Spectrum: agosto 2007 Arquivos

02-12-2014
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Depois é que percebi que não estávamos a 13 de Maio. Espremi o frasco de mostarda, pedi o JN ao guarda Abel e mergulhei na leitura das últimas notícias sobre Maddie.

Publicado por [Renegade] às 05:52 PM | Comentários (5)

Foi finalmente realizado o investimento que se impunha para a segurança rodoviária

'Kits' da droga apanham nove no primeiro dia

Publicado por [Saboteur] às 01:25 PM | Comentários (6)

agosto 14, 2007

Sacco e Vanzetti

O Esquerda.net contém um dossier acerca da execução dos dois anarquistas italianos, Sacco e Vanzetti, em 1927.

O artigo de Howard Ziinn documenta o ambiente de histeria reaccionária e nacionalista em que foram executados.

Realce para o facto de, tendo sido acusados de um roubo e assassinato que, tudo o indica, não cometeram, Sacco e Vanzetti não eram em todo o caso duas almas generosas adeptas do pacifismo, do vegetarianismo e e da meditação. Estavam associados ou simpatizavam com um conjunto de anarquistas de origem italiana agrupados em torno do jornal «Cronaca sovversiva», que respondia com armas e bombas à repressão de que eram alvo os trabalhadores imigrantes, eram adeptos da violência revolucionária e da utilização de métodos de sabotagem e destruição no contexto da luta de classes. Não pretendiam ser tratados como vítimas passivas nem concebiam a sua situação social (um fabricava sapatos o outro vendia peixe) como uma fatalidade perante a qual se devessem resignar. Eram a imagem da alteridade: emigrantes vindos da periferia para o centro, proletários, anti-militaristas, internacionalistas e revolucionários. Exactamente aquilo que fazia deles uma imagem da modernidade.

Por alguma razão a imagem predominante dos italianos nos EUA tornou-se a da Máfia, uma instituição arcaica, altamente hierarquizada, típica do antigo regime.

De alguma maneira, torna-se claro que a adaptação da Mafia ao terreno social norte-americano foi muito mais fácil e natural do que a dos movimentos mais ou menos anti-capitalistas que, nos porões de navios lotados, fizeram com ela o mesmo percurso através do atlântico. O que não deixa de clarificar a natureza das relações sociais dominantes nesse terra dos livres e país dos corajosos.

Ainda Benjamin (Tese VII): "Todo aquele que domina é sempre herdeiro de todos os vencedores."

Quando Vanzetti foi preso, tinha um panfleto no seu bolso que anunciava um encontro dali a cinco dias. É um panfleto que podia ser distribuído hoje, em qualquer sítio do mundo, tão certo nos nossos dias como o era no dia da sua prisão. Declarava:

"Vocês combateram todas as guerras. Vocês trabalharam para todos os capitalistas. Vocês viajaram por todos os países. Colheram os frutos do vosso trabalho, o valor das vossas vitórias? O passado consola-vos? O presente sorri-vos? O futuro promete-vos alguma coisa? Encontraram um pedaço de terra em que possam viver como seres humanos e morrer como seres humanos? Sobre estas perguntas, sobre esta discussão, sobre este tema, a luta pela existência, falará Bartolomeo Vanzetti."

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:34 PM | Comentários (3)

agosto 13, 2007

Dedo, mão e braço na ferida

Tuesday, June 05, 2007

O Balanço da Convenção - o que ninguém reflecte

Para balanços oficiais e análises profundas, outros peditórios andarão por aí já feitos ou por fazer. A "Esquerda Comunista" põe apenas o dedo na surpreendente ferida.

Facto extraordinário da Convenção, apenas sussurrado secundariamente pelos vários vencedores (todos ganharam...), foi que dos 615, apenas 384 votaram nas moções de orientação política!

Se fossem meia-dúzia a baldar-se... percebia-se! Há sempre um baptizado, um filho numa peça de teatro, um imprevisto qualquer, mas mais de 200!!! Cerca de 1/3 dos delegados, nem sequer estava presente no plenário à hora da votação sobre as linhas políticas com que o Bloco se cozerá nos próximos dois anos. Problemas de bexiga?

Dizem-me e repito - dizem-me! pois não vejo esses número publicado no www.esquerda.net que, ainda assim, para a eleição da Mesa Nacional votaram 541 delegados. A ser assim - a ser assim... - apetece responder que

a escolha dos caminhos políticos do partido para os próximos 2 anos não é nada comparada com a escolha dos chefes!

Todavia, é fácil de imaginar: para a escolha da direcção as urnas funcionaram durante várias horas ao longo dos 2 dias... Dava para descarregar o voto, dar um pulo ao plenário, dois dedos de conversa e seguir para a praia... Terá sido?

Digam o que disserem, esta "balda generalizada" expressa, de modo ilustre, o fraco nível de consciência política do conjunto da militância bloquista. Mas com 3 ou 4 reuniões por concelhia e por ano, que mais se poderia esperar? Uma vanguarda esclarecida? Muito há por fazer. Na Esquerda Comunista, estamos cá para isso.

Posted by Rui Faustino

Publicado por [Rick Dangerous] às 08:28 PM | Comentários (7)

o novinho

O Eduardo Prado Coelho deu-te uma porrada muito grande no Diário de Lisboa, num texto que escreveu sobre Crítica de Circunstância, o primeiro livro do Luiz Pacheco...

Esse paneleiro de m**** disse que o livro tinha graça mas que não continha uma única ideia, ou seja, o Luiz Pacheco não tem ideias... Ora se isso é verdade então o problema, a culpa é da família dele... É que eu já aturei 3 gerações de Prados Coelho. O avô no Liceu Camões, por sinal fui o melhor aluno dele, mas pelos vistos não assimilei nenhuma ideia dele. Do que li do Jacinto encontrei algumas ideias mas não me devem ter entrado na pinha. Este, o novinho, tem ideias mas são francesas.

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:52 PM | Comentários (8)

Tony Wilson (1950-2007)

No life at all in the house of dolls. No love lost.

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:36 PM | Comentários (1)

«Já foi»

Isto agora aqui são os últimos dia do condenado. Aqui a lei é morrer devagar. Está uma a morrer ali, ou já morreu, não sei, estou eu a morrer aqui, está outra a morrer ali... A ver quem morre primeiro “Já foi”, é o que dizem quando alguém morre. Agora já sei o que vão dizer quando eu morrer, estes caralhos.

Entrevista a Luiz Pacheco

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:23 PM | Comentários (1)

Como espectros

Há, em Torre Bela, um inesquecível momento em que os trabalhadores rurais do Ribatejo parecem dialogar, para lá dos portões da morte e do esquecimento, com Walter Benjamin. A filosofia da história torna-se então um fio vermelho que confere aos actos do presente uma outra dimensão. Nos rostos curtidos da primavera de 1975 projectam-se imagens dos mortos que, como espectros, pairam sobre os acontecimentos.

Com um megafone, Wilson, o homem que fuma cigarros atrás de cigarros, ex-emigrado em França, ex-preso por ter assaltado um banco, «um homem do povo» (como ele próprio se descreve), convoca o ódio de classe para o plenário e os trabalhadores rurais deixam de estar apenas a lutar contra o desemprego ou pela democracia. Fala-lhes do Duque de Lafões cuja propriedade se ocupa, e relembra a exploração secular que deu origem à prosperidade testemunhada. Ressuscita as gerações de camponeses oprimidos e esfomeados, antepassados ilustres de camponeses oprimidos e esfomeados.

E convoca-os para fazer pender a balança a favor da ocupação selvagem. Não se trata já de um futuro radioso a construir mas, antes de mais nada, de um passado a vingar, um ajuste de contas inadiável, um ódio no peito que não deixa respirar. O passado torna-se então uma barricada que tudo clarifica - a acumulação primitiva, o trabalho assalariado, a mercadoria, a violência, a propriedade. O presente está nas mãos do inimigo, que detém todas as armas e espera o melhor momento para as utilizar. Torna-se então necessário criar um estado de excepção, um movimento real que supere o presente estado de coisas. Torna-se necessária a revolução, o «aqui-e-agora concreto» em que os campos se afrontam e se toma em mãos o próprio destino.

Diz Benjamin, na XII das suas «Teses sobre a Filosofia da História«:

"O sujeito do saber histórico é a classe combatente, a própria classe oprimida. Em Marx ela apresenta-se como a última classe submetida, a classe vingadora que, em nome das gerações vencidas, leva até ao fim a obra de libertação. Esta consciência, que por um curto espaço de tempo readquiriu vigor no Spartakismo, foi sempre considerada inconveniente aos olhos da social-democracia. Em três decénios ela quase conseguiu apagar o nome de Blanqui, cuja voz de bronze tinha abalado o século XIX. Agrada-lhe atribuir à classe operária o papel de libertadora das gerações por vir. Ao fazê-lo debilita as suas melhores forças. Numa tal escola a classe operária desaprende, em conjunto, o ódio e a vontade de sacrifício. Porque um e outro alimentam-se da imagem dos antepassados submetidos, e de modo nenhum do ideal dos filhos libertados."

Publicado por [Rick Dangerous] às 03:13 PM | Comentários (2)

agosto 10, 2007

Your own personal jesus

Jesus esclareceu ainda o que disse a Schuster no final do jogo com o Real Madrid. “Entendeu que a nossa equipa foi defensiva, mas viu outro jogo. Fomos mais equipa a jogar contra os melhores do mundo. Com os jogadores que o Real Madrid tem, é preciso jogar mais. Se não o faz, o problema é do treinador. Com os jogadores dele, dava-lhe 3-0 a acabar aos cinco”, garantiu.

Via Hotel Lisboa

Publicado por [Rick Dangerous] às 07:57 PM | Comentários (2)

Bons artigos no Le Monde diplomatique

Refiro-me, obviamente, ao editorial de Ignacio Ramonet sobre Hugo Chávez (disponível no site do Le Monde diplo) e do artigo de Ricardo Noronha, «A banca ao serviço do povo. Do 25 de Abril às nacionalizações». (não disponível on-line, provavelmente porque o autor exigia direitos demasiado elevados para a pobre cooperativa que edita o jornal)

Publicado por [Saboteur] às 04:08 PM | Comentários (3)

agosto 09, 2007

Aparatchik x 3

Na página do Bloco, três artigos de opinião acerca do acordo em Lisboa. Todos de membros da direcção (dois do secretariado e o coordenador autárquico de Lisboa) a favor do acordo. Consta que a indignação dos militantes está ao rubro. Mas é dentro de casa. Para fora, sentadinhos e caladinhos.

Já agora destaco a opinião de Miguel Portas, que como sempre se destaca pela sua mediocridade iintelectual e estilo rasteiro: Há muito, mais precisamente desde que o Bloco nasceu, que Francisco Martins Rodrigues prevê o "inevitável". E há oito anos que a previsão se engana. Agora insiste. E assim o continuará a fazer pelos anos vindouros. Sem novidade, portanto. Uma só dúvida assalta o meu espírito: a palavra "sonho". Se este é o que a presciente Política Operária descreve, porque haveríamos de andar a "perder tempo" no BE?...

Em 2001 Portas concorreu sozinho em Lisboa contra uma coligação do PS e do PCP que estava inequivocamente à esquerda de António Costa. Na altura parecia-lhe inconcebível uma aliança. Agora parece-lhe a coisa mais natural do mundo. A coligação perdeu por 800 votos, Miguel Portas obteve alguns milhares e não foi eleito (parece-me razoável sugerir que Santana Lopes terá lucrado com a situação).

Resumindo, a aliança que há 6 anos era inaceitável tornou-se agora a melhor solução para a cidade. Mas as previsões de Francisco Martins Rodrigues é que estão enganadas. Há verdades que fazem comichão. Miguel Portas deve estar com sarna.

Publicado por [Rick Dangerous] às 03:43 PM | Comentários (11)

O acordo da vergonha

Inesperado e chocante para muitos apoiantes do Bloco de Esquerda, o acordo assinado

pelo vereador Sá Fernandes com António Costa está na lógica do curso político do BE.

As justificações com que procura cobrir-se não resistem à mínima análise. A desculpa

de que Sá Fernandes negociou à revelia da direcção do Bloco cai pela base: se violou os

compromissos assumidos, porque não é publicamente desautorizado pela direcção do

BE? É óbvio que negociou porque lhe foi dada liberdade de acção para tal.

Garante-se, por outro lado, que o vereador do BE vai “obrigar” António Costa a

adoptar, para além de programas difusos e mais ou menos líricos, medidas de contenção

das rendas de casa. Falta saber quando isso acontecerá e quem beneficiará dessas

medidas. E falta saber sobretudo, as contrapartidas que o BE terá que pagar quando

chegar a hora de fazer face à escabrosa questão das finanças municipais e tiverem que

ser votados os esperados “sacrifícios”: privatização de serviços, cortes de pessoal, cortes

de regalias, regime de precários, etc.

Toda a pessoa minimamente sensata percebe que este acordo serve o governo, não a

oposição popular. Forçado a encontrar parceiros devido à sua escassa votação, o PS

optou por utilizar o aliado mais dócil e mais interessante para o futuro. Porque este

acordo abre, a médio prazo, perspectivas para um acordo de governo em 2009, se o PS

não obtiver, como tudo indica, maioria absoluta nas legislativas.

O acordo assinado na Câmara de Lisboa tem que ser lido como um primeiro passo para

a entrada do BE na área governativa – o sonho há muito acalentado por Miguel Portas,

Louçã e Fazenda e que só os muitos ingénuos ignoram.

Na última P.O., fazendo o balanço da V convenção bloquista, recomendávamos

ironicamente: “É bom que o PS comece a olhar com mais atenção para este ‘irmão mais

novo’, com vista a futuros arranjos de governo” porque “esta convenção marca a

entrada do BE na idade adulta, como partido do sistema, perna esquerda da social-

democracia”. Parece que não errámos.

Aliás, a deriva em que o Bloco está a ser arrastado é comum a todo o arco da esquerda

institucional, PCP incluído. Estes partidos reduziram toda a sua estratégia ao apelo

“Dêem-nos mais deputados para podermos, dentro deste sistema, ir para o poder e

governar melhor, com mais honestidade, respeito pelos interesses nacionais, atenção aos

desprotegidos, etc., etc.”

Acontece, porém, que nesta época de brutal ofensiva capitalista, a tradicional margem

de regateio de que se alimentava o discurso reformista está reduzida a zero. Agora só

vão para o poder os partidos que dêem garantias de melhor servir o mundo dos negócios

ao mais baixo custo – caso do PS. Começa a ser muito difícil convencer alguém de que

a “esquerda construtiva”, PCP e BE, alguma vez chegue ao governo, a não ser que

cumpra as exigências do capital.

Chegámos a um ponto em que aqueles que têm jogado a carta do reformismo votando

PCP ou BE se perguntam que utilidade tem esse voto. E isto anuncia a bancarrota da

utopia de um capitalismo domesticado.

O acordo do BE com o PS só agrada àqueles militantes que perderam todo o espírito de

resistência e que se sentem tanto melhor quanto mais integrados no sistema. Àqueles,

pelo contrário, que conservam o desejo de mudar esta sociedade feroz, dizemos: Foram

anos perdidos os anos gastos a apoiar a miragem reformista. É hora de iniciar um

real reagrupamento à esquerda. É hora de retomar a luta unida da esquerda real,

a esquerda anticapitalista. Estamos ao lado de todos os que quiserem trilhar esse

caminho.

5 Agosto 2007

Política Operária

Publicado por [Rick Dangerous] às 03:38 PM | Comentários (5)

As lágrimas amargas das ovelhinhas negras

Consta que alguns militantes do Bloco acordaram, surpreendidos, para um acordo entre Sá Fernandes e António Costa na CML.

Tinha a impressão de que uma campanha eleitoral havia decorrido nos últimos dois meses, e que nela Sá Fernandes tinha deixado bem clara a sua intenção de viabilizar uma solução de esquerda para o governo da Câmara. Da mesma maneira, foram avançadas condições para um acordo pós-eleitoral e, no combate ao voto útil, Sá Fernandes apareceu mais do que uma vez, ladeado por Louçã, tentando desmontar a imagem de força do bloqueio com que a comunicação social o havia pintado.

Tanto barulho parece estranho e apenas explicável pelo carácter da militância no Bloco de Esquerda.

Passo a explicar, eu militei num partido cuja democracia interna não me satisfez, mas onde o envolvimento dos militantes era real, necessário e efectivo, não apenas durante as campanhas eleitorais, mas ao longo de todo o ano. E posso não ter ficado contente com a forma com as decisões foram tomadas, mas posso assegurar que tive espaço e tempo para me pronunciar acerca da grande maioria delas. Num partido onde a militância é real e permanente, ninguém fica surpreendido quando decisões difíceis são tomadas num certo sentido, nomeadamente quando tudo apontava, desde há muito, nesse sentido.

Há militantes do Bloco de Esquerda que acordaram agora para o facto de muitas decisões serem tomadas por cima das suas cabeças. Para o facto de a sua militância ser contemplativa e passiva, limitada a umas conversas de café, uma peregrinação anual a este ou aquele evento, uma crença na superioridade moral do seu partido e um carinho muito especial pelo seu líder.

Tiveram muito tempo para se mostrar inquietos com o caminho escolhido e para discordar dele. Tiveram mais do que uma oportunidade para conduzir a campanha noutros moldes ou pelo menos propô-lo.

Preferiram ficar a ver de fora, ir ao Maxim ouvir o Manuel João Vieira, cantar «o zé faz falta» e jantar todos juntos. Preferiram ir a banhos, segurar bandeiras e vir mais cedo da praia no domingo para votar no Zé. Agora queixam-se. Estudassem.

Pior do que uma direcção reformista só mesmo as bases imbecis que choram lágrimas amargas quando tudo está decidido. Cada um tem a militância que merece. A nova esquerda nunca foi outra coisa senão um rebanho apascentado por bons pastores. Agora pintem-se tod@s de preto a ver se ajuda. Uma ovelha negra ainda é uma ovelha. Da próxima vez votem Garcia Pereira. Esse ao menos dá todas as garantias e tem um yacht.

Publicado por [Rick Dangerous] às 02:46 PM | Comentários (2)

I'll jack yo' ass like a looter in a riot

Like Louie Armstrong, played the trumpet

I'll hit that bong and break ya off somethin soon

I got ta get my props

Cops, come and try to snatch my crops

These pigs wanna blow my house down

Head underground, to the next town

They get mad when they come to raid my pad

and I'm out in the nine-deuce Cad

Yes I'm the pirate, pilot

of this ship if I get with the ultraviolet dream

Hide from the red light beam

Now do you believe in the unseen?

Look, but don't make you eyes strain

A nigga like me is goin insane

Publicado por [Rick Dangerous] às 02:22 PM | Comentários (3)

Música no pulmão

Chegado do sudoeste com um balde de pó distribuído entre o meu nariz, os meus pulmões e a minha roupa, interrogo-me:

1- Como é que milhares de pessoas coexistem durante 4 ou 5 dias em condições tão precárias e desconfortáveis, sem uma autoridade omnipresente, sem que se assista a uma única cena de porrada?

2- Como é que milhares de pessoas se disponibilizam a ir todos os anos a este festival e insistem em garantir que viveram os melhores dias das suas vidas?

3- Como é que uma coisa tão mal organizada (eu já estive no sudoeste em lazer e em trabalho) pode dar tanto dinheiro e ter tanto sucesso?

4- Como é que alguém (várias pessoas diga-se) monta a sua tenda a um metro de um conjunto de casa de banho móveis, quando a simples passagem pelo local, de noite, me deixa à beira do vómito?

5- Como é que a Amália chegava à praia baptizada com o seu nome e onde possuía uma casa, cujo único acesso é um longo e acidentado caminho de terra, seguido de uma escadaria íngreme num declive acentuado, à qual faltam os últimos 10 degraus?

6- Como é que a gaja dos Bonde do Rolé faz para cair de pernas abertas e continuar a dançar?

7- Como é que o Sam The Kid teve coragem para pôr o sudoeste a dançar ao som de ministars?

8- Como é que ainda há paciência para assistir a concertos de reggae todos iguais, onde o vocalista fala sempre de «one love» e «freedom for africa»? A mesma pergunta, com dupla incredulidade, no que diz respeito aos sound systems. Aqui queria sublinhar a incredulidade com que vi um grupo de betos de cascais «actuar» perante um público eufórico. Chamam-se no joke sound system, parecem saídos de uma linha de montagem de betos e têm uma página no my space. Directamente de uma vivenda com piscina, devem sacar continuamente as gajas mais giras... Consta que apoiam o acordo entre o Sá Fernandes e o António Costa.

9- Como é que alguém teve a ideia genial da cena dos head-phones do silent disco? Para os ignorantes, é um sistema que transmite directamente da mesa do dj para os head-phones distribuídos pela pista, permitindo a escolha entre mais do que um dj numa pista quase silenciosa. Simples e genial. O futuro.

Publicado por [Rick Dangerous] às 01:45 PM | Comentários (6)

Folhas Secas - A Sequela

O Spectrum dá as boas-vindas ao Clube Folhas Secas a tod@s @s militantes vencidos na secretaria política do BE.

Publicado por [Joystick] às 11:02 AM | Comentários (2)

agosto 08, 2007

"Blog da semana"

Cheguei ontem tarde a casa, com um mal estar daqueles que já não tinha desde o ano 2000.

Sem vontade de me ir deitar - pois não conseguiria dormir - estive a navegar na www e fui ver um blog que me sugeriram: Cabaret Voltaire.

Muito bom. Editores talentosos... Pena que escrevam pouco.

Destaco os textos de Nikolas Goldman.

Publicado por [Saboteur] às 11:56 PM | Comentários (6)

agosto 07, 2007

Deixem o Governo para quem sabe

Há muito tempo que o camarada Xico Martins Rodrigues não aparecia nas páginas do Público (alguma vez apareceu?).

Desta vez aparece em destaque, nas páginas da direita, com foto e tudo!

A notícia informa que ele critica violentamente na "Política Operária" o acordo Sá Fernandes/BE - António Costa/PS... Diz ele "O acordo assinado na Câmara de Lisboa tem que ser lido como um primeiro passo para a entrada do BE na àrea governativa".

Publicado por [Saboteur] às 03:36 PM | Comentários (11)

agosto 06, 2007

Já chateia a história do "medo"

Parece claro que Sócrates é um homem determinado e que gosta pouco de ser contrariado.

Parece também claro que está a criar à sua volta uma cultura de falta de flexibilidade e diálogo. Casos como o do Charrua, do outro médico lá do norte ou mesmo da Dalila Rodrigues, são exemplos disso mesmo.

Mas chateia-me que em todo o lado, desde a direita à esquerda, toda a gente aproveite a ocasião para bater forte e feio no Governo, sem ponderar um instante no facto que, apesar de tudo, devem ser caros à Administração Pública os valores como a isenção, a independência, a neutralidade e distanciamento ao “subsistema político”.

Daniel Oliveira, veio de férias e fala já em “purga”... Será que se o Director Municipal do Ambiente e dos Espaços Verdes da CML, der uma entrevista ao jornal, a dizer que o seu Vereador não percebe nada de ambiente, que a manutenção dos jardins devia ser toda privatizada e que o Plano Verde é uma utopia irrealista, será – dizia eu – que ele não acha que José Sá Fernandes deve substitui-lo por outro?

Creio que tem de haver mais cuidado nestas críticas. Acho que a esquerda não ganha nada em ir alegremente (com a direita, com o Cavaco, etc.) nesta tese de que o Governo é estalinista, que não deixa ninguém pisar o risco, etc.

Para já, parece-me uma tese claramente exagerada e que não tem aderência à realidade. Depois, desvia energias e atenções da importantíssima frente de batalha que é fazer a oposição consistente e credível às politicas neoliberais do Governo.

É esse campo que a oposição pode contribuir para a construção de uma alternativa de esquerda, enquanto no outro, mais facilmente acabamos por facilitar o caminho para o PSD chegar pela enésima vez ao poder.

Publicado por [Saboteur] às 09:44 PM | Comentários (2)

agosto 02, 2007

As declarações que vieram do espaço

Nunca a expressão “Não acredito no que estou a ouvir” me fez tanto sentido.

Ontem, ouvi na TSF Helena Roseta a dizer:

«Hoje disse ao vereador Sá Fernandes que ele me exigia um pedido de desculpas, porque todos ouviram, durante a campanha eleitoral, que ele disse várias vezes que os cidadãos por Lisboa e a Helena Roseta tinham um acordo com António Costa».

Num jantar com apoiantes, recordou que, durante a campanha para as intercalares de 15 de Julho sempre disse que nunca faria este acordo e que afinal foi o vereador Sá Fernandes que o fez.

«Afinal ele é que queria fazer um acordo e agora ficámos todos a saber afinal a quem é que o 'Zé fazia falta'»

Vejo duas hipóteses: Ou tem uma lata digna de um Carmona Rodrigues, ou, coitada, fez a campanha com tão poucos meios, envolvida em tanto stress, que, durante estes 3 últimos meses, nem teve oportunidade de ir lendo os jornais, ouvir as entrevistas e os debates ou mesmo dar uma espreitadela nos telejornais e na rádio

Como é claro para qualquer pessoa que se tenha interessado minimamente nas intercalares em Lisboa, o Zé nunca disse nem nunca se preocupou com o facto de “Helena Roseta ter um acordo com António Costa”.

Bem pelo contrário, o que preocupou e ainda preocupa o Sá Fernandes e o Bloco é que a Helena Roseta e o PS não se ponham de acordo! Tricas entre PS e recém-dissidentes do PS são sempre complicadas, já se sabe

Como todos se recordam também, o único reparo que a candidatura de Sá Fernandes fez à da Helena Roseta, foi de que ela esta a dar a entender que era possível uma convergência entre todos os Vereadores eleitos (ver, por exemplo este post e este no Gente de Lisboa), nomeadamente com o Carmona Rodrigues e os seus companheiros da pulseira electrónica Tirando isso, que mais haveria para dizer, visto que o programa da Roseta, praticamente mimetiza ponto por ponto o do Bloco?

Finalmente, como todos se aperceberam, Sá Fernandes, durante toda a campanha apostou em que o PS não tivesse a maioria absoluta e que fosse fazer entendimentos à esquerda, com base num programa de esquerda para a cidade.

A única dúvida que pode ter ficado no ar até ontem era se Sá Fernandes impunha como condição (escondida, porque nunca foi mencionada) para a convergência que nela participasse toda a esquerda, ou se, mesmo só, aceitaria o acordo.

Face a isto, o que dizer das declarações de Helena Roseta?

Nota: Ver também no Blog Gente de Lisboa este apanhado de declarações do Sá Fernandes (e não só), sobre o tema da “convergência”. Bastante elucidativo

Publicado por [Saboteur] às 03:10 PM | Comentários (7)

Cinema e esperança de vida

Em 2004 a morte de Jean Rouch foi triste para mim. Morreu com 86 anos no norte do Niger num acidente de carro. Triste destino para um cineasta apaixonado pelo rio Niger. Fui bastante sensível a este desaparecimento, pois tive a oportunidade de ter aulas com ele durante o ano lectivo 2003.

Sinto de maneira diferente a morte de Ingmar (com 89 anos) e Antonioni (com 94 anos), mas... dois num mesmo dia, equivalente à expressão 2 em 1, não deixa de ser triste. Para agravar este sentimento, nada podia ser melhor que ter como companheiro de casa um estudante de cinema que possui a colecção completa de Bergman. 30 de Julho de 2007, um dia deprimente! lua cheia? Talvez não.

Muitos artigos tentam fazer o paralelismo entre as duas obras... eu só consigo voltar a sentir uma vez mais a sessão romântica que experimentei quando vi “Profissão: repórter” ou o prazer das seis horas fabulosas que passei em frente do ecran de “Fanny e Alexandre” (realizado no ano 1982, ano em que morreram pessoas como Henri Fonda, Grace Kelly ou Louis Aragon e que nasceram pessoas como eu, ehehhe!).

Depois é que percebi que não estávamos a 13 de Maio. Espremi o frasco de mostarda, pedi o JN ao guarda Abel e mergulhei na leitura das últimas notícias sobre Maddie.

Publicado por [Renegade] às 05:52 PM | Comentários (5)

Foi finalmente realizado o investimento que se impunha para a segurança rodoviária

'Kits' da droga apanham nove no primeiro dia

Publicado por [Saboteur] às 01:25 PM | Comentários (6)

agosto 14, 2007

Sacco e Vanzetti

O Esquerda.net contém um dossier acerca da execução dos dois anarquistas italianos, Sacco e Vanzetti, em 1927.

O artigo de Howard Ziinn documenta o ambiente de histeria reaccionária e nacionalista em que foram executados.

Realce para o facto de, tendo sido acusados de um roubo e assassinato que, tudo o indica, não cometeram, Sacco e Vanzetti não eram em todo o caso duas almas generosas adeptas do pacifismo, do vegetarianismo e e da meditação. Estavam associados ou simpatizavam com um conjunto de anarquistas de origem italiana agrupados em torno do jornal «Cronaca sovversiva», que respondia com armas e bombas à repressão de que eram alvo os trabalhadores imigrantes, eram adeptos da violência revolucionária e da utilização de métodos de sabotagem e destruição no contexto da luta de classes. Não pretendiam ser tratados como vítimas passivas nem concebiam a sua situação social (um fabricava sapatos o outro vendia peixe) como uma fatalidade perante a qual se devessem resignar. Eram a imagem da alteridade: emigrantes vindos da periferia para o centro, proletários, anti-militaristas, internacionalistas e revolucionários. Exactamente aquilo que fazia deles uma imagem da modernidade.

Por alguma razão a imagem predominante dos italianos nos EUA tornou-se a da Máfia, uma instituição arcaica, altamente hierarquizada, típica do antigo regime.

De alguma maneira, torna-se claro que a adaptação da Mafia ao terreno social norte-americano foi muito mais fácil e natural do que a dos movimentos mais ou menos anti-capitalistas que, nos porões de navios lotados, fizeram com ela o mesmo percurso através do atlântico. O que não deixa de clarificar a natureza das relações sociais dominantes nesse terra dos livres e país dos corajosos.

Ainda Benjamin (Tese VII): "Todo aquele que domina é sempre herdeiro de todos os vencedores."

Quando Vanzetti foi preso, tinha um panfleto no seu bolso que anunciava um encontro dali a cinco dias. É um panfleto que podia ser distribuído hoje, em qualquer sítio do mundo, tão certo nos nossos dias como o era no dia da sua prisão. Declarava:

"Vocês combateram todas as guerras. Vocês trabalharam para todos os capitalistas. Vocês viajaram por todos os países. Colheram os frutos do vosso trabalho, o valor das vossas vitórias? O passado consola-vos? O presente sorri-vos? O futuro promete-vos alguma coisa? Encontraram um pedaço de terra em que possam viver como seres humanos e morrer como seres humanos? Sobre estas perguntas, sobre esta discussão, sobre este tema, a luta pela existência, falará Bartolomeo Vanzetti."

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:34 PM | Comentários (3)

agosto 13, 2007

Dedo, mão e braço na ferida

Tuesday, June 05, 2007

O Balanço da Convenção - o que ninguém reflecte

Para balanços oficiais e análises profundas, outros peditórios andarão por aí já feitos ou por fazer. A "Esquerda Comunista" põe apenas o dedo na surpreendente ferida.

Facto extraordinário da Convenção, apenas sussurrado secundariamente pelos vários vencedores (todos ganharam...), foi que dos 615, apenas 384 votaram nas moções de orientação política!

Se fossem meia-dúzia a baldar-se... percebia-se! Há sempre um baptizado, um filho numa peça de teatro, um imprevisto qualquer, mas mais de 200!!! Cerca de 1/3 dos delegados, nem sequer estava presente no plenário à hora da votação sobre as linhas políticas com que o Bloco se cozerá nos próximos dois anos. Problemas de bexiga?

Dizem-me e repito - dizem-me! pois não vejo esses número publicado no www.esquerda.net que, ainda assim, para a eleição da Mesa Nacional votaram 541 delegados. A ser assim - a ser assim... - apetece responder que

a escolha dos caminhos políticos do partido para os próximos 2 anos não é nada comparada com a escolha dos chefes!

Todavia, é fácil de imaginar: para a escolha da direcção as urnas funcionaram durante várias horas ao longo dos 2 dias... Dava para descarregar o voto, dar um pulo ao plenário, dois dedos de conversa e seguir para a praia... Terá sido?

Digam o que disserem, esta "balda generalizada" expressa, de modo ilustre, o fraco nível de consciência política do conjunto da militância bloquista. Mas com 3 ou 4 reuniões por concelhia e por ano, que mais se poderia esperar? Uma vanguarda esclarecida? Muito há por fazer. Na Esquerda Comunista, estamos cá para isso.

Posted by Rui Faustino

Publicado por [Rick Dangerous] às 08:28 PM | Comentários (7)

o novinho

O Eduardo Prado Coelho deu-te uma porrada muito grande no Diário de Lisboa, num texto que escreveu sobre Crítica de Circunstância, o primeiro livro do Luiz Pacheco...

Esse paneleiro de m**** disse que o livro tinha graça mas que não continha uma única ideia, ou seja, o Luiz Pacheco não tem ideias... Ora se isso é verdade então o problema, a culpa é da família dele... É que eu já aturei 3 gerações de Prados Coelho. O avô no Liceu Camões, por sinal fui o melhor aluno dele, mas pelos vistos não assimilei nenhuma ideia dele. Do que li do Jacinto encontrei algumas ideias mas não me devem ter entrado na pinha. Este, o novinho, tem ideias mas são francesas.

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:52 PM | Comentários (8)

Tony Wilson (1950-2007)

No life at all in the house of dolls. No love lost.

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:36 PM | Comentários (1)

«Já foi»

Isto agora aqui são os últimos dia do condenado. Aqui a lei é morrer devagar. Está uma a morrer ali, ou já morreu, não sei, estou eu a morrer aqui, está outra a morrer ali... A ver quem morre primeiro “Já foi”, é o que dizem quando alguém morre. Agora já sei o que vão dizer quando eu morrer, estes caralhos.

Entrevista a Luiz Pacheco

Publicado por [Rick Dangerous] às 04:23 PM | Comentários (1)

Como espectros

Há, em Torre Bela, um inesquecível momento em que os trabalhadores rurais do Ribatejo parecem dialogar, para lá dos portões da morte e do esquecimento, com Walter Benjamin. A filosofia da história torna-se então um fio vermelho que confere aos actos do presente uma outra dimensão. Nos rostos curtidos da primavera de 1975 projectam-se imagens dos mortos que, como espectros, pairam sobre os acontecimentos.

Com um megafone, Wilson, o homem que fuma cigarros atrás de cigarros, ex-emigrado em França, ex-preso por ter assaltado um banco, «um homem do povo» (como ele próprio se descreve), convoca o ódio de classe para o plenário e os trabalhadores rurais deixam de estar apenas a lutar contra o desemprego ou pela democracia. Fala-lhes do Duque de Lafões cuja propriedade se ocupa, e relembra a exploração secular que deu origem à prosperidade testemunhada. Ressuscita as gerações de camponeses oprimidos e esfomeados, antepassados ilustres de camponeses oprimidos e esfomeados.

E convoca-os para fazer pender a balança a favor da ocupação selvagem. Não se trata já de um futuro radioso a construir mas, antes de mais nada, de um passado a vingar, um ajuste de contas inadiável, um ódio no peito que não deixa respirar. O passado torna-se então uma barricada que tudo clarifica - a acumulação primitiva, o trabalho assalariado, a mercadoria, a violência, a propriedade. O presente está nas mãos do inimigo, que detém todas as armas e espera o melhor momento para as utilizar. Torna-se então necessário criar um estado de excepção, um movimento real que supere o presente estado de coisas. Torna-se necessária a revolução, o «aqui-e-agora concreto» em que os campos se afrontam e se toma em mãos o próprio destino.

Diz Benjamin, na XII das suas «Teses sobre a Filosofia da História«:

"O sujeito do saber histórico é a classe combatente, a própria classe oprimida. Em Marx ela apresenta-se como a última classe submetida, a classe vingadora que, em nome das gerações vencidas, leva até ao fim a obra de libertação. Esta consciência, que por um curto espaço de tempo readquiriu vigor no Spartakismo, foi sempre considerada inconveniente aos olhos da social-democracia. Em três decénios ela quase conseguiu apagar o nome de Blanqui, cuja voz de bronze tinha abalado o século XIX. Agrada-lhe atribuir à classe operária o papel de libertadora das gerações por vir. Ao fazê-lo debilita as suas melhores forças. Numa tal escola a classe operária desaprende, em conjunto, o ódio e a vontade de sacrifício. Porque um e outro alimentam-se da imagem dos antepassados submetidos, e de modo nenhum do ideal dos filhos libertados."

Publicado por [Rick Dangerous] às 03:13 PM | Comentários (2)

agosto 10, 2007

Your own personal jesus

Jesus esclareceu ainda o que disse a Schuster no final do jogo com o Real Madrid. “Entendeu que a nossa equipa foi defensiva, mas viu outro jogo. Fomos mais equipa a jogar contra os melhores do mundo. Com os jogadores que o Real Madrid tem, é preciso jogar mais. Se não o faz, o problema é do treinador. Com os jogadores dele, dava-lhe 3-0 a acabar aos cinco”, garantiu.

Via Hotel Lisboa

Publicado por [Rick Dangerous] às 07:57 PM | Comentários (2)

Bons artigos no Le Monde diplomatique

Refiro-me, obviamente, ao editorial de Ignacio Ramonet sobre Hugo Chávez (disponível no site do Le Monde diplo) e do artigo de Ricardo Noronha, «A banca ao serviço do povo. Do 25 de Abril às nacionalizações». (não disponível on-line, provavelmente porque o autor exigia direitos demasiado elevados para a pobre cooperativa que edita o jornal)

Publicado por [Saboteur] às 04:08 PM | Comentários (3)

agosto 09, 2007

Aparatchik x 3

Na página do Bloco, três artigos de opinião acerca do acordo em Lisboa. Todos de membros da direcção (dois do secretariado e o coordenador autárquico de Lisboa) a favor do acordo. Consta que a indignação dos militantes está ao rubro. Mas é dentro de casa. Para fora, sentadinhos e caladinhos.

Já agora destaco a opinião de Miguel Portas, que como sempre se destaca pela sua mediocridade iintelectual e estilo rasteiro: Há muito, mais precisamente desde que o Bloco nasceu, que Francisco Martins Rodrigues prevê o "inevitável". E há oito anos que a previsão se engana. Agora insiste. E assim o continuará a fazer pelos anos vindouros. Sem novidade, portanto. Uma só dúvida assalta o meu espírito: a palavra "sonho". Se este é o que a presciente Política Operária descreve, porque haveríamos de andar a "perder tempo" no BE?...

Em 2001 Portas concorreu sozinho em Lisboa contra uma coligação do PS e do PCP que estava inequivocamente à esquerda de António Costa. Na altura parecia-lhe inconcebível uma aliança. Agora parece-lhe a coisa mais natural do mundo. A coligação perdeu por 800 votos, Miguel Portas obteve alguns milhares e não foi eleito (parece-me razoável sugerir que Santana Lopes terá lucrado com a situação).

Resumindo, a aliança que há 6 anos era inaceitável tornou-se agora a melhor solução para a cidade. Mas as previsões de Francisco Martins Rodrigues é que estão enganadas. Há verdades que fazem comichão. Miguel Portas deve estar com sarna.

Publicado por [Rick Dangerous] às 03:43 PM | Comentários (11)

O acordo da vergonha

Inesperado e chocante para muitos apoiantes do Bloco de Esquerda, o acordo assinado

pelo vereador Sá Fernandes com António Costa está na lógica do curso político do BE.

As justificações com que procura cobrir-se não resistem à mínima análise. A desculpa

de que Sá Fernandes negociou à revelia da direcção do Bloco cai pela base: se violou os

compromissos assumidos, porque não é publicamente desautorizado pela direcção do

BE? É óbvio que negociou porque lhe foi dada liberdade de acção para tal.

Garante-se, por outro lado, que o vereador do BE vai “obrigar” António Costa a

adoptar, para além de programas difusos e mais ou menos líricos, medidas de contenção

das rendas de casa. Falta saber quando isso acontecerá e quem beneficiará dessas

medidas. E falta saber sobretudo, as contrapartidas que o BE terá que pagar quando

chegar a hora de fazer face à escabrosa questão das finanças municipais e tiverem que

ser votados os esperados “sacrifícios”: privatização de serviços, cortes de pessoal, cortes

de regalias, regime de precários, etc.

Toda a pessoa minimamente sensata percebe que este acordo serve o governo, não a

oposição popular. Forçado a encontrar parceiros devido à sua escassa votação, o PS

optou por utilizar o aliado mais dócil e mais interessante para o futuro. Porque este

acordo abre, a médio prazo, perspectivas para um acordo de governo em 2009, se o PS

não obtiver, como tudo indica, maioria absoluta nas legislativas.

O acordo assinado na Câmara de Lisboa tem que ser lido como um primeiro passo para

a entrada do BE na área governativa – o sonho há muito acalentado por Miguel Portas,

Louçã e Fazenda e que só os muitos ingénuos ignoram.

Na última P.O., fazendo o balanço da V convenção bloquista, recomendávamos

ironicamente: “É bom que o PS comece a olhar com mais atenção para este ‘irmão mais

novo’, com vista a futuros arranjos de governo” porque “esta convenção marca a

entrada do BE na idade adulta, como partido do sistema, perna esquerda da social-

democracia”. Parece que não errámos.

Aliás, a deriva em que o Bloco está a ser arrastado é comum a todo o arco da esquerda

institucional, PCP incluído. Estes partidos reduziram toda a sua estratégia ao apelo

“Dêem-nos mais deputados para podermos, dentro deste sistema, ir para o poder e

governar melhor, com mais honestidade, respeito pelos interesses nacionais, atenção aos

desprotegidos, etc., etc.”

Acontece, porém, que nesta época de brutal ofensiva capitalista, a tradicional margem

de regateio de que se alimentava o discurso reformista está reduzida a zero. Agora só

vão para o poder os partidos que dêem garantias de melhor servir o mundo dos negócios

ao mais baixo custo – caso do PS. Começa a ser muito difícil convencer alguém de que

a “esquerda construtiva”, PCP e BE, alguma vez chegue ao governo, a não ser que

cumpra as exigências do capital.

Chegámos a um ponto em que aqueles que têm jogado a carta do reformismo votando

PCP ou BE se perguntam que utilidade tem esse voto. E isto anuncia a bancarrota da

utopia de um capitalismo domesticado.

O acordo do BE com o PS só agrada àqueles militantes que perderam todo o espírito de

resistência e que se sentem tanto melhor quanto mais integrados no sistema. Àqueles,

pelo contrário, que conservam o desejo de mudar esta sociedade feroz, dizemos: Foram

anos perdidos os anos gastos a apoiar a miragem reformista. É hora de iniciar um

real reagrupamento à esquerda. É hora de retomar a luta unida da esquerda real,

a esquerda anticapitalista. Estamos ao lado de todos os que quiserem trilhar esse

caminho.

5 Agosto 2007

Política Operária

Publicado por [Rick Dangerous] às 03:38 PM | Comentários (5)

As lágrimas amargas das ovelhinhas negras

Consta que alguns militantes do Bloco acordaram, surpreendidos, para um acordo entre Sá Fernandes e António Costa na CML.

Tinha a impressão de que uma campanha eleitoral havia decorrido nos últimos dois meses, e que nela Sá Fernandes tinha deixado bem clara a sua intenção de viabilizar uma solução de esquerda para o governo da Câmara. Da mesma maneira, foram avançadas condições para um acordo pós-eleitoral e, no combate ao voto útil, Sá Fernandes apareceu mais do que uma vez, ladeado por Louçã, tentando desmontar a imagem de força do bloqueio com que a comunicação social o havia pintado.

Tanto barulho parece estranho e apenas explicável pelo carácter da militância no Bloco de Esquerda.

Passo a explicar, eu militei num partido cuja democracia interna não me satisfez, mas onde o envolvimento dos militantes era real, necessário e efectivo, não apenas durante as campanhas eleitorais, mas ao longo de todo o ano. E posso não ter ficado contente com a forma com as decisões foram tomadas, mas posso assegurar que tive espaço e tempo para me pronunciar acerca da grande maioria delas. Num partido onde a militância é real e permanente, ninguém fica surpreendido quando decisões difíceis são tomadas num certo sentido, nomeadamente quando tudo apontava, desde há muito, nesse sentido.

Há militantes do Bloco de Esquerda que acordaram agora para o facto de muitas decisões serem tomadas por cima das suas cabeças. Para o facto de a sua militância ser contemplativa e passiva, limitada a umas conversas de café, uma peregrinação anual a este ou aquele evento, uma crença na superioridade moral do seu partido e um carinho muito especial pelo seu líder.

Tiveram muito tempo para se mostrar inquietos com o caminho escolhido e para discordar dele. Tiveram mais do que uma oportunidade para conduzir a campanha noutros moldes ou pelo menos propô-lo.

Preferiram ficar a ver de fora, ir ao Maxim ouvir o Manuel João Vieira, cantar «o zé faz falta» e jantar todos juntos. Preferiram ir a banhos, segurar bandeiras e vir mais cedo da praia no domingo para votar no Zé. Agora queixam-se. Estudassem.

Pior do que uma direcção reformista só mesmo as bases imbecis que choram lágrimas amargas quando tudo está decidido. Cada um tem a militância que merece. A nova esquerda nunca foi outra coisa senão um rebanho apascentado por bons pastores. Agora pintem-se tod@s de preto a ver se ajuda. Uma ovelha negra ainda é uma ovelha. Da próxima vez votem Garcia Pereira. Esse ao menos dá todas as garantias e tem um yacht.

Publicado por [Rick Dangerous] às 02:46 PM | Comentários (2)

I'll jack yo' ass like a looter in a riot

Like Louie Armstrong, played the trumpet

I'll hit that bong and break ya off somethin soon

I got ta get my props

Cops, come and try to snatch my crops

These pigs wanna blow my house down

Head underground, to the next town

They get mad when they come to raid my pad

and I'm out in the nine-deuce Cad

Yes I'm the pirate, pilot

of this ship if I get with the ultraviolet dream

Hide from the red light beam

Now do you believe in the unseen?

Look, but don't make you eyes strain

A nigga like me is goin insane

Publicado por [Rick Dangerous] às 02:22 PM | Comentários (3)

Música no pulmão

Chegado do sudoeste com um balde de pó distribuído entre o meu nariz, os meus pulmões e a minha roupa, interrogo-me:

1- Como é que milhares de pessoas coexistem durante 4 ou 5 dias em condições tão precárias e desconfortáveis, sem uma autoridade omnipresente, sem que se assista a uma única cena de porrada?

2- Como é que milhares de pessoas se disponibilizam a ir todos os anos a este festival e insistem em garantir que viveram os melhores dias das suas vidas?

3- Como é que uma coisa tão mal organizada (eu já estive no sudoeste em lazer e em trabalho) pode dar tanto dinheiro e ter tanto sucesso?

4- Como é que alguém (várias pessoas diga-se) monta a sua tenda a um metro de um conjunto de casa de banho móveis, quando a simples passagem pelo local, de noite, me deixa à beira do vómito?

5- Como é que a Amália chegava à praia baptizada com o seu nome e onde possuía uma casa, cujo único acesso é um longo e acidentado caminho de terra, seguido de uma escadaria íngreme num declive acentuado, à qual faltam os últimos 10 degraus?

6- Como é que a gaja dos Bonde do Rolé faz para cair de pernas abertas e continuar a dançar?

7- Como é que o Sam The Kid teve coragem para pôr o sudoeste a dançar ao som de ministars?

8- Como é que ainda há paciência para assistir a concertos de reggae todos iguais, onde o vocalista fala sempre de «one love» e «freedom for africa»? A mesma pergunta, com dupla incredulidade, no que diz respeito aos sound systems. Aqui queria sublinhar a incredulidade com que vi um grupo de betos de cascais «actuar» perante um público eufórico. Chamam-se no joke sound system, parecem saídos de uma linha de montagem de betos e têm uma página no my space. Directamente de uma vivenda com piscina, devem sacar continuamente as gajas mais giras... Consta que apoiam o acordo entre o Sá Fernandes e o António Costa.

9- Como é que alguém teve a ideia genial da cena dos head-phones do silent disco? Para os ignorantes, é um sistema que transmite directamente da mesa do dj para os head-phones distribuídos pela pista, permitindo a escolha entre mais do que um dj numa pista quase silenciosa. Simples e genial. O futuro.

Publicado por [Rick Dangerous] às 01:45 PM | Comentários (6)

Folhas Secas - A Sequela

O Spectrum dá as boas-vindas ao Clube Folhas Secas a tod@s @s militantes vencidos na secretaria política do BE.

Publicado por [Joystick] às 11:02 AM | Comentários (2)

agosto 08, 2007

"Blog da semana"

Cheguei ontem tarde a casa, com um mal estar daqueles que já não tinha desde o ano 2000.

Sem vontade de me ir deitar - pois não conseguiria dormir - estive a navegar na www e fui ver um blog que me sugeriram: Cabaret Voltaire.

Muito bom. Editores talentosos... Pena que escrevam pouco.

Destaco os textos de Nikolas Goldman.

Publicado por [Saboteur] às 11:56 PM | Comentários (6)

agosto 07, 2007

Deixem o Governo para quem sabe

Há muito tempo que o camarada Xico Martins Rodrigues não aparecia nas páginas do Público (alguma vez apareceu?).

Desta vez aparece em destaque, nas páginas da direita, com foto e tudo!

A notícia informa que ele critica violentamente na "Política Operária" o acordo Sá Fernandes/BE - António Costa/PS... Diz ele "O acordo assinado na Câmara de Lisboa tem que ser lido como um primeiro passo para a entrada do BE na àrea governativa".

Publicado por [Saboteur] às 03:36 PM | Comentários (11)

agosto 06, 2007

Já chateia a história do "medo"

Parece claro que Sócrates é um homem determinado e que gosta pouco de ser contrariado.

Parece também claro que está a criar à sua volta uma cultura de falta de flexibilidade e diálogo. Casos como o do Charrua, do outro médico lá do norte ou mesmo da Dalila Rodrigues, são exemplos disso mesmo.

Mas chateia-me que em todo o lado, desde a direita à esquerda, toda a gente aproveite a ocasião para bater forte e feio no Governo, sem ponderar um instante no facto que, apesar de tudo, devem ser caros à Administração Pública os valores como a isenção, a independência, a neutralidade e distanciamento ao “subsistema político”.

Daniel Oliveira, veio de férias e fala já em “purga”... Será que se o Director Municipal do Ambiente e dos Espaços Verdes da CML, der uma entrevista ao jornal, a dizer que o seu Vereador não percebe nada de ambiente, que a manutenção dos jardins devia ser toda privatizada e que o Plano Verde é uma utopia irrealista, será – dizia eu – que ele não acha que José Sá Fernandes deve substitui-lo por outro?

Creio que tem de haver mais cuidado nestas críticas. Acho que a esquerda não ganha nada em ir alegremente (com a direita, com o Cavaco, etc.) nesta tese de que o Governo é estalinista, que não deixa ninguém pisar o risco, etc.

Para já, parece-me uma tese claramente exagerada e que não tem aderência à realidade. Depois, desvia energias e atenções da importantíssima frente de batalha que é fazer a oposição consistente e credível às politicas neoliberais do Governo.

É esse campo que a oposição pode contribuir para a construção de uma alternativa de esquerda, enquanto no outro, mais facilmente acabamos por facilitar o caminho para o PSD chegar pela enésima vez ao poder.

Publicado por [Saboteur] às 09:44 PM | Comentários (2)

agosto 02, 2007

As declarações que vieram do espaço

Nunca a expressão “Não acredito no que estou a ouvir” me fez tanto sentido.

Ontem, ouvi na TSF Helena Roseta a dizer:

«Hoje disse ao vereador Sá Fernandes que ele me exigia um pedido de desculpas, porque todos ouviram, durante a campanha eleitoral, que ele disse várias vezes que os cidadãos por Lisboa e a Helena Roseta tinham um acordo com António Costa».

Num jantar com apoiantes, recordou que, durante a campanha para as intercalares de 15 de Julho sempre disse que nunca faria este acordo e que afinal foi o vereador Sá Fernandes que o fez.

«Afinal ele é que queria fazer um acordo e agora ficámos todos a saber afinal a quem é que o 'Zé fazia falta'»

Vejo duas hipóteses: Ou tem uma lata digna de um Carmona Rodrigues, ou, coitada, fez a campanha com tão poucos meios, envolvida em tanto stress, que, durante estes 3 últimos meses, nem teve oportunidade de ir lendo os jornais, ouvir as entrevistas e os debates ou mesmo dar uma espreitadela nos telejornais e na rádio

Como é claro para qualquer pessoa que se tenha interessado minimamente nas intercalares em Lisboa, o Zé nunca disse nem nunca se preocupou com o facto de “Helena Roseta ter um acordo com António Costa”.

Bem pelo contrário, o que preocupou e ainda preocupa o Sá Fernandes e o Bloco é que a Helena Roseta e o PS não se ponham de acordo! Tricas entre PS e recém-dissidentes do PS são sempre complicadas, já se sabe

Como todos se recordam também, o único reparo que a candidatura de Sá Fernandes fez à da Helena Roseta, foi de que ela esta a dar a entender que era possível uma convergência entre todos os Vereadores eleitos (ver, por exemplo este post e este no Gente de Lisboa), nomeadamente com o Carmona Rodrigues e os seus companheiros da pulseira electrónica Tirando isso, que mais haveria para dizer, visto que o programa da Roseta, praticamente mimetiza ponto por ponto o do Bloco?

Finalmente, como todos se aperceberam, Sá Fernandes, durante toda a campanha apostou em que o PS não tivesse a maioria absoluta e que fosse fazer entendimentos à esquerda, com base num programa de esquerda para a cidade.

A única dúvida que pode ter ficado no ar até ontem era se Sá Fernandes impunha como condição (escondida, porque nunca foi mencionada) para a convergência que nela participasse toda a esquerda, ou se, mesmo só, aceitaria o acordo.

Face a isto, o que dizer das declarações de Helena Roseta?

Nota: Ver também no Blog Gente de Lisboa este apanhado de declarações do Sá Fernandes (e não só), sobre o tema da “convergência”. Bastante elucidativo

Publicado por [Saboteur] às 03:10 PM | Comentários (7)

Cinema e esperança de vida

Em 2004 a morte de Jean Rouch foi triste para mim. Morreu com 86 anos no norte do Niger num acidente de carro. Triste destino para um cineasta apaixonado pelo rio Niger. Fui bastante sensível a este desaparecimento, pois tive a oportunidade de ter aulas com ele durante o ano lectivo 2003.

Sinto de maneira diferente a morte de Ingmar (com 89 anos) e Antonioni (com 94 anos), mas... dois num mesmo dia, equivalente à expressão 2 em 1, não deixa de ser triste. Para agravar este sentimento, nada podia ser melhor que ter como companheiro de casa um estudante de cinema que possui a colecção completa de Bergman. 30 de Julho de 2007, um dia deprimente! lua cheia? Talvez não.

Muitos artigos tentam fazer o paralelismo entre as duas obras... eu só consigo voltar a sentir uma vez mais a sessão romântica que experimentei quando vi “Profissão: repórter” ou o prazer das seis horas fabulosas que passei em frente do ecran de “Fanny e Alexandre” (realizado no ano 1982, ano em que morreram pessoas como Henri Fonda, Grace Kelly ou Louis Aragon e que nasceram pessoas como eu, ehehhe!).

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