O anti-semita e o filho da puta

10-07-2011
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Paisagem palestiniana (1): o olival

Paisagem palestiniana (2): um olival arrasado por “razões de segurança”

1.

Citei há pouco um blogue racista, de delação e propaganda baixa (veja-se agora lá, por exemplo, o post “Contrastes em photos: valeurs d’ Israël et valeurs de Gaza”, onde aparecem lindíssimas escolas israelitas em contraponto a crianças de Gaza vestidas com o verde do Hamas e uma metralhadora de plástico ao pescoço, ou praias de Tel Aviv em contraponto à s de Gaza!!!!), blogue de nome “Philosémitisme” que me citava sem nexo, em forma de denúncia pela denúncia e sem argumentos críticos nenhuns. Não sei como, de mim sabiam cargos e profissões. Esse blogue apresenta-se assim: “Ce site est dédié aux millions d’Européens qui, malgré d’incessantes campagnes de désinformation, ne croient pas que les Juifs ne sont capables que du pire; ne dissimulent pas leur antisémitisme dans le langage de l’antisionisme; et savent qu’Israël représente ce qu’il y a de meilleur dans une démocratie”.

Repare-se agora na primeira e última frase: esta diz ser Israel o representante do que há de melhor numa democracia – aqui, não comento (não, não vale a pena voltar ao assunto dos “direitos” dos árabes israelitas, por exemplo); a primeira diz ser o blogue dedicado aos que não consideram os judeus o pior do mundo. Esta frase é uma mentira total, pois nada se diz lá sobre Israel: aquilo é apenas um lugar de denúncia de textos críticos e de seus autores, nada mais. Absolutamente nada mais!

2.

Escrevi um post, entre outros posts, em que questionava a “naturalidade” (um pouco à maneira de Derrida, judeu, filósofo da desconstrução, processo teórico que sempre pretendeu criticar a “naturalização” do que é de ordem sobretudo cultural ou de “coisa construída” ou “em construção”), questionava eu a “naturalidade” do estado de Israel. Quer dizer, e passar disto ou deturpar isto é ser um abjecto filho da puta: questionar a existência ou questionar as iniciativas políticas e militares, neste caso de Israel, é tomar posições NUNCA RÁCICAS, mas POLÍTICAS.

Repito, para o sr. Correia do blogue “Delito de Opinião”: questionar a entidade “Estado” ou as “políticas” e “acções militares” de um estado, seja ele qual for (SEJA ELE QUAL FOR!, Israel ou Espanha) é questionar ou posicionar-me politicamente. O abjecto filho da puta é aquele que confunde “política” com “racismo”, crítica do “estado de Israel” com “anti-semitismo”. Estudar ou criticar um Estado é apenas estudar e criticar uma entidade política. Atenção, sr. Correia, há limites para a desinteligência e indecência.

E eu estou atento.

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Paisagem palestiniana (1): o olival

Paisagem palestiniana (2): um olival arrasado por “razões de segurança”

1.

Citei há pouco um blogue racista, de delação e propaganda baixa (veja-se agora lá, por exemplo, o post “Contrastes em photos: valeurs d’ Israël et valeurs de Gaza”, onde aparecem lindíssimas escolas israelitas em contraponto a crianças de Gaza vestidas com o verde do Hamas e uma metralhadora de plástico ao pescoço, ou praias de Tel Aviv em contraponto à s de Gaza!!!!), blogue de nome “Philosémitisme” que me citava sem nexo, em forma de denúncia pela denúncia e sem argumentos críticos nenhuns. Não sei como, de mim sabiam cargos e profissões. Esse blogue apresenta-se assim: “Ce site est dédié aux millions d’Européens qui, malgré d’incessantes campagnes de désinformation, ne croient pas que les Juifs ne sont capables que du pire; ne dissimulent pas leur antisémitisme dans le langage de l’antisionisme; et savent qu’Israël représente ce qu’il y a de meilleur dans une démocratie”.

Repare-se agora na primeira e última frase: esta diz ser Israel o representante do que há de melhor numa democracia – aqui, não comento (não, não vale a pena voltar ao assunto dos “direitos” dos árabes israelitas, por exemplo); a primeira diz ser o blogue dedicado aos que não consideram os judeus o pior do mundo. Esta frase é uma mentira total, pois nada se diz lá sobre Israel: aquilo é apenas um lugar de denúncia de textos críticos e de seus autores, nada mais. Absolutamente nada mais!

2.

Escrevi um post, entre outros posts, em que questionava a “naturalidade” (um pouco à maneira de Derrida, judeu, filósofo da desconstrução, processo teórico que sempre pretendeu criticar a “naturalização” do que é de ordem sobretudo cultural ou de “coisa construída” ou “em construção”), questionava eu a “naturalidade” do estado de Israel. Quer dizer, e passar disto ou deturpar isto é ser um abjecto filho da puta: questionar a existência ou questionar as iniciativas políticas e militares, neste caso de Israel, é tomar posições NUNCA RÁCICAS, mas POLÍTICAS.

Repito, para o sr. Correia do blogue “Delito de Opinião”: questionar a entidade “Estado” ou as “políticas” e “acções militares” de um estado, seja ele qual for (SEJA ELE QUAL FOR!, Israel ou Espanha) é questionar ou posicionar-me politicamente. O abjecto filho da puta é aquele que confunde “política” com “racismo”, crítica do “estado de Israel” com “anti-semitismo”. Estudar ou criticar um Estado é apenas estudar e criticar uma entidade política. Atenção, sr. Correia, há limites para a desinteligência e indecência.

E eu estou atento.

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