C-o-m-u-n-i-s-t-a

10-07-2011
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É assim que Vítor Malheiros diz que por cá se vê Paul Krugman, como um c-o-m-u-n-i-s-t-a, cujo nome e opinião o director executivo d’O Público usa para justificar a sua. Isto a propósito das culpas a distribuir pela crise actual. Parece que Krugman diz (e Malheiros concorda) que os que não conseguiram pagar as dívidas que assumiram não têm culpa nenhuma na crise. A culpa é da ganância dos banqueiros.

Quanto a culpas não falta a quê ou a quem acusar mas, o que já me incomoda, é este apelo ao argumento de autoridade envolvendo o nome do Krugman para justificar tudo mais um par de botas. Ora bem, o homem ganhou o Nobel “for his analysis of trade patterns and location of economic activity”. Podiam de vez em quando usar as opiniões de outros, sei lá, do Edward Prescott por exemplo que ganhou o Nobel com Kydland “for their contributions to dynamic macroeconomics: the time consistency of economic policy and the driving forces behind business cycles”, ou do Roberto Barro que, ainda antes dos cinquenta anos, foi candidato ao Nobel e tem mais trabalhos publicados em áreas relacionadas a esta crise que o Paul Krugman. Podiam até, quando falam do “compre português” usar a opinião do próprio Krugman. Porque não? Mas bonito bonito era ler o Vítor Malheiros apoiar-se na autoridade do Gary Becker ou do James Buchanan e escrever que por cá são f-á-s-s-s-i-s-t-a-s.

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É assim que Vítor Malheiros diz que por cá se vê Paul Krugman, como um c-o-m-u-n-i-s-t-a, cujo nome e opinião o director executivo d’O Público usa para justificar a sua. Isto a propósito das culpas a distribuir pela crise actual. Parece que Krugman diz (e Malheiros concorda) que os que não conseguiram pagar as dívidas que assumiram não têm culpa nenhuma na crise. A culpa é da ganância dos banqueiros.

Quanto a culpas não falta a quê ou a quem acusar mas, o que já me incomoda, é este apelo ao argumento de autoridade envolvendo o nome do Krugman para justificar tudo mais um par de botas. Ora bem, o homem ganhou o Nobel “for his analysis of trade patterns and location of economic activity”. Podiam de vez em quando usar as opiniões de outros, sei lá, do Edward Prescott por exemplo que ganhou o Nobel com Kydland “for their contributions to dynamic macroeconomics: the time consistency of economic policy and the driving forces behind business cycles”, ou do Roberto Barro que, ainda antes dos cinquenta anos, foi candidato ao Nobel e tem mais trabalhos publicados em áreas relacionadas a esta crise que o Paul Krugman. Podiam até, quando falam do “compre português” usar a opinião do próprio Krugman. Porque não? Mas bonito bonito era ler o Vítor Malheiros apoiar-se na autoridade do Gary Becker ou do James Buchanan e escrever que por cá são f-á-s-s-s-i-s-t-a-s.

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