Tempus fugit

30-01-2012
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Os relógios não são os únicos cronómetros do tempo que passa, constato eu quando, de férias em Portugal, entretenho a espera no cabelereiro a folhear a Caras sem reconhecer uma única cara dos “famous for being famous” – tirando a sempiterna Lili Caneças, que já inquinava as revistas da beautiful people quando deixei o país, vai para 10 anos. É nessas romarias à pátria que percebo que sim, o tempo foge, e foge irreversivelmente. Por isso, quando vi Couto dos Santos e Deus Pinheiro nas listas do PSD para as próximas legislativas, senti-me rejuvenescer 15, 18 anos, ó Coimbra dos amores & da luta anti-propinas, a mantinha-roubada-que-afinal-não-foi-roubada, a malta aos gritos de “Não pagamos, não pa-ga-mos!” a desaguar em massa em Santa Apolónia, quais Lenines de batina, o cavaquismo a esboroar-se, meus ricos 20 anos. “Couto dos Santos”, repito, saboreando o nome como quem reencontra, inteiro e doce, o gosto perdido de uma madeleine.

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Os relógios não são os únicos cronómetros do tempo que passa, constato eu quando, de férias em Portugal, entretenho a espera no cabelereiro a folhear a Caras sem reconhecer uma única cara dos “famous for being famous” – tirando a sempiterna Lili Caneças, que já inquinava as revistas da beautiful people quando deixei o país, vai para 10 anos. É nessas romarias à pátria que percebo que sim, o tempo foge, e foge irreversivelmente. Por isso, quando vi Couto dos Santos e Deus Pinheiro nas listas do PSD para as próximas legislativas, senti-me rejuvenescer 15, 18 anos, ó Coimbra dos amores & da luta anti-propinas, a mantinha-roubada-que-afinal-não-foi-roubada, a malta aos gritos de “Não pagamos, não pa-ga-mos!” a desaguar em massa em Santa Apolónia, quais Lenines de batina, o cavaquismo a esboroar-se, meus ricos 20 anos. “Couto dos Santos”, repito, saboreando o nome como quem reencontra, inteiro e doce, o gosto perdido de uma madeleine.

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