Passos domina espaço informativo nas televisões

03-08-2015
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A pouco mais de dois meses das eleições legislativas, Pedro Passos Coelho tem se afirmado como o grande protagonista da informação nos principais noticiários dos canais generalistas (RTP1, RTP2, SIC e TVI). O primeiro-ministro foi a figura com mais exposição mediática no primeiro semestre do ano, com intervenção em 796 notícias, num total de 32 horas e 53 minutos de antena, revela um estudo da Marktest. Numa agenda dominada por figuras políticas, o líder do PS, António Costa, é o segundo com mais protagonismo - 25 horas e 12 minutos, repartidas por 690 notícias -, ainda que não tenha conseguido encurtar a distância para o primeiro-ministro.

A presença mais constante de Passos Coelho nos blocos noticiosos é inerente à função de chefe do Governo - de resto, no ‘top 10' cinco são membros do Executivo -, mas o primeiro-ministro beneficiou também de uma agenda mediática condicionada pela crise grega. Se, em Abril e Maio, Costa tinha apenas menos uma hora de notícias do que Passos, em Junho essa distância dilatou-se para uma hora e meia.

A semana passada foi ilustrativa do aumento da presença do presidente do PSD nas televisões: começou com a questão grega e a discussão sobre o papel que o primeiro-ministro chamou a si nas negociações, continuou com o discurso de Passos na festa social-democrata no Chão da Lagoa e terminou com a entrevista à TVI a marcar a agenda mediática.

Já o secretário-geral socialista alcançou o pico de protagonismo em Abril, o mês em que foi apresentado o cenário macro-económico do PS, que deverá servir como linha orientadora para o programa de governo do partido.

Num país em que a correlação entre a mobilização eleitoral e o destaque mediático está comprovada, e em período de pré-campanha, estes números ganham especial relevância. "Como Portugal tem uma alta taxa de abstenção, está provado que o espaço mediático é um factor muito relevante para a mobilização eleitoral", garante o politólogo António Costa Pinto, sugerindo que a ausência de cobertura jornalística das campanhas resultaria num aumento significativo da abstenção. Se elementos de campanha como os ‘outdoors' têm uma influência residual na decisão de voto, já a presença em debates e notícias pode ser decisiva, sobretudo quando na base dessa exposição mediática não estão factores negativos, continua.

Rodrigo Viana de Freitas, director-geral da Central de Informação e especialista em comunicação política, considera que o partido que está no governo parte sempre à frente nesta matéria, mas acrescenta que a Grécia beneficiou Passos Coelho, uma vez que "cabia ao líder do Executivo pronunciar-se". O consultor admite mesmo que a crise grega possa ter levado o PS a "sair de cena, dada a posição que o partido assumiu quando o Syriza chegou ao poder".

Com o aproximar do período oficial de campanha, é natural que o espaço televisivo atribuído aos líderes dos dois maiores partidos se torne mais equilibrado, acredita Rodrigo Viana de Freitas. Já para os pequenos partidos, o especialista não prevê a mesma sorte: "Terão de fazer um esforço maior para aparecer nas notícias, porque os holofotes da comunicação social não vão estar sobre eles".

Nos primeiros seis meses do ano, Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda, e Jerónimo de Sousa, líder do PCP, ocuparam o sétimo e oitavo lugar, respectivamente, neste ‘ranking' da Marktest.

A pouco mais de dois meses das eleições legislativas, Pedro Passos Coelho tem se afirmado como o grande protagonista da informação nos principais noticiários dos canais generalistas (RTP1, RTP2, SIC e TVI). O primeiro-ministro foi a figura com mais exposição mediática no primeiro semestre do ano, com intervenção em 796 notícias, num total de 32 horas e 53 minutos de antena, revela um estudo da Marktest. Numa agenda dominada por figuras políticas, o líder do PS, António Costa, é o segundo com mais protagonismo - 25 horas e 12 minutos, repartidas por 690 notícias -, ainda que não tenha conseguido encurtar a distância para o primeiro-ministro.

A presença mais constante de Passos Coelho nos blocos noticiosos é inerente à função de chefe do Governo - de resto, no ‘top 10' cinco são membros do Executivo -, mas o primeiro-ministro beneficiou também de uma agenda mediática condicionada pela crise grega. Se, em Abril e Maio, Costa tinha apenas menos uma hora de notícias do que Passos, em Junho essa distância dilatou-se para uma hora e meia.

A semana passada foi ilustrativa do aumento da presença do presidente do PSD nas televisões: começou com a questão grega e a discussão sobre o papel que o primeiro-ministro chamou a si nas negociações, continuou com o discurso de Passos na festa social-democrata no Chão da Lagoa e terminou com a entrevista à TVI a marcar a agenda mediática.

Já o secretário-geral socialista alcançou o pico de protagonismo em Abril, o mês em que foi apresentado o cenário macro-económico do PS, que deverá servir como linha orientadora para o programa de governo do partido.

Num país em que a correlação entre a mobilização eleitoral e o destaque mediático está comprovada, e em período de pré-campanha, estes números ganham especial relevância. "Como Portugal tem uma alta taxa de abstenção, está provado que o espaço mediático é um factor muito relevante para a mobilização eleitoral", garante o politólogo António Costa Pinto, sugerindo que a ausência de cobertura jornalística das campanhas resultaria num aumento significativo da abstenção. Se elementos de campanha como os ‘outdoors' têm uma influência residual na decisão de voto, já a presença em debates e notícias pode ser decisiva, sobretudo quando na base dessa exposição mediática não estão factores negativos, continua.

Rodrigo Viana de Freitas, director-geral da Central de Informação e especialista em comunicação política, considera que o partido que está no governo parte sempre à frente nesta matéria, mas acrescenta que a Grécia beneficiou Passos Coelho, uma vez que "cabia ao líder do Executivo pronunciar-se". O consultor admite mesmo que a crise grega possa ter levado o PS a "sair de cena, dada a posição que o partido assumiu quando o Syriza chegou ao poder".

Com o aproximar do período oficial de campanha, é natural que o espaço televisivo atribuído aos líderes dos dois maiores partidos se torne mais equilibrado, acredita Rodrigo Viana de Freitas. Já para os pequenos partidos, o especialista não prevê a mesma sorte: "Terão de fazer um esforço maior para aparecer nas notícias, porque os holofotes da comunicação social não vão estar sobre eles".

Nos primeiros seis meses do ano, Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda, e Jerónimo de Sousa, líder do PCP, ocuparam o sétimo e oitavo lugar, respectivamente, neste ‘ranking' da Marktest.

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