Pena de morte

09-07-2011
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João Miranda afirma que os portugueses se orgulham por Portugal ter sido um dos primeiros países a abolir a pena de morte. Isto será parcialmente verdade. Os portugueses discordam com a pena de morte para todos os crimes excepto o crime mediático mais recente. A seu tempo, um referendo teria ditado a pena de morte para Carlos Silvino, Leonor Cipriano ou qualquer um dos presumíveis incendiários no Verão. Não espantam por isso as reacções de alegria ao assassinato de, pelo menos, um criminoso ontem. Não há crime que mais se encaixe na categoria anterior que um assalto com reféns transmitido em directo pelas televisões.

Claro que se a silly season demorar mais umas semanas, em breve teremos reportagens sobre a família chorosa do assaltante no Brasil, a prima a precisar de uma operação urgente às cataratas, a namorada portuguesa com quem ele tinha prometido casar ou o ex-patrão que o descreverá como um homem trabalhador e focado na família. Nessa altura, no dia em que voltarem a ver o assaltante como um ser humano, os portugueses voltarão a estar contra a pena de morte.

João Miranda afirma que os portugueses se orgulham por Portugal ter sido um dos primeiros países a abolir a pena de morte. Isto será parcialmente verdade. Os portugueses discordam com a pena de morte para todos os crimes excepto o crime mediático mais recente. A seu tempo, um referendo teria ditado a pena de morte para Carlos Silvino, Leonor Cipriano ou qualquer um dos presumíveis incendiários no Verão. Não espantam por isso as reacções de alegria ao assassinato de, pelo menos, um criminoso ontem. Não há crime que mais se encaixe na categoria anterior que um assalto com reféns transmitido em directo pelas televisões.

Claro que se a silly season demorar mais umas semanas, em breve teremos reportagens sobre a família chorosa do assaltante no Brasil, a prima a precisar de uma operação urgente às cataratas, a namorada portuguesa com quem ele tinha prometido casar ou o ex-patrão que o descreverá como um homem trabalhador e focado na família. Nessa altura, no dia em que voltarem a ver o assaltante como um ser humano, os portugueses voltarão a estar contra a pena de morte.

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