O Grande Zoo: AVISO DE TEMPESTADE

01-07-2011
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Pode ver-se acima um quadro comparativo das sondagens da Marktest difundidas nos últimos meses. Ele pode contribuir para que se fique com uma ideia mais clara do significado político da sondagem hoje divulgada, cujos trabalhos de campo foram feitos entre 19 e 24 de outubro. Ela mostra um PSD com 42%, ou seja, com 17 % de vantagem sobre o PS no que diz respeito a inteções de voto. Um PSD que juntamente com o CDS poderia constituir uma folgada maioria parlamentar de direita, se as eleições tivessem sido no passado dia 24. O PS está abaixo do desastroso nível atingido nas eleições europeias de 2009, ao ficar-se pelos 25 % das inteções de voto. O BE é terceira força com 10%; a CDU e o CDS estão praticamente empatados com 8,3% e 8%, respectivamente. Se forem comparados os resultados desta sondagem com os de uma anterior da mesma agência ( trabalhos de campo de 14 a 17 de Setembro ), verifica-se que o PS desceu quase 11%, tendo os partidos de direita subido em conjunto 5,3 % ( 4% vindos do PSD; 1,3% do CDS) e os outros partidos de esquerda também 5,3 % ( 3,5% vindos do BE e 1,8 % da CDU ). A comparação destas quatro sondagens durante um período fértil em acontecimentos, com aguda conflitualidade política, crescente mal-estar social e dramática instabilidade económica mostra alguma flutuação no nível de desgaste eleitoral do PS, sendo certo que ela existe e apenas incerto o seu grau. Na sondagem mais antiga e na mais recente, a direita teria maioria parlamentar, chegando o PSD, por si só, à maioria absoluta na primeira e aproximando-se dela na mais recente. O conjunto da oposição de esquerda atinge nesta sondagem os 18,3 % ( 10 % do BE e 8,3% da CDU). Ou seja, o PS perde eleitorado para a direita e para a esquerda, mas o que perde para a direita é suficiente para esta chegar à maioria; o que perde para a oposição de esquerda não é suficiente para que esta se aproxime sequer da possibilidade de se constituir, por si só, como alternativa de Governo. Será prudente não esquecer as flutuações de resultados ao longo destes últimos meses nos sondagens da Marktest e lembrar que as outras empresas de sondagens costumam apresentar resultados menos desfavoráveis ao PS do que os dela. No entanto, seria pura cegueira política desconsiderar a sondagem ontem saída. Ela sublinha o risco de uma futura hecatombe eleitoral para o PS, de uma cisão entre o PS e uma parte do seu eleitorado que pode ser duradoura. O contexto sócio-económico nacional e internacional, a anemia política dos partidos europeus da Internacional Socialista, a sofreguidão com que os poderes fácticos dominantes e a direita política europeia sugam a riqueza produzida pelos povos que dominam, tornam a luta política cada vez mais árdua. E fazem-no em tal grau que vai ficando claro que, sem mudanças estratégicas radicais , sem um sobressalto de unidade e de inteligência colectiva do povo de esquerda e dos partidos que nele têm raízes, corremos o risco de uma prolongada agonia política sob a égide institucional dos autómatos neoliberais que os poderes financeiros internacionais irão teleguiar com bonomia e cinismo.


Pode ver-se acima um quadro comparativo das sondagens da Marktest difundidas nos últimos meses. Ele pode contribuir para que se fique com uma ideia mais clara do significado político da sondagem hoje divulgada, cujos trabalhos de campo foram feitos entre 19 e 24 de outubro. Ela mostra um PSD com 42%, ou seja, com 17 % de vantagem sobre o PS no que diz respeito a inteções de voto. Um PSD que juntamente com o CDS poderia constituir uma folgada maioria parlamentar de direita, se as eleições tivessem sido no passado dia 24. O PS está abaixo do desastroso nível atingido nas eleições europeias de 2009, ao ficar-se pelos 25 % das inteções de voto. O BE é terceira força com 10%; a CDU e o CDS estão praticamente empatados com 8,3% e 8%, respectivamente. Se forem comparados os resultados desta sondagem com os de uma anterior da mesma agência ( trabalhos de campo de 14 a 17 de Setembro ), verifica-se que o PS desceu quase 11%, tendo os partidos de direita subido em conjunto 5,3 % ( 4% vindos do PSD; 1,3% do CDS) e os outros partidos de esquerda também 5,3 % ( 3,5% vindos do BE e 1,8 % da CDU ). A comparação destas quatro sondagens durante um período fértil em acontecimentos, com aguda conflitualidade política, crescente mal-estar social e dramática instabilidade económica mostra alguma flutuação no nível de desgaste eleitoral do PS, sendo certo que ela existe e apenas incerto o seu grau. Na sondagem mais antiga e na mais recente, a direita teria maioria parlamentar, chegando o PSD, por si só, à maioria absoluta na primeira e aproximando-se dela na mais recente. O conjunto da oposição de esquerda atinge nesta sondagem os 18,3 % ( 10 % do BE e 8,3% da CDU). Ou seja, o PS perde eleitorado para a direita e para a esquerda, mas o que perde para a direita é suficiente para esta chegar à maioria; o que perde para a oposição de esquerda não é suficiente para que esta se aproxime sequer da possibilidade de se constituir, por si só, como alternativa de Governo. Será prudente não esquecer as flutuações de resultados ao longo destes últimos meses nos sondagens da Marktest e lembrar que as outras empresas de sondagens costumam apresentar resultados menos desfavoráveis ao PS do que os dela. No entanto, seria pura cegueira política desconsiderar a sondagem ontem saída. Ela sublinha o risco de uma futura hecatombe eleitoral para o PS, de uma cisão entre o PS e uma parte do seu eleitorado que pode ser duradoura. O contexto sócio-económico nacional e internacional, a anemia política dos partidos europeus da Internacional Socialista, a sofreguidão com que os poderes fácticos dominantes e a direita política europeia sugam a riqueza produzida pelos povos que dominam, tornam a luta política cada vez mais árdua. E fazem-no em tal grau que vai ficando claro que, sem mudanças estratégicas radicais , sem um sobressalto de unidade e de inteligência colectiva do povo de esquerda e dos partidos que nele têm raízes, corremos o risco de uma prolongada agonia política sob a égide institucional dos autómatos neoliberais que os poderes financeiros internacionais irão teleguiar com bonomia e cinismo.

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