Presidenciais 2011 – O Insurgente

29-01-2012
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Agora que Cavaco Silva foi eleito para o seu segundo mandato como Presidente da República, parece haver um número relativamente vasto de pessoas que espera que ele “ponha na linha” o Governo. É uma expectativa que não se compreende. É verdade que, na campanha, Cavaco terá prometido uma “magistratura actuante” (a pessoa responsável por este slogan merecia viver para a eternidade num país governado por José Sócrates), mas nada garante que daí venha algum bem. Aliás, se olharmos para os últimos cinco anos, para o mandato que Cavaco Silva realizou, os únicos sinais que se vislumbram são de que pouco de positivo pode ser esperado. Durante cinco anos, Cavaco Silva viu o Primeiro-Ministro mentir (ao Parlamento, aos cidadãos), ser envolvido em negócios obscuros, ignorar a situação dramática do país, em resumo, arrastar a vida política portuguesa para um lamaçal cada vez menos digno. Durante esses cinco anos, Cavaco parece não ter achado que o “regular funcionamento das instituições” estava ameaçado, parece ter achado que seria melhor manter o Governo no poder do que provocar uma crise política, o que, dado o particular grau de gravidade a que as coisas chegaram, me parece evidenciar pobres faculdades de julgamento. Dirá o leitor que Cavaco apenas manteve o Governo no poder porque estava no seu primeiro mandato, e provocar uma crise política arriscaria a sua recondução no cargo; agora, reeleito, sentir-se-á livre para tomar a opção correcta (aparentemente, é esta a opinião dos dirigentes do PSD, que salivam com a perspectiva de governar de mãos atadas. Cada um tem as manias que tem). A ser verdadeira, não me parece que esta hipótese seja mais abonatória de Cavaco. Entre um presidente com mau julgamento, e um presidente com bom julgamento mas disposto a sacrificar o país em benefício dos seus interesses pessoais, não vejo grande diferença. Seja qual for o verdadeiro “primeiro” Cavaco, não faz antever nada de bom vindo do “segundo”.

Agora que Cavaco Silva foi eleito para o seu segundo mandato como Presidente da República, parece haver um número relativamente vasto de pessoas que espera que ele “ponha na linha” o Governo. É uma expectativa que não se compreende. É verdade que, na campanha, Cavaco terá prometido uma “magistratura actuante” (a pessoa responsável por este slogan merecia viver para a eternidade num país governado por José Sócrates), mas nada garante que daí venha algum bem. Aliás, se olharmos para os últimos cinco anos, para o mandato que Cavaco Silva realizou, os únicos sinais que se vislumbram são de que pouco de positivo pode ser esperado. Durante cinco anos, Cavaco Silva viu o Primeiro-Ministro mentir (ao Parlamento, aos cidadãos), ser envolvido em negócios obscuros, ignorar a situação dramática do país, em resumo, arrastar a vida política portuguesa para um lamaçal cada vez menos digno. Durante esses cinco anos, Cavaco parece não ter achado que o “regular funcionamento das instituições” estava ameaçado, parece ter achado que seria melhor manter o Governo no poder do que provocar uma crise política, o que, dado o particular grau de gravidade a que as coisas chegaram, me parece evidenciar pobres faculdades de julgamento. Dirá o leitor que Cavaco apenas manteve o Governo no poder porque estava no seu primeiro mandato, e provocar uma crise política arriscaria a sua recondução no cargo; agora, reeleito, sentir-se-á livre para tomar a opção correcta (aparentemente, é esta a opinião dos dirigentes do PSD, que salivam com a perspectiva de governar de mãos atadas. Cada um tem as manias que tem). A ser verdadeira, não me parece que esta hipótese seja mais abonatória de Cavaco. Entre um presidente com mau julgamento, e um presidente com bom julgamento mas disposto a sacrificar o país em benefício dos seus interesses pessoais, não vejo grande diferença. Seja qual for o verdadeiro “primeiro” Cavaco, não faz antever nada de bom vindo do “segundo”.

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