Esquerda tenta moção de censura a Juncker
Luís Reis Pires
15:00
Parlamento Europeu debate hoje escândalo do Luxleaks. Ao Económico, a deputada socialista Ana Gomes recusa cenário de demissão de Juncker.
A Esquerda Unida vai hoje tentar reunir apoio para avançar com uma moção de censura a Jean-Claude Juncker, na sequência do escândalo Luxleaks. Os eurodeputados do grupo a que pertencem Marisa Matias, pelo Bloco de Esquerda, e João Ferreira, pelo PCP, já estão a recolher assinaturas para levar a iniciativa avante, mas não deverão contar, para já, com o apoio da família socialista, pelo que a moção dificilmente terá sucesso.
"Não alinhamos em pedidos de demissão, porque a demissão de Juncker agora seria extremamente negativa", diz ao Económico Ana Gomes. A eurodeputada pelo PS lembra que tal iria "paralisar a Europa", mas quer que Juncker "dê a cara" no Parlamento até ao fim do mês. E pede apoio da Comissão para combater os paraísos fiscais na Europa, frisando que o Luxemburgo "não é o único".
O escândalo de evasão fiscal rebentou na passada quinta-feira: Juncker terá estado envolvido, enquanto líder do governo do Luxemburgo, no envio de "cartas de conforto" do Estado luxemburguês a 343 multinacionais que distribuíram os seus lucros através do país, fugindo aos impostos.
Apesar de altamente questionável de um ponto de vista ético, o esquema - que terá lesado a União Europeia em milhares de milhões de euros - é legal ao abrigo da legislação luxemburguesa. Legislação essa que Juncker sempre protegeu das investidas de Bruxelas para que fosse alterada.
É a própria Comissão que está a investigar o caso - enquanto ajudas estatais - através da comissária para a Concorrência, a dinamarquesa Margrethe Vestager. A comissária assegurou ontem aos eurodeputados que tem "carta branca" para investigar, mas é difícil não pensar em conflitos de interesses.
Os eurodeputados chamaram Juncker ao Parlamento para a sessão de hoje, que vai debater o caso, mas este recusou.
Conteúdo publicado no Económico à Uma. Subscreva aqui.
Categorias
Entidades
Esquerda tenta moção de censura a Juncker
Luís Reis Pires
15:00
Parlamento Europeu debate hoje escândalo do Luxleaks. Ao Económico, a deputada socialista Ana Gomes recusa cenário de demissão de Juncker.
A Esquerda Unida vai hoje tentar reunir apoio para avançar com uma moção de censura a Jean-Claude Juncker, na sequência do escândalo Luxleaks. Os eurodeputados do grupo a que pertencem Marisa Matias, pelo Bloco de Esquerda, e João Ferreira, pelo PCP, já estão a recolher assinaturas para levar a iniciativa avante, mas não deverão contar, para já, com o apoio da família socialista, pelo que a moção dificilmente terá sucesso.
"Não alinhamos em pedidos de demissão, porque a demissão de Juncker agora seria extremamente negativa", diz ao Económico Ana Gomes. A eurodeputada pelo PS lembra que tal iria "paralisar a Europa", mas quer que Juncker "dê a cara" no Parlamento até ao fim do mês. E pede apoio da Comissão para combater os paraísos fiscais na Europa, frisando que o Luxemburgo "não é o único".
O escândalo de evasão fiscal rebentou na passada quinta-feira: Juncker terá estado envolvido, enquanto líder do governo do Luxemburgo, no envio de "cartas de conforto" do Estado luxemburguês a 343 multinacionais que distribuíram os seus lucros através do país, fugindo aos impostos.
Apesar de altamente questionável de um ponto de vista ético, o esquema - que terá lesado a União Europeia em milhares de milhões de euros - é legal ao abrigo da legislação luxemburguesa. Legislação essa que Juncker sempre protegeu das investidas de Bruxelas para que fosse alterada.
É a própria Comissão que está a investigar o caso - enquanto ajudas estatais - através da comissária para a Concorrência, a dinamarquesa Margrethe Vestager. A comissária assegurou ontem aos eurodeputados que tem "carta branca" para investigar, mas é difícil não pensar em conflitos de interesses.
Os eurodeputados chamaram Juncker ao Parlamento para a sessão de hoje, que vai debater o caso, mas este recusou.
Conteúdo publicado no Económico à Uma. Subscreva aqui.