Mais pelo Minho: E a alternativa é… a portagem?

01-07-2011
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Portagens, portagens e mais portagens. É este o cenário que espera, já a partir do próximo dia 1 de Julho, os utilizadores das SCUTS que o Governo resolveu portajar, numa medida que, supostamente, pretende ajudar a combater o buraco criado nas finanças do país, mas que, e aqui é certinho, promete sim criar um buraco ainda maior no bolso dos portugueses que utilizam estas vias. Nas últimas duas semanas, por motivos quer pessoais, quer profissionais, tive de fazer por cinco vezes o percurso entre Paredes de Coura e o Porto. Como o dinheiro não me nasce nos bolsos, é óbvio que escolhi a ligação mais económica e fiz o percurso via A28. Se o fizer a partir de 1 de Julho, cada viagem entre Paredes de Coura e o Porto vai-me custar mais 8.10 euros. Coisa pouca para uma viagem só, mas se pensarmos que só nas deslocações destas últimas semanas teria gasto, em portagens, o suficiente para atestar o depósito de combustível do carro e fazer o mesmo percurso mais duas vezes, então começamos a perceber o impacto desta medida. Mais ainda se, como acontece com milhares de pessoas, as viagens pelas SCUTS que vão ter portagem são uma obrigação para irem trabalhar diariamente. Imagine-se, por exemplo, alguém que tem de ir todos dias de Viana do Castelo para o Porto, chegar ao fim do mês e ver que quase 200 euros ficaram pelo caminho, em portagens. Infelizmente esta situação não vai afectar apenas quem utiliza a A28. Outras SCUT’s, estradas que, por muito que o Governo queira, não têm qualquer alternativa viável, também vão começar a mexer diariamente no bolso dos portugueses que as utilizam. E, aqui a expressão “portugueses que as utilizam” tem ainda mais razão de ser. É que não vai ser fácil obrigar os automobilistas estrangeiros que circulam nessas vias a pagar a portagem, quando o sistema nem sequer para os portugueses é simples. Imagine-se entrar em Portugal por Valença, fazer o percurso até Viana do Castelo sem problemas e depois, ao querer seguir mais para Sul ser confrontado com a obrigatoriedade de se dirigir a uma estação dos CTT para comprar um identificador que, provavelmente, vai utilizar apenas uma vez. Os milhares de espanhóis que todos os fins de semana vêm em romaria para o IKEA até o podem comprar, mas para aquele turista esporádico, que nos visita de vez em quando, o sistema é inviável. Resta falar das alternativas. Das que se colocam aos que não podem pagar o que o Governo exige, e que agora se vêem obrigados a regressar a estradas municipais (sim, que muitos troços das antigas estradas nacionais já foram municipalizados) e, por entre rotundas, semáforos, cruzamentos e passadeiras, fazer no triplo do tempo um percurso que até agora faziam de forma muito mais rápida. Não há alternativas viáveis à A28, todos o sabem, incluindo o Governo. Aliás, há troços das antigas estradas nacionais onde os pesados nem sequer podem circular, o que vai obrigar este tipo de veículos a um constante zigue-zague entre SCUT’s e EN’s. Nada disso parece interessar a um Governo que só vê números à sua frente e que, pelos vistos, parece não querer ficar por aqui e fala já em colocar portagens noutros trajectos que, tal como os que são portajados agora, partilham o facto de não terem qualquer alternativa (veja-se o caso da A25 entre Aveiro e Vilar Formoso). No meio disto tudo ficam regiões que só têm a perder com esta medida governamental. No caso concreto da A28, os municípios já vieram a terreiro lembrar o impacto que a introdução de portagens nas SCUT’s vai ter, quer junto dos seus munícipes, quer junto do tecido empresarial desta zona. O aumento dos custos dos transportes é a face mais visível das consequências desta medida, mas o cenário global vai mais longe e volta a insistir na mesma tecla de sempre: o desrespeito pelas populações destas zonas. No entanto, enquanto alguns autarcas criticaram e já avisaram que vão avançar com medidas cautelares para tentar evitar a consumação desta ideia, outros há que se ficam pelas críticas, vá-se lá saber porquê.


Portagens, portagens e mais portagens. É este o cenário que espera, já a partir do próximo dia 1 de Julho, os utilizadores das SCUTS que o Governo resolveu portajar, numa medida que, supostamente, pretende ajudar a combater o buraco criado nas finanças do país, mas que, e aqui é certinho, promete sim criar um buraco ainda maior no bolso dos portugueses que utilizam estas vias. Nas últimas duas semanas, por motivos quer pessoais, quer profissionais, tive de fazer por cinco vezes o percurso entre Paredes de Coura e o Porto. Como o dinheiro não me nasce nos bolsos, é óbvio que escolhi a ligação mais económica e fiz o percurso via A28. Se o fizer a partir de 1 de Julho, cada viagem entre Paredes de Coura e o Porto vai-me custar mais 8.10 euros. Coisa pouca para uma viagem só, mas se pensarmos que só nas deslocações destas últimas semanas teria gasto, em portagens, o suficiente para atestar o depósito de combustível do carro e fazer o mesmo percurso mais duas vezes, então começamos a perceber o impacto desta medida. Mais ainda se, como acontece com milhares de pessoas, as viagens pelas SCUTS que vão ter portagem são uma obrigação para irem trabalhar diariamente. Imagine-se, por exemplo, alguém que tem de ir todos dias de Viana do Castelo para o Porto, chegar ao fim do mês e ver que quase 200 euros ficaram pelo caminho, em portagens. Infelizmente esta situação não vai afectar apenas quem utiliza a A28. Outras SCUT’s, estradas que, por muito que o Governo queira, não têm qualquer alternativa viável, também vão começar a mexer diariamente no bolso dos portugueses que as utilizam. E, aqui a expressão “portugueses que as utilizam” tem ainda mais razão de ser. É que não vai ser fácil obrigar os automobilistas estrangeiros que circulam nessas vias a pagar a portagem, quando o sistema nem sequer para os portugueses é simples. Imagine-se entrar em Portugal por Valença, fazer o percurso até Viana do Castelo sem problemas e depois, ao querer seguir mais para Sul ser confrontado com a obrigatoriedade de se dirigir a uma estação dos CTT para comprar um identificador que, provavelmente, vai utilizar apenas uma vez. Os milhares de espanhóis que todos os fins de semana vêm em romaria para o IKEA até o podem comprar, mas para aquele turista esporádico, que nos visita de vez em quando, o sistema é inviável. Resta falar das alternativas. Das que se colocam aos que não podem pagar o que o Governo exige, e que agora se vêem obrigados a regressar a estradas municipais (sim, que muitos troços das antigas estradas nacionais já foram municipalizados) e, por entre rotundas, semáforos, cruzamentos e passadeiras, fazer no triplo do tempo um percurso que até agora faziam de forma muito mais rápida. Não há alternativas viáveis à A28, todos o sabem, incluindo o Governo. Aliás, há troços das antigas estradas nacionais onde os pesados nem sequer podem circular, o que vai obrigar este tipo de veículos a um constante zigue-zague entre SCUT’s e EN’s. Nada disso parece interessar a um Governo que só vê números à sua frente e que, pelos vistos, parece não querer ficar por aqui e fala já em colocar portagens noutros trajectos que, tal como os que são portajados agora, partilham o facto de não terem qualquer alternativa (veja-se o caso da A25 entre Aveiro e Vilar Formoso). No meio disto tudo ficam regiões que só têm a perder com esta medida governamental. No caso concreto da A28, os municípios já vieram a terreiro lembrar o impacto que a introdução de portagens nas SCUT’s vai ter, quer junto dos seus munícipes, quer junto do tecido empresarial desta zona. O aumento dos custos dos transportes é a face mais visível das consequências desta medida, mas o cenário global vai mais longe e volta a insistir na mesma tecla de sempre: o desrespeito pelas populações destas zonas. No entanto, enquanto alguns autarcas criticaram e já avisaram que vão avançar com medidas cautelares para tentar evitar a consumação desta ideia, outros há que se ficam pelas críticas, vá-se lá saber porquê.

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