Verão Verde: Parlamento aprova comissão para avaliar defesa da floresta

02-07-2011
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Serra do Caldeirão em chamasO Parlamento aprovou por unanimidade um projecto de resolução para a "constituição de uma comissão de acompanhamento e avaliação da política nacional de defesa da floresta contra incêndios".Neste debate, a oposição insistiu em dar prioridade à prevenção, considerada pela deputada do Partido Social Democrata, Ofélia Monteiro, como "o calcanhar de Aquiles do governo" socialista.Esta deputada defendeu também o emparcelamento da propriedade rural e o reforço dos meios na protecção e vigilância das florestas.Por seu lado, o deputado do Partido Socialista, Horácio Antunes, considerou que as prioridades da comissão devem centrar-se no acompanhamento dos projectos de recuperação das áreas ardidas, no melhoramento do estatuto do bombeiro voluntário e em efectuar um balanço das políticas governamentais na "mitigação do flagelo dos incêndios florestais".Para o deputado do Partido Comunista Português, Agostinho Lopes, os incêndios não destroem apenas a floresta portuguesa mas também "o próprio regime democrático, quando se verifica a incapacidade e impotência do poder político para os debelar, como aconteceu nos últimos anos, por inteira responsabilidade de sucessivos governos".A importância da prevenção e do ordenamento florestal, como contraponto à excessiva centragem no combate aos fogos foi salientada pela deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes", seguindo a mesma linha de acção defendida pelas outras bancadas parlamentares.Numa linha diferente, mas complementar, a deputada Alda Macedo, do Bloco de Esquerda lembrou "redução do número de funcionários" dos ministérios do Ambiente e da Agricultura que trabalham no sector florestal.Finalmente, o CDS-Partido Popular, através do deputado Abel Baptista manifestou o apoio à resolução salientando que "a floresta representa a fonte de rendimento para milhares de produtores florestais e agrícolas".A criação de uma comissão neste âmbito é, no entanto, redutora ao centrar-se em aspectos que excluem políticas sustentáveis de desenvolvimento do território e a integração destas nas várias áreas de governação que têm um papel decisivo na recuperação da unidade e do espírito de solidariedade nacional.Observar a problemática dos incêndios com base no próprio fenómeno das suas causas directas e no seu combate é seguir exactamente a mesma linha que tem permitido a destruição da nossa floresta que, tal como muitas outras tragédias nacionais, resulta de uma falta de visão a nível de planeamento e de políticas de desenvolvimento equilibradas e sustentáveis.Enquanto não houver políticas que valorizem o Interior, atraindo novos habitantes, jovens e qualificados, e investimentos significativos, a luta contra os incêndios será sempre perdida, fruto da falta de sustentabilidade da floresta, do abandono das terras e da desertificação de importantes áreas do nosso País.Torna-se absolutamente necessário pensar que País pretendemos ter no futuro e integrar visões e políticas que contribuam para uma maior justiça na distribuição de riqueza e de recursos, de forma a que o combate aos incêndios resulte do próprio desenvolvimento local e não de medidas casuísticas que promovam de forma artificial soluções temporárias, dispendiosas e, no limite, ineficiêntes, que apenas resultam em desperdício de dinheiros públicos.


Serra do Caldeirão em chamasO Parlamento aprovou por unanimidade um projecto de resolução para a "constituição de uma comissão de acompanhamento e avaliação da política nacional de defesa da floresta contra incêndios".Neste debate, a oposição insistiu em dar prioridade à prevenção, considerada pela deputada do Partido Social Democrata, Ofélia Monteiro, como "o calcanhar de Aquiles do governo" socialista.Esta deputada defendeu também o emparcelamento da propriedade rural e o reforço dos meios na protecção e vigilância das florestas.Por seu lado, o deputado do Partido Socialista, Horácio Antunes, considerou que as prioridades da comissão devem centrar-se no acompanhamento dos projectos de recuperação das áreas ardidas, no melhoramento do estatuto do bombeiro voluntário e em efectuar um balanço das políticas governamentais na "mitigação do flagelo dos incêndios florestais".Para o deputado do Partido Comunista Português, Agostinho Lopes, os incêndios não destroem apenas a floresta portuguesa mas também "o próprio regime democrático, quando se verifica a incapacidade e impotência do poder político para os debelar, como aconteceu nos últimos anos, por inteira responsabilidade de sucessivos governos".A importância da prevenção e do ordenamento florestal, como contraponto à excessiva centragem no combate aos fogos foi salientada pela deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista "Os Verdes", seguindo a mesma linha de acção defendida pelas outras bancadas parlamentares.Numa linha diferente, mas complementar, a deputada Alda Macedo, do Bloco de Esquerda lembrou "redução do número de funcionários" dos ministérios do Ambiente e da Agricultura que trabalham no sector florestal.Finalmente, o CDS-Partido Popular, através do deputado Abel Baptista manifestou o apoio à resolução salientando que "a floresta representa a fonte de rendimento para milhares de produtores florestais e agrícolas".A criação de uma comissão neste âmbito é, no entanto, redutora ao centrar-se em aspectos que excluem políticas sustentáveis de desenvolvimento do território e a integração destas nas várias áreas de governação que têm um papel decisivo na recuperação da unidade e do espírito de solidariedade nacional.Observar a problemática dos incêndios com base no próprio fenómeno das suas causas directas e no seu combate é seguir exactamente a mesma linha que tem permitido a destruição da nossa floresta que, tal como muitas outras tragédias nacionais, resulta de uma falta de visão a nível de planeamento e de políticas de desenvolvimento equilibradas e sustentáveis.Enquanto não houver políticas que valorizem o Interior, atraindo novos habitantes, jovens e qualificados, e investimentos significativos, a luta contra os incêndios será sempre perdida, fruto da falta de sustentabilidade da floresta, do abandono das terras e da desertificação de importantes áreas do nosso País.Torna-se absolutamente necessário pensar que País pretendemos ter no futuro e integrar visões e políticas que contribuam para uma maior justiça na distribuição de riqueza e de recursos, de forma a que o combate aos incêndios resulte do próprio desenvolvimento local e não de medidas casuísticas que promovam de forma artificial soluções temporárias, dispendiosas e, no limite, ineficiêntes, que apenas resultam em desperdício de dinheiros públicos.

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