Como Costa se está a livrar de Sócrates

24-07-2015
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António Costa quer dar um sinal de que uma vitória do PS nas legislativas não será um regresso ao passado. E quer mostrar um partido aberto à sociedade e livre do aparelho. Prova disso são as duas grandes diferenças em relação aos cabeças-de-lista escolhidos por Sócrates em 2011: o aparelho está agora sub-representado e parece ter sido mais fácil convencer pessoas de fora das lides partidárias a dar a cara pelo PS.

A ‘entourage' de Costa diz que o líder "quis dar um sinal substantivo de que quer mudar a política e as perspectivas do país e, por isso, mudou os protagonistas". No fundo, provar que com o PS no poder, não haverá regresso ao passado, como a oposição tem tentado fazer crer.

Já os analistas vêem nas listas "o indicador avançado de que o PS vai vencer as próximas legislativas", como assume Pedro Adão e Silva. O politólogo explica que "a composição das listas é uma espécie de indicador de quem está com a dinâmica de vitória. Por um lado, há mais pessoas disponíveis e, por outro, o partido sente-se na obrigação de seguir a vontade do líder".

A renovação em relação a 2011 é praticamente total, com mudança de cabeça-de-lista em todos os distritos, com excepção de PauloPisco, na Europa, e Vieira da Silva, que troca Setúbal por Santarém. Ao que oDiárioEconómico apurou, Costa quis dar com estas escolhas também um sinal aos "pré-desiludidos", que achavam que o partido estava a perder gás. "Esta abertura do partido à sociedade é a prova de que há ainda muito margem para acreditar que a vitória é nossa", diz fonte do PS.

Uma ideia que Adão e Silva acompanha: "Basta fazer a comparação com as listas doPS nos tempos de Sócrates, para se ver que a composição é sempre cíclica. Nos momentos de declínio - como aconteceu em 2011 - é preciso mobilizar mais o aparelho e as plataformas internas. Quando há dinâmica de vitória - como em 2005 - é mais fácil para o líder decidir para além das estruturas partidárias".

Mas mesmo que seja uma repetição da história, nem por isso as estruturas a aceitam de ânimo leve. O afastamento de muitos líderes de federação dos lugares cimeiros não foi muito bem recebido e há quem antecipe que a composição dos lugares que se seguem pode revelar-se tarefa difícil em alguns distritos. Com a vitória de Costa nas primárias de Setembro passaram a existir dissonâncias entre quem lidera a estrutura local e os apoiantes do líder. Um factor que na hora de escolher nomes dificulta a tarefa. Em caso de dúvida seráCosta a decidir quem serão os nomes que seguem nas listas a apresentar no próximo dia 21, na Comissão Política.

Passos deverá trocar Vila Real por Lisboa

As regras para a composição das listas de deputados do PSD foram aprovadas apenas na sexta-feira pela direcção, mas há muito que a ‘entourage' de Passos discute onde deve o líder candidatar-se. Desta vez, o primeiro-ministro não vai por Vila Real e deverá ser o cabeça-de-lista em Lisboa, para concorrer a par de António Costa, que também lidera a capital pelo PS. O PSD pediu às distritais que escolham "pessoas de prestígio", mas será Passos a escolher todos os cabeças-de-lista.

António Costa quer dar um sinal de que uma vitória do PS nas legislativas não será um regresso ao passado. E quer mostrar um partido aberto à sociedade e livre do aparelho. Prova disso são as duas grandes diferenças em relação aos cabeças-de-lista escolhidos por Sócrates em 2011: o aparelho está agora sub-representado e parece ter sido mais fácil convencer pessoas de fora das lides partidárias a dar a cara pelo PS.

A ‘entourage' de Costa diz que o líder "quis dar um sinal substantivo de que quer mudar a política e as perspectivas do país e, por isso, mudou os protagonistas". No fundo, provar que com o PS no poder, não haverá regresso ao passado, como a oposição tem tentado fazer crer.

Já os analistas vêem nas listas "o indicador avançado de que o PS vai vencer as próximas legislativas", como assume Pedro Adão e Silva. O politólogo explica que "a composição das listas é uma espécie de indicador de quem está com a dinâmica de vitória. Por um lado, há mais pessoas disponíveis e, por outro, o partido sente-se na obrigação de seguir a vontade do líder".

A renovação em relação a 2011 é praticamente total, com mudança de cabeça-de-lista em todos os distritos, com excepção de PauloPisco, na Europa, e Vieira da Silva, que troca Setúbal por Santarém. Ao que oDiárioEconómico apurou, Costa quis dar com estas escolhas também um sinal aos "pré-desiludidos", que achavam que o partido estava a perder gás. "Esta abertura do partido à sociedade é a prova de que há ainda muito margem para acreditar que a vitória é nossa", diz fonte do PS.

Uma ideia que Adão e Silva acompanha: "Basta fazer a comparação com as listas doPS nos tempos de Sócrates, para se ver que a composição é sempre cíclica. Nos momentos de declínio - como aconteceu em 2011 - é preciso mobilizar mais o aparelho e as plataformas internas. Quando há dinâmica de vitória - como em 2005 - é mais fácil para o líder decidir para além das estruturas partidárias".

Mas mesmo que seja uma repetição da história, nem por isso as estruturas a aceitam de ânimo leve. O afastamento de muitos líderes de federação dos lugares cimeiros não foi muito bem recebido e há quem antecipe que a composição dos lugares que se seguem pode revelar-se tarefa difícil em alguns distritos. Com a vitória de Costa nas primárias de Setembro passaram a existir dissonâncias entre quem lidera a estrutura local e os apoiantes do líder. Um factor que na hora de escolher nomes dificulta a tarefa. Em caso de dúvida seráCosta a decidir quem serão os nomes que seguem nas listas a apresentar no próximo dia 21, na Comissão Política.

Passos deverá trocar Vila Real por Lisboa

As regras para a composição das listas de deputados do PSD foram aprovadas apenas na sexta-feira pela direcção, mas há muito que a ‘entourage' de Passos discute onde deve o líder candidatar-se. Desta vez, o primeiro-ministro não vai por Vila Real e deverá ser o cabeça-de-lista em Lisboa, para concorrer a par de António Costa, que também lidera a capital pelo PS. O PSD pediu às distritais que escolham "pessoas de prestígio", mas será Passos a escolher todos os cabeças-de-lista.

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