A insegurança social

03-08-2015
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Serve, claro, para o PS cavalgar a teoria do medo, da privatização do sistema. Qual privatização, qual quê! E a coligação, embora acredite na criação de um sistema misto, de repartição e de capitalização, tem medo da própria sombra, tem medo dos votos que se perdem, e por isso, troca a convicção pela conveniência.

António Costa jura que o crescimento económico - lá está, a fé - resolverá o défice do sistema contributivo e a necessidade de transferir verbas do orçamento, impostos, para cobrir essa diferença. Já sabemos que não, já sabemos que a reforma de 2007 era para 50 anos e pouco passou dos cinco. Em 2014, foram mais de quatro mil milhões de euros. E se não chegar o crescimento económico, o emprego? A diversificação de fontes de financiamento do sistema quer dizer, na verdade, mais impostos para pagar a reforma que ninguém quer fazer. Na verdade, aqui, estão juntinhos. Na insegurança social.

Nota: O Governo cortou nas PPP e nas rendas da energia - sim, pode-se sempre pedir mais, mas, já agora, também convém ter em conta o que o Estado ganhou com a privatização da EDP -, mas o sector privado também tem as suas rendas. Quais? As rendas dos produtores de conteúdos nos contratos com a PT, agora Altice. Durante anos, a PT não foi apenas uma rede de cumplicidades e interesses, foi também um mealheiro para alguns grupos de comunicação social - poucos - decidido por Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, sempre com o beneplácito de Ricardo Salgado. As reacções violentas à venda da PT à Altice percebem-se, hoje, melhor. A Altice quer cortar os subsídios - sim, subsídios - às televisões e a Democracia parece estar em causa. Não está. Os números são públicos: a Impresa (leia-se SIC) recebe cerca de 25 milhões de euros por ano, mais do que a TVI e a RTP juntas, e não há uma única razão que o justifique. A Altice poderá estar até a seguir um método pouco ortodoxo - a PT não é a Cabovisão -, mas está a contribuir para um mercado mais concorrencial e saudável. Isso é mau?

Serve, claro, para o PS cavalgar a teoria do medo, da privatização do sistema. Qual privatização, qual quê! E a coligação, embora acredite na criação de um sistema misto, de repartição e de capitalização, tem medo da própria sombra, tem medo dos votos que se perdem, e por isso, troca a convicção pela conveniência.

António Costa jura que o crescimento económico - lá está, a fé - resolverá o défice do sistema contributivo e a necessidade de transferir verbas do orçamento, impostos, para cobrir essa diferença. Já sabemos que não, já sabemos que a reforma de 2007 era para 50 anos e pouco passou dos cinco. Em 2014, foram mais de quatro mil milhões de euros. E se não chegar o crescimento económico, o emprego? A diversificação de fontes de financiamento do sistema quer dizer, na verdade, mais impostos para pagar a reforma que ninguém quer fazer. Na verdade, aqui, estão juntinhos. Na insegurança social.

Nota: O Governo cortou nas PPP e nas rendas da energia - sim, pode-se sempre pedir mais, mas, já agora, também convém ter em conta o que o Estado ganhou com a privatização da EDP -, mas o sector privado também tem as suas rendas. Quais? As rendas dos produtores de conteúdos nos contratos com a PT, agora Altice. Durante anos, a PT não foi apenas uma rede de cumplicidades e interesses, foi também um mealheiro para alguns grupos de comunicação social - poucos - decidido por Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, sempre com o beneplácito de Ricardo Salgado. As reacções violentas à venda da PT à Altice percebem-se, hoje, melhor. A Altice quer cortar os subsídios - sim, subsídios - às televisões e a Democracia parece estar em causa. Não está. Os números são públicos: a Impresa (leia-se SIC) recebe cerca de 25 milhões de euros por ano, mais do que a TVI e a RTP juntas, e não há uma única razão que o justifique. A Altice poderá estar até a seguir um método pouco ortodoxo - a PT não é a Cabovisão -, mas está a contribuir para um mercado mais concorrencial e saudável. Isso é mau?

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