Acertar no totoloto à segunda-feira

09-07-2011
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A pessoa que viajava ontem ao meu lado rumo a Lisboa folheava o meu ex-jornal diário. Acabada a leitura da última página do Público, onde constava esta coluna, ri-se, e diz: “Que grande cromo! Este é daqueles que diz que acertou no totoloto à segunda-feira“.

Olhei, vi quem era o dito, ri-me também para dentro, baixinho.

O meu interlocutor, daqueles bem faladores, pergunta-me: “sabe se este senhor (não foi esta a palavra usada, mas o pudor impede-me de repetir a que foi realmente utilizada) escreveu alguma vez antecipando a crise?“.

Eu respondi-lhe, “não sei bem, mas sinceramente não me recordo de ler nada escrito pelo dito colunista sobre economia, finanças, e mercado de capitais, antes desta confusão em Wall Street“.

Suspira o meu interlocutor, “estranho, é que ele escreve que o cidadão informado – e, pelo name dropping (fala no Houdini, no Micosa, e em imensa gente, tantos autores que ele leu), ele parece ser um deles (ri-se novamente)– poderia estar a par da bolha do imobiliário há, pelo menos, dois anos; já nos podia era ter avisado antes“. Salta nova gargalhada, desta vez uma bem alarve, por sinal. Eu, inibido, ri timidamente, não andasse por ali alguém da brigada do algodão a insinuar que a minha expressão facial traduzia uma ausência de pluralismo.

À saida, comenta o meu interlocutor: “malandros, esses gestores dos bancos de investimento, gente inteligentíssima, e o pessoal da Guerra do Iraque. Bushistas. E malandro, também, esse Durão Barroso, que também é culpado. O que nos vale é que vem aí o Messias“.

“O Messias?”, perguntei.

“Sim, o Messias“, ouço. “Esta aqui dito, no fim, “os americanos, ao menos, têm uma escolha entre mudar de defeitos e mudar de feitio nas próximas eleições“.

Pois…

A pessoa que viajava ontem ao meu lado rumo a Lisboa folheava o meu ex-jornal diário. Acabada a leitura da última página do Público, onde constava esta coluna, ri-se, e diz: “Que grande cromo! Este é daqueles que diz que acertou no totoloto à segunda-feira“.

Olhei, vi quem era o dito, ri-me também para dentro, baixinho.

O meu interlocutor, daqueles bem faladores, pergunta-me: “sabe se este senhor (não foi esta a palavra usada, mas o pudor impede-me de repetir a que foi realmente utilizada) escreveu alguma vez antecipando a crise?“.

Eu respondi-lhe, “não sei bem, mas sinceramente não me recordo de ler nada escrito pelo dito colunista sobre economia, finanças, e mercado de capitais, antes desta confusão em Wall Street“.

Suspira o meu interlocutor, “estranho, é que ele escreve que o cidadão informado – e, pelo name dropping (fala no Houdini, no Micosa, e em imensa gente, tantos autores que ele leu), ele parece ser um deles (ri-se novamente)– poderia estar a par da bolha do imobiliário há, pelo menos, dois anos; já nos podia era ter avisado antes“. Salta nova gargalhada, desta vez uma bem alarve, por sinal. Eu, inibido, ri timidamente, não andasse por ali alguém da brigada do algodão a insinuar que a minha expressão facial traduzia uma ausência de pluralismo.

À saida, comenta o meu interlocutor: “malandros, esses gestores dos bancos de investimento, gente inteligentíssima, e o pessoal da Guerra do Iraque. Bushistas. E malandro, também, esse Durão Barroso, que também é culpado. O que nos vale é que vem aí o Messias“.

“O Messias?”, perguntei.

“Sim, o Messias“, ouço. “Esta aqui dito, no fim, “os americanos, ao menos, têm uma escolha entre mudar de defeitos e mudar de feitio nas próximas eleições“.

Pois…

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