Bolsa de Atenas "está em modo de medo total"

03-08-2015
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Mais de um mês após o encerramento, a bolsa de Atenas negociou ao longo desta segunda-feira sob um clima de grande nervosismo. "É interessante notar que esta maré de vendas está a afectar até as acções que em teoria têm pouca exposição à Grécia. A Bolsa de Atenas está claramente em modo de ‘medo' total", explicou ao Económico Steve Voulgaridis, ‘trader' a operar no mercado cambial na Grécia.

O especialista grego destacou as condições restritivas desta que foi a primeira sessão desde 26 de Junho (o primeiro dia de suspensão ocorreu a 29), especificamente a proibição de vendas a descoberto (‘short selling', que aposta na descida do valor das acções) e a limitação, nas compras, ao uso de "novo dinheiro".

Com esta especificidade, o Governo grego garantiu que não haveria transferências das contas bancárias dos cidadãos gregos para investimento na bolsa de valores, mantendo assim a limitação de movimentação dos depósitos bancários a 420 euros semanais. Neste "novo dinheiro" passível de ser investido na bolsa está o dinheiro "vivo" e os valores de transferências bancárias internacionais.

"Naturalmente, estas restrições limitam severamente a eficácia e potencial do mercado", diz Steve Voulgaridis, explicando que "também criaram uma divisão entre investidores, com a qual os investidores gregos estão a enfrentar obstáculos extra, comparados com os não gregos".

O analista destaca o resultado de hoje, no topo das quebras diárias desde que a bolsa da Atenas iniciou a negociação, em 1987. Após este dia em que os "quatro bancos sistémicos" chegaram a estar presos nos 30% de queda - o limite permitido pelo regulador - e em que dois fecharam nesse máximo, Voulgaridis explica que "há receios de que as acções da banca possam cair muito mais nos próximos dias, devido à incerteza do método de recapitalização que será utilizado (através do ESM), o qual poderá levar a uma diluição potencial de 100% dos accionistas actuais". Nota o analista que "os volumes estão em níveis muito baixo e isto revela o elevado nervosismo e incerteza que prevalece no mercado hoje".

Voulgaridis considera que a vaga de vendas criará oportunidades de compra, "especialmente nas companhias exportadoras e naquelas que pertencem aos poucos sectores restantes com saúde na economia grega". Para o regresso à confiança, o analista considera que "só o tempo e uma lenta mas firme recuperação do clima político e económico do país poderão sarar" as feridas agora abertas.

Nesta segunda-feira, a bolsa grega fechou a perder 16,2%. Chegou a descer mais de 22,8%. Sem surpresa, a banca teve o pior desempenho. O National Bank of Greece e o Piraeus Bank perderam 30%. O Alphabank caiu 29,8% e o Eurobank Ergasias 29,86%.

Notícia corrigida às 19h05, com valor máximo da queda durante a sessão

Mais de um mês após o encerramento, a bolsa de Atenas negociou ao longo desta segunda-feira sob um clima de grande nervosismo. "É interessante notar que esta maré de vendas está a afectar até as acções que em teoria têm pouca exposição à Grécia. A Bolsa de Atenas está claramente em modo de ‘medo' total", explicou ao Económico Steve Voulgaridis, ‘trader' a operar no mercado cambial na Grécia.

O especialista grego destacou as condições restritivas desta que foi a primeira sessão desde 26 de Junho (o primeiro dia de suspensão ocorreu a 29), especificamente a proibição de vendas a descoberto (‘short selling', que aposta na descida do valor das acções) e a limitação, nas compras, ao uso de "novo dinheiro".

Com esta especificidade, o Governo grego garantiu que não haveria transferências das contas bancárias dos cidadãos gregos para investimento na bolsa de valores, mantendo assim a limitação de movimentação dos depósitos bancários a 420 euros semanais. Neste "novo dinheiro" passível de ser investido na bolsa está o dinheiro "vivo" e os valores de transferências bancárias internacionais.

"Naturalmente, estas restrições limitam severamente a eficácia e potencial do mercado", diz Steve Voulgaridis, explicando que "também criaram uma divisão entre investidores, com a qual os investidores gregos estão a enfrentar obstáculos extra, comparados com os não gregos".

O analista destaca o resultado de hoje, no topo das quebras diárias desde que a bolsa da Atenas iniciou a negociação, em 1987. Após este dia em que os "quatro bancos sistémicos" chegaram a estar presos nos 30% de queda - o limite permitido pelo regulador - e em que dois fecharam nesse máximo, Voulgaridis explica que "há receios de que as acções da banca possam cair muito mais nos próximos dias, devido à incerteza do método de recapitalização que será utilizado (através do ESM), o qual poderá levar a uma diluição potencial de 100% dos accionistas actuais". Nota o analista que "os volumes estão em níveis muito baixo e isto revela o elevado nervosismo e incerteza que prevalece no mercado hoje".

Voulgaridis considera que a vaga de vendas criará oportunidades de compra, "especialmente nas companhias exportadoras e naquelas que pertencem aos poucos sectores restantes com saúde na economia grega". Para o regresso à confiança, o analista considera que "só o tempo e uma lenta mas firme recuperação do clima político e económico do país poderão sarar" as feridas agora abertas.

Nesta segunda-feira, a bolsa grega fechou a perder 16,2%. Chegou a descer mais de 22,8%. Sem surpresa, a banca teve o pior desempenho. O National Bank of Greece e o Piraeus Bank perderam 30%. O Alphabank caiu 29,8% e o Eurobank Ergasias 29,86%.

Notícia corrigida às 19h05, com valor máximo da queda durante a sessão

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