, para o Oceanário, para a cidade de Lisboa e para o Estado português", garantiu Javier Carbajo.

O director-geral da Aspro não quis adiantar pormenores sobre a política de preços nos bilhetes de ingresso no Oceanário, mas sobre os trabalhadores esclareceu que "seria muito pouco inteligente entrar num activo a pensar em cortar empregos", assumindo que irá manter os quadros actuais de pessoal do Oceanário de Lisboa.

A Aspro é o terceiro candidato a apresentar-se oficialmente na corrida à concessão o Oceanário, a seguir à Sociedade Francisco Manuel dos Santos, da família Soares dos Santos, detentora do grupo Jerónimo Martins, e da Mundo Aquático, gestora do parque Zoomarine, na Guia, Algarve, controlada por Pedro Lavia.

No entanto, o Económico sabe que entre os potenciais candidatos a este concurso estão ainda os espanhóis da Parque Reunidos, os britânicos da Merlin Entertainments (Sea Life, no Porto) e a Big One (gestora de um parque de diversões em Alcantarilha, Algarve).

Diversas fontes ligadas ao processo avançam que poderão ainda entrar na corrida o grupo gestor do aquário de Génova, Itália, e diversos fundos de investimento e ‘private equities', havendo ainda o rumor de que a própria Disney poderá concorrer.

A data-limite para entrega das propostas para concorrer à concessão do Oceanário de Lisboa é 12 de Junho.

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