Sabor de vinho do Porto no curso do Douro

01-07-2011
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Do Jornal "O Estado de São Paulo" - Brasil:
A mais antiga região vinícola do mundo, criada pelo Marquês de Pombal em 1756, revela-se perfeita para apreciar os prazeres mais simples: beber, comer e dormir bem05 de abril de 2011 | 8h 00 - Nathalia Molina, PESO DA RÉGUA

Sobe, desce, o rio. Desenhos como tranças a repartir as montanhas, sobre o rio. Caminhos sinuosos, num esconde-esconde com o rio. Vilas, à beira do rio, mirantes, do alto do rio. O Douro corre a nos acompanhar, como se guiasse ele mesmo o carro entre os vinhedos.Percorrer a mais antiga região vinícola demarcada do mundo é se deixar levar pela água. E pelo vinho. Beber bem, comer bem, dormir bem. Seguir o curso natural, seduzido pelo rubi da taça e pelo verde ao redor. "Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza", como descreveu o escritor Miguel Torga (1907-1995), em seu Diário XII, em trecho reproduzido num painel de azulejos no Miradouro de São Leonardo da Galafura, perto de Peso da Régua, no Vale do Douro.O solo de xisto, as assimetrias das encostas e o trabalho do homem desenharam o Alto Douro Vinhateiro, declarado Patrimônio Mundial pela Unesco em 2001. A antiga região vinícola demarcada foi instituída por Marquês de Pombal, em 1756. Dali sai o vinho do Porto, licoroso conhecido mundialmente - não vá embora sem o seu exemplar.De Mesão Frio (distante 85 quilômetros do Porto) a Freixo de Espada-à-Cinta (a 180 quilômetros da mesma cidade), o Vale do Douro se divide em três sub-regiões. Área verde de grande produtividade, o Baixo Corgo inclui Mesão Frio e Peso da Régua.Cenários. Seguindo o rio rumo ao leste, a paisagem ganha tons de pedra no Cima Corgo, que se estende de Pinhão a São João da Pesqueira. De lá a Freixo de Espada-à-Cinta, fica o Douro Superior, onde há menos produtores e os vinhedos convivem com oliveiras e amendoeiras.As principais quintas estão na área entre as cidades de Mesão Frio e Pinhão, passando por Peso da Régua, onde está localizada a sede da Associação de Aderentes da Rota do Vinho do Porto. Criada em 1998 para desenvolver o roteiro lançado dois anos antes, reúne atualmente 78 participantes ligados à cultura do vinho, entre produtores, restaurantes, hotéis e empresas de turismo.Por ali, você encontra lugares convidativos como a Casa Torres de Oliveira, em Mesão Frio, que oferecem aos visitantes tanto a prova de vinhos quanto a acomodação. Na associação, é possível marcar visitas a caves e vinhedos e agendar a participação nos eventos mais tradicionais: a colheita (vindima) e a pisa da uva (lagarada). E ainda pode reservar serviços de hospedagem, alimentação e transporte.Passeio no tempo. Peso da Régua, como você vai perceber, é uma espécie de capital da região. Destacou-se na produção e no comércio do vinho do Porto desde que o Marquês de Pombal fundou ali a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro.Em pipas, a bebida era levada pelo curso do Douro até chegar à Vila Nova de Gaia, que concentra as caves dos produtores, na margem oposta do rio em relação à cidade do Porto. O meio de transporte eram os barcos rabelos, inspiração para o docinho de mesmo nome, encontrado em Peso da Régua. Feito com farinha de arroz, amido de milho, ovos, açúcar, canela, amêndoa e vinho do Porto, tem a forma das antigas embarcações. E o melhor de tudo: é uma delícia.Hoje turistas podem navegar pelo Douro em cruzeiros a partir da cidade do Porto ou em trechos menores entre Peso da Régua e Pinhão, por exemplo. Empresas como a Douro Azul e a Barcadouro trabalham com esses passeios.Quem, ao invés de usar um carro alugado, preferir explorar o país de transporte público, pode sair da cidade do Porto de trem. No caminho até Douro, há paradas em Régua, Pinhão, Tua e Pocinho. Na estação de Pinhão, repare nos painéis de azulejos, decorados com cenas do processo produtivo do vinho e paisagens dos arredores.Durante a vindima, que ocorre nos fins de semana de setembro, a Comboios de Portugal oferece programa especial de um dia, incluindo visita a uma quinta e participação na pisa da uva. De 23 de julho a 1.º de outubro, um trajeto da empresa pelo Douro chama atenção: uma locomotiva a vapor, do início do século 20, leva os passageiros em vagões de madeira de Régua ao Tua. Sobre trilhos, montanhas, vinhedos, o contorno do rio.
Saiba maisPassagem: O trecho São Paulo-Lisboa-São Paulo custa desde 640,66 na Iberia; R$ 1.590,7 (cerca de 688,50) na KLM; 725,43 na British; 886,50 na TAM em voo direto; 898 na TAP, também em voo direto e 920,45 na Lufthansa .Pedágio: Há cobrança nas estradas administradas por concessionárias. Ao entrar na rodovia, retire o bilhete eletrônico na cabine automática. O pagamento é feito na saída, de acordo com o trechoTrajeto: Antes de defini-lo, vale consultar o site. Clique em ‘Mapas’ e depois em ‘Calcular itinerário’.Aluguel de carro: Uma semana em Lisboa custa a partir de 163,46 na Avis e 220,88 na Hertz.Na internet: consulte os sites visitportugal.com; visitcentro.com; obidos.pt;http://www.cm-sintra.pt/; douro-turismo.pt e www.turismoserradaestrela.pt
Veja também:

 Coração lusitano


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Do Jornal "O Estado de São Paulo" - Brasil:
A mais antiga região vinícola do mundo, criada pelo Marquês de Pombal em 1756, revela-se perfeita para apreciar os prazeres mais simples: beber, comer e dormir bem05 de abril de 2011 | 8h 00 - Nathalia Molina, PESO DA RÉGUA

Sobe, desce, o rio. Desenhos como tranças a repartir as montanhas, sobre o rio. Caminhos sinuosos, num esconde-esconde com o rio. Vilas, à beira do rio, mirantes, do alto do rio. O Douro corre a nos acompanhar, como se guiasse ele mesmo o carro entre os vinhedos.Percorrer a mais antiga região vinícola demarcada do mundo é se deixar levar pela água. E pelo vinho. Beber bem, comer bem, dormir bem. Seguir o curso natural, seduzido pelo rubi da taça e pelo verde ao redor. "Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza", como descreveu o escritor Miguel Torga (1907-1995), em seu Diário XII, em trecho reproduzido num painel de azulejos no Miradouro de São Leonardo da Galafura, perto de Peso da Régua, no Vale do Douro.O solo de xisto, as assimetrias das encostas e o trabalho do homem desenharam o Alto Douro Vinhateiro, declarado Patrimônio Mundial pela Unesco em 2001. A antiga região vinícola demarcada foi instituída por Marquês de Pombal, em 1756. Dali sai o vinho do Porto, licoroso conhecido mundialmente - não vá embora sem o seu exemplar.De Mesão Frio (distante 85 quilômetros do Porto) a Freixo de Espada-à-Cinta (a 180 quilômetros da mesma cidade), o Vale do Douro se divide em três sub-regiões. Área verde de grande produtividade, o Baixo Corgo inclui Mesão Frio e Peso da Régua.Cenários. Seguindo o rio rumo ao leste, a paisagem ganha tons de pedra no Cima Corgo, que se estende de Pinhão a São João da Pesqueira. De lá a Freixo de Espada-à-Cinta, fica o Douro Superior, onde há menos produtores e os vinhedos convivem com oliveiras e amendoeiras.As principais quintas estão na área entre as cidades de Mesão Frio e Pinhão, passando por Peso da Régua, onde está localizada a sede da Associação de Aderentes da Rota do Vinho do Porto. Criada em 1998 para desenvolver o roteiro lançado dois anos antes, reúne atualmente 78 participantes ligados à cultura do vinho, entre produtores, restaurantes, hotéis e empresas de turismo.Por ali, você encontra lugares convidativos como a Casa Torres de Oliveira, em Mesão Frio, que oferecem aos visitantes tanto a prova de vinhos quanto a acomodação. Na associação, é possível marcar visitas a caves e vinhedos e agendar a participação nos eventos mais tradicionais: a colheita (vindima) e a pisa da uva (lagarada). E ainda pode reservar serviços de hospedagem, alimentação e transporte.Passeio no tempo. Peso da Régua, como você vai perceber, é uma espécie de capital da região. Destacou-se na produção e no comércio do vinho do Porto desde que o Marquês de Pombal fundou ali a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro.Em pipas, a bebida era levada pelo curso do Douro até chegar à Vila Nova de Gaia, que concentra as caves dos produtores, na margem oposta do rio em relação à cidade do Porto. O meio de transporte eram os barcos rabelos, inspiração para o docinho de mesmo nome, encontrado em Peso da Régua. Feito com farinha de arroz, amido de milho, ovos, açúcar, canela, amêndoa e vinho do Porto, tem a forma das antigas embarcações. E o melhor de tudo: é uma delícia.Hoje turistas podem navegar pelo Douro em cruzeiros a partir da cidade do Porto ou em trechos menores entre Peso da Régua e Pinhão, por exemplo. Empresas como a Douro Azul e a Barcadouro trabalham com esses passeios.Quem, ao invés de usar um carro alugado, preferir explorar o país de transporte público, pode sair da cidade do Porto de trem. No caminho até Douro, há paradas em Régua, Pinhão, Tua e Pocinho. Na estação de Pinhão, repare nos painéis de azulejos, decorados com cenas do processo produtivo do vinho e paisagens dos arredores.Durante a vindima, que ocorre nos fins de semana de setembro, a Comboios de Portugal oferece programa especial de um dia, incluindo visita a uma quinta e participação na pisa da uva. De 23 de julho a 1.º de outubro, um trajeto da empresa pelo Douro chama atenção: uma locomotiva a vapor, do início do século 20, leva os passageiros em vagões de madeira de Régua ao Tua. Sobre trilhos, montanhas, vinhedos, o contorno do rio.
Saiba maisPassagem: O trecho São Paulo-Lisboa-São Paulo custa desde 640,66 na Iberia; R$ 1.590,7 (cerca de 688,50) na KLM; 725,43 na British; 886,50 na TAM em voo direto; 898 na TAP, também em voo direto e 920,45 na Lufthansa .Pedágio: Há cobrança nas estradas administradas por concessionárias. Ao entrar na rodovia, retire o bilhete eletrônico na cabine automática. O pagamento é feito na saída, de acordo com o trechoTrajeto: Antes de defini-lo, vale consultar o site. Clique em ‘Mapas’ e depois em ‘Calcular itinerário’.Aluguel de carro: Uma semana em Lisboa custa a partir de 163,46 na Avis e 220,88 na Hertz.Na internet: consulte os sites visitportugal.com; visitcentro.com; obidos.pt;http://www.cm-sintra.pt/; douro-turismo.pt e www.turismoserradaestrela.pt
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