Partido Comunista Português faz o segundo comunicado em três dias sobre as denúncias de violência dos seguranças da Festa do “Avante!”. Alegada vítima nega acusações do partido e pergunta: “Se tivesse sido sexo oral justificaria a violência?”
O PCP volta a escrever um comunicado sobre as notícias do Expresso deste fim de semana que relatam as queixas-crime de seis pessoas às autoridades sobre alegadas agressões, sequestros e roubos feitos por seguranças da Festa do “Avante!”, na Quinta da Atalaia, Seixal.
Segundo os comunistas, “a afirmação e sustentação da intervenção dos serviços de apoio da Festa do ‘Avante!’ porque duas pessoas do mesmo sexo se teriam beijado é, tão falsa, quanto ridícula. A verdadeira razão do incidente que conduziu à saída das pessoas do recinto da Festa teve origem num acto de sexo oral em pleno espaço”, refere o comunicado.
Trata-se de um dos seis casos de alegada agressão denunciados às autoridades na última semana. Na queixa-crime que fez à PSP, o espanhol Manuel S., de 34 anos, alega que estava a beijar outro rapaz quando foi “abordado e agredido pelos homens de farda escura” da Festa.
Manuel S., a alegada vítima, nega as acusações do PCP e pergunta: “Se tivesse sido sexo oral justificaria a violência?”, acrescentando: “É nojento o que está a acontecer. Evidentemente mentem no que estão a dizer. Suponho que a versão de todo um partido tem mais peso do que a minha. Estou em contacto já com as associações LGBT portuguesas.”
TIAGO MIRANDA
O segundo comunicado do PCP (que o Expresso publica na íntegra em baixo) nada fala em concreto sobre as eventuais cenas de violência que terão ocorrido nessa e nas outras noites da última edição da Festa do “Avante!” e que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária e Polícia de Segurança Pública.
Entre os queixosos estão também Eduardo e Miguel, dois irmãos que vivem na Margem Sul de 22 e 23 anos. O mais novo foi obrigado a ficar de baixa em casa devido aos hematomas nos olhos.
TIAGO MIRANDA
José, um militante do PCP da Amadora, de 55 anos, ficou também sem poder ir trabalhar depois das alegadas agressões. Ao Expresso, confessou “ter bebido demais” no último dia do evento. O excesso de álcool terá sido o motivo dos atos de violência.
Também Bruno, de 18 anos, e José, de 20, fizeram queixa de agressões dos seguranças à PSP, logo depois da festa. O último estaria acompanhado de três amigos que também terão sido agredidos. Mas estes não apresentaram queixa às autoridades.
Todos estes episódios terão tido lugar em momentos separados.
Um relatório da PSP da esquadra de investigação criminal do Seixal, a que o Expresso teve acesso, revela a existência de agressões com o mesmo modus operandi na edição do ano passado da Festa do “Avante!. Segundo dados oficiais da PSP, houve seis queixas-crime em 2014 de episódios de violência contra participantes do evento.
O comunicado do PCP na íntegra
“Face à reiterada campanha de insultos e difamação promovida pelo Expresso, hoje de novo na sua edição on-line, o PCP divulga a carta endereçada ao Director do Jornal Expresso.
‘Lamentamos a insistência do jornal que dirige, agora também na edição on-line, na campanha de difamação, manipulação e provocação dirigida contra a Festa do «Avante!» com o indisfarçável objectivo de atingir o PCP e a CDU. Para um jornal que ignorou o que a Festa do «Avante!» representa enquanto acontecimento ímpar na vida política e cultural não deixa de ser estranho a atenção que lhe tem dedicado para, na base da mais grosseira mentira, alimentar preconceitos e semear a difamação. As motivações que o explicam e os interesses que estarão associados conhece-las-á o jornal que dirige.
O que não podemos permitir é que, entre outras acusações que igualmente refutamos, se insista na difamação de atribuir ao PCP uma postura homofóbica, procurando na base da falsidade instalar a dúvida e a crítica sobre o posicionamento do PCP em torno desta matéria.
Desde sexta-feira que o jornalista do Expresso sabia (porque contactado directamente pelo Gabinete de Imprensa) que a afirmação e sustentação da intervenção dos serviços de apoio da Festa do «Avante!» porque duas pessoas do mesmo sexo se teriam beijado é, tão falsa, quanto ridícula. Como o jornalista Hugo Franco sabe que a verdadeira razão do incidente que conduziu à saída das pessoas do recinto da Festa teve origem num acto de sexo oral em pleno espaço público.
Que ao jornalista do Expresso não incomode a mentira e conviva bem com os factos descritos só o responsabiliza a ele. Já, diferentemente, o Expresso que se esforça em apresentar-se como jornalismo de referência deveria ver assegurado padrões mínimos de respeito pela verdade e rigor.
Aliás, os que visitam anualmente a Festa do «Avante!» conhecem bem o ambiente de respeito para com todos quantos nela participam, e que porventura o próprio Ricardo Costa terá tido oportunidade de, em algum momento, testemunhar. O que só amplia a dimensão do ridículo de que se reveste esta operação para atribuir ao PCP uma atitude diversa daquela que tem: a de respeito integral pela orientação sexual quer dos seus militantes quer, por maioria de razão, da imensa massa humana que connosco convive e participa nesse espaço de liberdade e solidariedade que a Festa do «Avante!» representa.’”
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Partido Comunista Português faz o segundo comunicado em três dias sobre as denúncias de violência dos seguranças da Festa do “Avante!”. Alegada vítima nega acusações do partido e pergunta: “Se tivesse sido sexo oral justificaria a violência?”
O PCP volta a escrever um comunicado sobre as notícias do Expresso deste fim de semana que relatam as queixas-crime de seis pessoas às autoridades sobre alegadas agressões, sequestros e roubos feitos por seguranças da Festa do “Avante!”, na Quinta da Atalaia, Seixal.
Segundo os comunistas, “a afirmação e sustentação da intervenção dos serviços de apoio da Festa do ‘Avante!’ porque duas pessoas do mesmo sexo se teriam beijado é, tão falsa, quanto ridícula. A verdadeira razão do incidente que conduziu à saída das pessoas do recinto da Festa teve origem num acto de sexo oral em pleno espaço”, refere o comunicado.
Trata-se de um dos seis casos de alegada agressão denunciados às autoridades na última semana. Na queixa-crime que fez à PSP, o espanhol Manuel S., de 34 anos, alega que estava a beijar outro rapaz quando foi “abordado e agredido pelos homens de farda escura” da Festa.
Manuel S., a alegada vítima, nega as acusações do PCP e pergunta: “Se tivesse sido sexo oral justificaria a violência?”, acrescentando: “É nojento o que está a acontecer. Evidentemente mentem no que estão a dizer. Suponho que a versão de todo um partido tem mais peso do que a minha. Estou em contacto já com as associações LGBT portuguesas.”
TIAGO MIRANDA
O segundo comunicado do PCP (que o Expresso publica na íntegra em baixo) nada fala em concreto sobre as eventuais cenas de violência que terão ocorrido nessa e nas outras noites da última edição da Festa do “Avante!” e que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária e Polícia de Segurança Pública.
Entre os queixosos estão também Eduardo e Miguel, dois irmãos que vivem na Margem Sul de 22 e 23 anos. O mais novo foi obrigado a ficar de baixa em casa devido aos hematomas nos olhos.
TIAGO MIRANDA
José, um militante do PCP da Amadora, de 55 anos, ficou também sem poder ir trabalhar depois das alegadas agressões. Ao Expresso, confessou “ter bebido demais” no último dia do evento. O excesso de álcool terá sido o motivo dos atos de violência.
Também Bruno, de 18 anos, e José, de 20, fizeram queixa de agressões dos seguranças à PSP, logo depois da festa. O último estaria acompanhado de três amigos que também terão sido agredidos. Mas estes não apresentaram queixa às autoridades.
Todos estes episódios terão tido lugar em momentos separados.
Um relatório da PSP da esquadra de investigação criminal do Seixal, a que o Expresso teve acesso, revela a existência de agressões com o mesmo modus operandi na edição do ano passado da Festa do “Avante!. Segundo dados oficiais da PSP, houve seis queixas-crime em 2014 de episódios de violência contra participantes do evento.
O comunicado do PCP na íntegra
“Face à reiterada campanha de insultos e difamação promovida pelo Expresso, hoje de novo na sua edição on-line, o PCP divulga a carta endereçada ao Director do Jornal Expresso.
‘Lamentamos a insistência do jornal que dirige, agora também na edição on-line, na campanha de difamação, manipulação e provocação dirigida contra a Festa do «Avante!» com o indisfarçável objectivo de atingir o PCP e a CDU. Para um jornal que ignorou o que a Festa do «Avante!» representa enquanto acontecimento ímpar na vida política e cultural não deixa de ser estranho a atenção que lhe tem dedicado para, na base da mais grosseira mentira, alimentar preconceitos e semear a difamação. As motivações que o explicam e os interesses que estarão associados conhece-las-á o jornal que dirige.
O que não podemos permitir é que, entre outras acusações que igualmente refutamos, se insista na difamação de atribuir ao PCP uma postura homofóbica, procurando na base da falsidade instalar a dúvida e a crítica sobre o posicionamento do PCP em torno desta matéria.
Desde sexta-feira que o jornalista do Expresso sabia (porque contactado directamente pelo Gabinete de Imprensa) que a afirmação e sustentação da intervenção dos serviços de apoio da Festa do «Avante!» porque duas pessoas do mesmo sexo se teriam beijado é, tão falsa, quanto ridícula. Como o jornalista Hugo Franco sabe que a verdadeira razão do incidente que conduziu à saída das pessoas do recinto da Festa teve origem num acto de sexo oral em pleno espaço público.
Que ao jornalista do Expresso não incomode a mentira e conviva bem com os factos descritos só o responsabiliza a ele. Já, diferentemente, o Expresso que se esforça em apresentar-se como jornalismo de referência deveria ver assegurado padrões mínimos de respeito pela verdade e rigor.
Aliás, os que visitam anualmente a Festa do «Avante!» conhecem bem o ambiente de respeito para com todos quantos nela participam, e que porventura o próprio Ricardo Costa terá tido oportunidade de, em algum momento, testemunhar. O que só amplia a dimensão do ridículo de que se reveste esta operação para atribuir ao PCP uma atitude diversa daquela que tem: a de respeito integral pela orientação sexual quer dos seus militantes quer, por maioria de razão, da imensa massa humana que connosco convive e participa nesse espaço de liberdade e solidariedade que a Festa do «Avante!» representa.’”