E as autárquicas não mudaram nada. A coligação até sobe

14-10-2015
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Ao contrário do que a maioria dos analistas e comentadores pretendia antever, as eleições autárquicas não aparentam ter qualquer efeito nacional. Digo isto porque a última sondagem, hoje publicada no Expresso e ontem divulgada pela SIC (a ficha técnica está disponível aqui), demonstra que o PS, mantendo-se à frente, não descola, que o PSD e o CDS aumentam, até, ligeiramente os votos, que o PCP tem os seus fiéis e que o Bloco continua na interminável tendência para o haraquiri.

Comentadores mais ligados à esquerda, como Rui Tavares ou Daniel Oliveira, sustentam que a culpa desta situação é da própria incapacidade de a esquerda se unir. Por mim, acho que uma viragem à esquerda do PS seria pior para os socialistas e para o país e que uma recentragem do Bloco lhe retiraria a razão de existir.

Na verdade, as coisas não mudam, ou mudam menos do que pensamos, porque ninguém vê uma alternativa credível ao atual estado de coisas. Se o que se passa é mau para a grande maioria dos eleitores, eles não se mobilizam porquê?

Esta não é a conversa do "não há alternativa" para esta política. É algo mais profundo e mais difícil de exprimir. Os eleitores perderam a confiança nas promessas (como não podia deixar de ser) e percebem estar perante um modelo político e social que se desmorona aos poucos. Reagir com sucesso requereria a reforma do Estado que Portas disse que faria mas não faz e a reforma da política, que nenhum partido verdadeiramente pretende, talvez por medo de perder a posiçãozinha que, ainda assim, consegue.

A degradação continua. E se em 2015 (já não falo das Europeias, porque essas são à parte) andarmos uma vez mais a lamentar a elevada abstenção, ninguém se admire. É apenas porque tudo continua na mesma e cada vez menos decidirão por todos.

Twitter:@HenriquMonteiro https://twitter.com/HenriquMonteiro Facebook:http://www.facebook.com/pages/Henrique-Monteiro/122751817808469?ref=hl

Ao contrário do que a maioria dos analistas e comentadores pretendia antever, as eleições autárquicas não aparentam ter qualquer efeito nacional. Digo isto porque a última sondagem, hoje publicada no Expresso e ontem divulgada pela SIC (a ficha técnica está disponível aqui), demonstra que o PS, mantendo-se à frente, não descola, que o PSD e o CDS aumentam, até, ligeiramente os votos, que o PCP tem os seus fiéis e que o Bloco continua na interminável tendência para o haraquiri.

Comentadores mais ligados à esquerda, como Rui Tavares ou Daniel Oliveira, sustentam que a culpa desta situação é da própria incapacidade de a esquerda se unir. Por mim, acho que uma viragem à esquerda do PS seria pior para os socialistas e para o país e que uma recentragem do Bloco lhe retiraria a razão de existir.

Na verdade, as coisas não mudam, ou mudam menos do que pensamos, porque ninguém vê uma alternativa credível ao atual estado de coisas. Se o que se passa é mau para a grande maioria dos eleitores, eles não se mobilizam porquê?

Esta não é a conversa do "não há alternativa" para esta política. É algo mais profundo e mais difícil de exprimir. Os eleitores perderam a confiança nas promessas (como não podia deixar de ser) e percebem estar perante um modelo político e social que se desmorona aos poucos. Reagir com sucesso requereria a reforma do Estado que Portas disse que faria mas não faz e a reforma da política, que nenhum partido verdadeiramente pretende, talvez por medo de perder a posiçãozinha que, ainda assim, consegue.

A degradação continua. E se em 2015 (já não falo das Europeias, porque essas são à parte) andarmos uma vez mais a lamentar a elevada abstenção, ninguém se admire. É apenas porque tudo continua na mesma e cada vez menos decidirão por todos.

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