"Eleitores do PS não votaram para um governo com PCP e Bloco"

14-10-2015
marcar artigo

No dia em que passou a ser sócio honorário do Grémio Literário, numa decisão tomada por unanimidade, Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia deixa um alerta ao PS: um Governo com PCP e BE, ambos partidos anti-europeus e anti-Tratado Orçamental "seria muito negativo" para a confiança em Portugal e, apesar do país já ter saído da crise, "nada é irreversível".

Como está a acompanhar a situação política em Portugal e a hipótese de um Governo de esquerda que se começa a colocar?

Há uma coisa que sei: os eleitores socialistas não votaram no PS para um Governo com PCP e BE. Toda a gente sabe que não foi esse o sentido de voto dos eleitores socialistas. Penso que deve haver um esforço entre as forças políticas que comungam dos mesmos princípios, nomeadamente em termos europeus e internacionais, para chegar a um acordo. Com certeza a coligação não tem uma maioria na Assembleia da República, por isso, deve negociar. O PS deve também negociar. O que me pareceria negativo, de um ponto de vista económico, até para a imagem do país, é que aqueles que não aceitam os compromissos internacionais de Portugal, aqueles que se opõem à União Europeia, ao Tratado Orçamental - que hoje em dia é uma obrigação do Estado português - venham para o Governo. É que nesse caso, do ponto de vista internacional, as pessoas começavam a dizer: que Governo é este? É um Governo que vai ou não cumprir as suas obrigações? A menos que tenha havido uma conversão súbita de todos aqueles que até ontem eram contra a União Europeia, contra o Tratado Orçamental, a princípios da UE, da zona euro e do Tratado Orçamental, parece-me que um Governo que fosse constituído por forças anti-europeias e anti-Tratado Orçamental, seria muito negativo, do ponto de vista da confiança no nosso país.

O que espera que aconteça?

Deve haver espaço para a negociação, para o acordo. Espero que a coligação, que está no poder, e o maior partido da oposição, encontrem pontos para chegar a um acordo. Porque saímos da crise, é verdade, ultrapassámos a fase mais difícil, mas nada é irreversível.

Os mercados poderão castigar Portugal?

Portugal tem obrigações, que foram assumidas pelo Estado português e tem de respeitá-las. Caso contrário, haverá custos para o país. A questão é se aqueles que vierem a estar à frente do Governo têm a credibilidade para manter esses compromissos.

Qual deve ser a decisão do Presidente da República?

Não vou entrar em cenários. Em termos gerais, a democracia é o compromisso. As diferentes forças políticas devem trabalhar para o compromisso. Mas compromisso na base de certos princípios. Não é só compromisso para ir para o poder. Isso não é correcto. As pessoas têm de trabalhar para o compromisso na base de alguns princípios, que foi aqueles que subscreveram.

Qual deve ser a resposta da UE nesta crise dos refugiados?

É uma resposta de solidariedade e de responsabilidade. Temos de aceitar os refugiados que estão em situação trágica. Ao mesmo tempo, temos de gerir com cuidado a imigração ilegal e lutar contra as redes clandestinas que procuram tirar partido dessa situação. Solidariedade e responsabilidade é a solução. E não podemos fugir aos nossos deveres morais e humanitários perante aquelas pessoas que estão numa situação tão trágica.

No dia em que passou a ser sócio honorário do Grémio Literário, numa decisão tomada por unanimidade, Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia deixa um alerta ao PS: um Governo com PCP e BE, ambos partidos anti-europeus e anti-Tratado Orçamental "seria muito negativo" para a confiança em Portugal e, apesar do país já ter saído da crise, "nada é irreversível".

Como está a acompanhar a situação política em Portugal e a hipótese de um Governo de esquerda que se começa a colocar?

Há uma coisa que sei: os eleitores socialistas não votaram no PS para um Governo com PCP e BE. Toda a gente sabe que não foi esse o sentido de voto dos eleitores socialistas. Penso que deve haver um esforço entre as forças políticas que comungam dos mesmos princípios, nomeadamente em termos europeus e internacionais, para chegar a um acordo. Com certeza a coligação não tem uma maioria na Assembleia da República, por isso, deve negociar. O PS deve também negociar. O que me pareceria negativo, de um ponto de vista económico, até para a imagem do país, é que aqueles que não aceitam os compromissos internacionais de Portugal, aqueles que se opõem à União Europeia, ao Tratado Orçamental - que hoje em dia é uma obrigação do Estado português - venham para o Governo. É que nesse caso, do ponto de vista internacional, as pessoas começavam a dizer: que Governo é este? É um Governo que vai ou não cumprir as suas obrigações? A menos que tenha havido uma conversão súbita de todos aqueles que até ontem eram contra a União Europeia, contra o Tratado Orçamental, a princípios da UE, da zona euro e do Tratado Orçamental, parece-me que um Governo que fosse constituído por forças anti-europeias e anti-Tratado Orçamental, seria muito negativo, do ponto de vista da confiança no nosso país.

O que espera que aconteça?

Deve haver espaço para a negociação, para o acordo. Espero que a coligação, que está no poder, e o maior partido da oposição, encontrem pontos para chegar a um acordo. Porque saímos da crise, é verdade, ultrapassámos a fase mais difícil, mas nada é irreversível.

Os mercados poderão castigar Portugal?

Portugal tem obrigações, que foram assumidas pelo Estado português e tem de respeitá-las. Caso contrário, haverá custos para o país. A questão é se aqueles que vierem a estar à frente do Governo têm a credibilidade para manter esses compromissos.

Qual deve ser a decisão do Presidente da República?

Não vou entrar em cenários. Em termos gerais, a democracia é o compromisso. As diferentes forças políticas devem trabalhar para o compromisso. Mas compromisso na base de certos princípios. Não é só compromisso para ir para o poder. Isso não é correcto. As pessoas têm de trabalhar para o compromisso na base de alguns princípios, que foi aqueles que subscreveram.

Qual deve ser a resposta da UE nesta crise dos refugiados?

É uma resposta de solidariedade e de responsabilidade. Temos de aceitar os refugiados que estão em situação trágica. Ao mesmo tempo, temos de gerir com cuidado a imigração ilegal e lutar contra as redes clandestinas que procuram tirar partido dessa situação. Solidariedade e responsabilidade é a solução. E não podemos fugir aos nossos deveres morais e humanitários perante aquelas pessoas que estão numa situação tão trágica.

marcar artigo